“Dedico esse ajuntamento em especial à São Jorge e a Ogum. Invisíveis reverenciados, por entre tantas dádivas, como guardadores da forja, do metal, da cutelaria. Afinal, a tesoura forjada em metal que uso para desenvolver o meu ofício é um instrumento de libertação para mim, desde a infância.“
Casa de Criadores 54ª edição – Ajuntamento #01|2024
Participando em mais uma edição do evento de moda Casa de Criadores em São Paulo, o santacruzense Jorge Feitosa segue sendo um expoente da moda baseada na cultura da Sulanca. Caminhando para evolução de suas narrativas nas roupas que costura, Jorge se ver agora como artista no que faz. Um novo passo destrinchado nessa entrevista que ele concedeu ao blog contando tudo sobre o seu momento e sua nova coleção intitulada: O Cão de Inácio.
Rodolfo: Ano passado, você completou 20 anos de trajetória profissional na moda. Como você iniciou sua carreira e como foi o seu primeiro desfile?
Jorge Feitosa: Ano passado, 2023, completei 20 anos de trajetória profissional na moda, contando como marco inicial o meu primeiro desfile em 2003, que aconteceu no Teatro Municipal de minha cidade natal, Santa Cruz do Capibaribe/PE. O início das comemorações se deu pela realização da Exposição DO PRIMEIRO AO PRÓXIMO, que aconteceu de modo itinerante em dezembro de 2023 por três diferentes cidades de Pernambuco, sendo elas Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, cidades importantes no Polo de Confecções do Vestuário do Estado e na capital Recife. A ação contou com uma exposição (fotos, looks e meus cadernos de processos), um talk (onde eu contava um pouco dessa trajetória) e um desfile com dez looks representativos do trabalho que venho desenvolvendo, encerrando o evento em cada uma das cidades.
Rodolfo: Pensando na sua trajetória, o que você considera o alicerce para sua caminhada na moda?
Jorge Feitosa: Ao pensar sobre como alinhar esta trajetória profissional, minha cabeça foi inundada por lembranças das coisas que realizei antes e que foram o alicerce para esta caminhada relacionada com a moda. Principalmente tudo aquilo que está atrelado ao meu universo infantil, já que comecei a brincar com a máquina de costura aos seis anos de idade.
Rodolfo: Como foi sua infância e como ela influenciou sua carreira?
Jorge Feitosa: Sendo uma criança inventiva, eu vivia montando coisas, como carrinhos de lata, maquetes e livros com papelão, tijolinhos e bois de barro, naves espaciais e casinhas com restos de madeira, roupinhas de bonecas com retalhos. Ou vivia dançando, desenhando, brincando de “escolinha” na calçada da casa onde morava. Eu acabava brincando com tudo isso junto. E por isso mesmo, eu não era bem o modelo de criança que talvez os adultos em volta esperassem que eu fosse. Tido como arteiro, acabei ganhando um apelido da família do meu pai (que se chamava Inácio): “O Cão de Inácio”.
Rodolfo: Você mencionou que seu apelido tinha a ver com sua inquietude. Como você via isso na época?
Jorge Feitosa: Pelo que lembro, nunca fui uma criança má. Mas, com o tempo, entendi que esse codinome foi dado porque eu não parava quieto, passava o tempo aprontando alguma brincadeira, que na maioria das vezes estava relacionada com a construção e elaboração de algo. Sempre costurando, serrando, colando, pregando, isso tinha a ver com o não acesso aos brinquedos comerciais. Já que minha família não tinha condições financeiras para adquiri-los, eu inventava os meus, em meio a estímulos — “Nossa que menino inteligente!” — ou comentários de desaprovação — “Isso é coisa de menina!”
Rodolfo: Você acredita que sua infância influenciou diretamente sua trajetória profissional?
Jorge Feitosa: Costumo dizer que tudo que precisamos para nossa vida, recebemos quando criança. Toda ferramenta elementar está lá na nossa infância. Por isso, entendo que, para além de minha trajetória, este desfile/ajuntamento fala sobre todos nós. Sobre o que nos aconteceu quando criança e que nos colocou onde estamos hoje, sejam as coisas boas ou as que não nos deixaram tão contentes assim. Esta ação é um movimento para lembrar sobre o processo de SER, e não especificamente do ESTAR, pois ser professor, ser designer, ser estilista e ser artista, eu já o era, antes mesmo de estar aqui. Afinal, desde criança eu já era um cão arteiro!
Rodolfo: Você tem uma mensagem para os pais sobre a criatividade das crianças?
Jorge Feitosa: Libertem as crianças do julgamento adulto. Estranho e inadequado é o olhar neutralizador sobre a infinita criatividade que elas cultivam.
Rodolfo: Como você enxerga esse momento da sua carreira?
Jorge Feitosa: Esse momento é de assunção! De assumir para os outros, pela minha arte, o que cultivo desde sempre. Nada do que se possa ver é novidade, tudo é colheita. Tudo está guardado em mim, num relicário habitado pela minha criança.
Rodolfo: Falando sobre os materiais que você usou nesta coleção, o que você destaca?
Jorge Feitosa: Sobre as matérias-primas usadas nesse ajuntamento que foram para a passarela da Casa de Criadores 54, além do reaproveitamento da própria produção, utilizei vários artigos da SANTISTA Work Solution – @santistaworksolution – e SANTISTA Jeanswear – @santistajeanswear -, com destaque para o artigo DENIM WORK com a tecnologia NO WASH produzido com algodão reciclado, sem necessidade de lavanderia. O tecido prêt-à-porter. Cortou → Costurou → Vestiu. O Denim da SANTISTA com conceito moderno, sustentável e original.
Conheça mais do trabalho de Jorge Feitosa em seu Instagram: @jorgefeitosa.jf
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
A Fenearte, realizada em Recife, é um dos eventos mais importantes de artesanato, recebendo artesãos e artesãs de todo o estado de Pernambuco, de várias partes do Brasil e também expositores internacionais. Com um público de mais de 30 mil pessoas por dia, chegando a 50 mil visitantes aos finais de semana, a feira é um verdadeiro espetáculo de criatividade e cultura.
Neste ano, a Fenearte chega à sua vigésima quarta edição, trazendo muitas novidades. Além dos novos expositores e negócios no artesanato, a programação do evento inclui shows na praça de alimentação e a renovação do espaço Moda Fenearte.
O Moda Fenearte, realizado no mezanino do Centro de Convenções, contou com uma curadoria de projetos que trouxe novos ares, conversas e construção de conhecimento. O espaço ofereceu oficinas, networking, rodas de diálogo abertas ao público e desfiles, além do Concurso da MAPE de novos talentos.
Participei como convidado de dois momentos importantes no espaço Moda Fenearte. O primeiro foi na sexta-feira, dia 05 de julho, junto com Nestor Mádenes (produtor e mediador do talk) e Laís Queiroz (coordenadora de inovação do Armazém da Criatividade no Agreste). Esse encontro teve como tema:
“Onde Situamos a Indústria de Moda: Um Diagnóstico sobre o Polo de Moda do Agreste”
Foi um momento de trocas incríveis sobre como a moda no polo de confecções do Agreste opera em lógicas industriais que necessitam de uma visão criativa e inovadora. Discutimos a força deste setor criativo, que envolve tanto profissionais de áreas ligadas à inovação em processos fabris quanto criativos ligados ao desenvolvimento de fruição estética. Além do diagnóstico exposto, destacamos os talentos vibrantes do polo do Agreste e como esses talentos culturais, científicos e estratégicos podem ser melhor aproveitados para o desenvolvimento da região.
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
No segundo dia, acompanhei de perto o desfile incrível do estilista pernambucano Walério Araújo, com o tema “Amor de Mãe”. O desfile foi icônico, trazendo elementos de uma casa de mãe com muita poesia visual. Foi realmente lindo:
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafotoRegistro feito por @mazumbafotoRegistro feito por @mazumbafotoRegistro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
Após o desfile, fui direto para o Concurso Desafio MAPE, com estudantes de moda inscritos de várias localidades do estado, disputando os três melhores looks executados dentro do tema da Fenearte deste ano: “Sons do Criar”. Tive a honra de ser jurado deste concurso, e posso dizer que foi um desafio atribuir notas aos talentos que passaram de etapa em etapa. O nível das propostas, desde os croquis até a execução e desfile, estava incrível, tornando nossos votos enquanto jurados muito acirrados. Houve até um empate no segundo lugar, que foi desempatado em frente ao público. Foi emocionante demais.
Pódio premiado no Desafio MAPE:
1. SIL CARMO – SENAC RECIFE – ENTRELAÇANDO COM O MAR QUE ABRAÇA
2. DEISY SILVA – SENAI CARUARU – RENDA-SE AO PASSADO
3. ESLLEN MELO – UNIFBV WYDEN – SUBMERSO
Registro feito por @mazumbafoto
Registro feito por @mazumbafoto
A Fenearte 2024 foi uma experiência inesquecível, repleta de trocas culturais e criativas que enriquecem ainda mais o nosso estado e o polo de moda do Agreste. Estou ansioso para as próximas edições e para continuar contribuindo com este evento tão especial.
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Estive presente neste evento em 08 de agosto de 2023 e somente agora recuperei as conversas e textos a respeito dele para postar. Vale aqui o registro dessa importante mobilização do setor em busca de melhorias estruturais e transformações reais na realidade do trabalho e lida com a moda.
Santa Cruz do Capibaribe (PE) e São Paulo (SP) receberam as oficinas Elabora, uma iniciativa do Colabora Moda com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil para sensibilizar, discutir e chamar para a ação por mais equidade na moda brasileira.
Com o objetivo de aproximar de lideranças que podem construir caminhos para mais equidade na cadeia de valor da moda e testar uma nova metodologia de formação para o tema, as oficinas Elabora foram realizadas nos dias 9 e 21 de junho, em Santa Cruz do Capibaribe (PE) e São Paulo (SP), respectivamente. Resultado do Grupo de Trabalho Intersetorial de Equidade do Colabora Moda Sustentável, apoiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, as oficinas reuniram especialistas em equidade de gênero, raça e justiça climática, além de costureiras do Coletivo Mulheres do Polo, representantes do Box Fashion e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em Santa Cruz do Capibaribe, e líderes sindicais da rede da Confederação Nacional dos Trabalhadores/as do Ramo do Vestuário da CUT (CNTRV-CUT) e costureiras do Coletivo Sartasiñani em São Paulo.
“A Oficina Elabora foi um passo importante, para fomentar o diálogo e reflexões sobre a importância e a necessidade da equidade de gênero e raça na Moda, considerando as desigualdades que caracterizam esse setor e que interferem no Desenvolvimento Socioeconômico das regiões onde a indústria de confecções se instala, como é o caso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco”, afirmou Virgínia Vasconcelos, coordenadora e facilitadora da Oficina em Santa Cruz do Capibaribe.
Idealizadas para ser o pontapé de um programa maior de letramento e formação em equidade na moda e promoção de boas práticas nesta cadeia de valor, que está em desenvolvimento e captação de parcerias e recursos, as oficinas foram construídas sob uma perspectiva interseccional, que integra as questões de raça, gênero e classe. A realização das oficinas Elabora iniciou um processo de diálogo com os participantes para que, no futuro, possam ser formados multiplicadores e agentes de mudança. Os eventos foram enriquecidos por debates instigantes, atividades práticas e palestras inspiradoras das especialistas Viviana Santiago, Coordenadora de Diversidade e Inclusão no Instituto Moreira Salles e colunista da Revista AzMinas, e Pâmela Dias, Gerente de Inovação no Armazém da Criatividade e Pesquisadora na Universidade Federal de Pernambuco.
“Nossa intenção é que os participantes se tornem verdadeiros catalisadores de transformação, promovendo um setor inclusivo, justo e sustentável. Utilizamos também do encontro para colher insumos para a próxima fase do projeto, que é ter uma formação de multiplicadores”, afirmou Eloisa Artuso, coordenadora do GTI e facilitadora da oficina de São Paulo.
Capacitar multiplicadores e agentes de mudança é fundamental para a construção de uma cadeia mais inclusiva, diversificada e consciente das questões sociais e ambientais. O sucesso dos encontros foi evidenciado pelo interesse dos participantes em seguir aprofundando no tema e pela disposição em pensar em ações colaborativas de promoção de equidade em seus ambientes, inspirados pela troca de experiências, conhecimentos e reflexões.
O desenho e a realização das oficinas Elabora representa um compromisso firme em impulsionar mudanças positivas e duradouras na moda e contou, ainda, com a parceria do Armazém da Criatividade (PE), Casa Salô, Coletivo Mulheres do Polo (PE), Coletivo Sartasiñani (SP), CNTRV-CUT, Escola Técnica Estadual de Santa Cruz do Capibaribe (PE), Instituto Febre e Senac-Lapa Faustolo (SP).
LINKS
Confira aqui mais contatos nestes links para ampliar sua leitura:
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
A mais recente campanha da Rota do Mar trouxe (sem nenhum alarde) homens e mulheres gays e héteros trocando afetos em vídeos e fotos para exibição de produtos referente ao dia dos namorados. Isso importa muito para o tempo que estamos e para os espaços em que vivemos, e eu precisava escrever sobre este assunto.
Campanha Namoradxs Rota do Mar 2023 – casal hétero
A VANGUARDA DAS MARCAS QUE JÁ SE POSICIONARAM ANTES
Olhando de pertinho é importante perceber como realmente fizeram diferença outras marcas da vanguarda do varejo (na comunicação) iniciarem essa conversa, publicarem propagandas inclusivas e abrirem alguns caminhos em comerciais para as bichas, sobre as bichas se amarem publicamente numa campanha de uma marca de moda.
Já em nosso caso (agreste), de uma marca nascida e criada no interior pernambucano, sendo este, o faroeste que somos por aqui, quando o assunto é gênero (violências contra mulheres, gays e travestis e transexuais) e LGBTfobia. Sem segredo nenhum na montanha, as cenas de violência contra a comunidade LGBTQIAP+ nos blogs pinga sangue deixariam até o Ang Lee de queixo caído; talvez não a olho nu, mas num radar mais forte a gente precise pensar na relevância dessa campanha para o contexto da imagem de moda e de marketing no Agreste.
Campanha Namoradxs Rota do Mar 2023 – Casal gay
Abertos os caminhos por marcas privilegiadas tanto pelo capital, quanto pelo tamanho e poder midiático do branding, surfando na onda do pink money ou não, as grandes marcas iniciaram a conversa e olha que interessante… a conversa “parece” ter sido naturalizada. Eu suei frio com a campanha da Rota do Mar pensando: “Meu Deus Rota, vocês foram para a trincheira mesmo? Como assim?” Eu só ficava preocupado: tomara que saibam gerir a crise melhor que a escola Santo Antônio (um caso local bem bizarro também no período junino), e me mantive atento aos comentários nos posts e possíveis desdobramentos.
Print de comentário positivo postado nas redes socais da Rota do Mar, nas imagens da campanha de Namoradxs
Digo naturalizada no parágrafo anterior pois: para minha surpresa o amor reinou abrandado. Isso é bom! Lembrei de um post também da Rota do mar em que um homem branco abraçado numa mulher branca de costas para a câmera, ela com um cabelo curto, confundindo os olhos desavisados numa legenda que flertava com tema; causando a impressão de serem dois homens, na época os comentários foram bem questionadores, inclusive eu estava lá me perguntado sobre o assunto. 6 de junho de 2017 e de lá para cá os tempos mudaram para a marca e para o público:
Passado o tempo… a campanha bebe de um novo clima normalizado de bichas aparecendo nas telas. Na contramão dessa naturalização suposta temo o caso da novela Vai na fé com polêmicas nas redes sociais demarcando a montanha russa que tema revela. Eles também foram nos comentários da marca deixar sua saudosa indignação.
Essa mesma “naturalização” tira o pioneirismo da Rota do Mar no cenário macro da moda, mas a própria marca não se posiciona como de vanguarda e isso é um ponto, e dado seu tempo, e tudo no seu tempo… se torna pioneira em nossa região junto da John Cunningham a protagonizar uma mais uma campanha COM LGBTs em cena.
Yure e Viny – Vai na Fé – Novela da Globo – beijo liberado – exibido no sábado 17 d e junho
Ano a ano as marcas se posicionam: Dia dos namorados John Cunningham de 2020 com o cantor Peu Queiroga e o então namorado Lucio Leite
A CORAGEM VIRA INFLUÊNCIA PARA OUTRAS MARCAS
O recorte geográfico é o ponto importante dessa campanha da Rota do Mar, como já disse aqui o faroeste agrestino contra LGBTs na cena, e a comunicação da marca dando relevância ao tema visto que a esta empresa é referência de marketing e caso de sucesso para muitas marcas menores que cercam o polo de confecções, em resumo essa influência é traduzida no exemplo de um cliente meu na época de MG7 Marketing que, em nossas reuniões este cliente sempre dizia:
Todo mundo quer ser um Arnaldo, todo mundo quer se tornar uma Rota do Mar.
Talvez o caminho na rota deste mar seja um pouquinho mais longo para quem empreende refém de moralismos, eu teria dito para aquele cliente. Sendo assim avaliemos essa influência como grande marca da região e a importância de com essa campanha (eu diria pequena, na bolha do digital, com curto período de veiculação) pode encorajar o olhar da diversidade com mais profissionalismo, interesse genuíno e respeito longe de guetos estereotipados do mundo das bichas.
Campanha Namoradxs Rota do Mar 2023 – casal hétero
Quando trago o profissionalismo como régua desses novos dias me refiro a uma evolução no trato com o tema longe tão somente de uma assinatura do branding da marca (urbana, anarquista, diferentona) onde a coisa GAY é acessório de algo anterior. Ter pessoas gays posando para a campanha precisa carregar sentidos e significados além do mero branding, por que o branding bebe da gente e não se pode ficar só por isso. Para além do público se ver na imagem de moda gerada, é preciso consistência e profundidade no que se faz ao usar essas imagens, entendendo que a campanha passa, o mês do orgulho passa e nossas viadas/vidas ficam. Trend Alert!
Print 2 de comentário positivo postado nas redes socais da Rota do Mar, nas imagens da campanha de Namoradxs
Voltando a campanha da Rota do Mar com tempos de ânimos mais abrandados [ficcionalmente/teoricamente/ilusoriamente/expectativamente, por que na vida real o bicho tá pegando] a receptividade do público realmente me surpreendeu, e ainda vou dosar essa fala pensando que: se houvesse um outdoor na saída do Moda Center a campanha teria colocado fogo no parquinho, mas a vitrine estava lá com as rachas e os boys no love love, o título brincava com a escrita não binária NAMORADXS e eu amei ver aquilo sem medo nenhum no meio do Moda Center em dia de feira.
Campanha Namodrxs Rota do Mar 2023 – vitrine da loja no Moda CenterOutra marca tentou algo parecido. Mas a gente tá no tempo de posicionamentos as claras mesmo. Vitrine de loja no Moda Center
O valor dessa campanha se coloca no cantinho da naturalidade. Despercebida ao olho apressado dos espaços físicos talvez, e no digital, mais acolhimento com a narrativa adotada… (o que é esperado em certa medida no ambiente virtual mesmo). Em resumo parece que a Rota do Mar foi para a trincheira já quando a guerra estava em negociação de cessar fogo. O que não diminui o valor das escolhas corajosas de: uma marca grande, influente, alcançar públicos ATACADISTAS (muitas vezes conservadores) com esta mensagem. E “esse é um pequeno passo para a [moda e a marca], mas um gigantesco salto para a humanidade”.
LEGADO E TAMANHO APOIANDO O ENCORAJAMENTO
Também por ser uma marca grande, a Rota do Mar em seu posicionamento “Guarda Chuva” de Grupo Rota do Mar bebe do privilégio de fazer algo assim no conforto de não expor seu faturamento ou, imagem no mercado ao risco de se comprometer tanto com compradores, em comparação com marcas menores. É quando se chega num lugar da cadeia onde o marketing de moda desenha a estratégia no conforto de onde ele mesmo levou a empresa.
Campanha Namoradxs Rota do Mar 2023 – casal lésbico
Para as marcas menores o “risco” de ficarem nichadas como marcas para gays somente (o que não é ruim) talvez as desencorajem de lançarem mão dessas estratégias. Porém as marcas menores ainda estão longe desse lugar pertinho da fresca do mar, e não por demérito, esse não é o ponto mas, por que em escala as marcas menores ainda estão sofrendo com o básico, saberem vender no WhatsApp por exemplo,(toque aqui para ver: como mostra a pesquisa que realizamos recentemente com mais de 2 mil entrevistas no Moda Center e Calçadão Miguel Arraes).
Quando não se é bom ainda no básico, o brisa padece. Esperar essas narrativas de uma concorrência é pedir muito. Outra uma vez um pioneirismo que coloca a empresa numa rota ainda mais perto do mar.
IMAGEM DE MODA, NARRATIVAS E NOVOS PÚBLICOS POSSÍVEIS
Amasso pode. Aperto de mão pode, abraço também. A campanha traz sutilezas de quem mapeia um terreno numa primeira visita a uma nova cidade e me perguntei também: Será que não está datada a campanha? Moda é novidade. E a retórica é verdadeira quando ponderamos que: é um tema datado para quem? Há muita gente ainda distante desse tema, tanto marcas seguidoras dos exemplos da Rota do Mar, como também compradores e compradoras atacadistas.
Em nossa bolha é sim um tema datado e dado como “resolvido/mapeado” hipoteticamente, mas um amigo pondera e reforça:
Tem que ter campanhas assim sim, sempre tem que ter, quanto mais tiver melhor fica. É algo natural mesmo, é importante que haja mesmo sendo algo que sabemos. Nestor Mádenes
Complemento dizendo que a formação de novos publicos deve estar interessada nessa naturalidade com que lidamos com os assuntos que vem transformando e mudando nas marteladas repetidas dos conteúdos atuais.
Campanha Namoradxs Rota do Mar 2023 – casal hétero
No meio dessa rota rumo ao mar… eu necessitei conhecer a visão da empresa de dentro para fora sobre o assunto. Por que a gente já está mais que exaurido dos casos de marcas que: mostram mas não contratam, clicam mas demitem, assumem nas câmeras mas guardam nos armários do refeitório. Para além da campanha eu enviei perguntas que foram respondidas por Beatriz Xavier, atual diretora criativa na Rota, ela vem peitando novos rumos estéticos e renovando o mood da marca (tenho visto – e tá ficando bonito):
1 – Qual o posicionamento que a Rota do Mar tem hoje em dia com os públicos LGBTQIAP+ ao lançar uma campanha com inclusão de diversidade no Mês do Orgulho LGBT?
Beatriz Xavier: A diversidade é um dos aspectos da identidade da Rota do Mar, algo que sempre foi muito forte no DNA da marca e não apenas do ponto de vista de gênero, mas de raça, de corpos e da nossa cultura. Valorizamos a diversidade em todas as suas formas. A cada campanha estamos nos mostrando para o mundo, para o nosso público e para o mercado que atuamos de maneira diversa, refletindo a representatividade que já existe na nossa realidade interna, na nossa cidade, no nosso estado, no país e no mundo nos nossos produtos.
2 – Como a Rota decidiu por esse tema?
Beatriz Xavier: A campanha do Dia dos Namorados deste ano foi pensada para refletir o amor de casais reais. O olhar para a vida real e para como o amor pode se comportar nas mais diversas linguagens foi o que despertou nossa vontade de contar essas histórias. Seja qual for o tipo de casal, é para o afeto se movimentando no mundo que queremos olhar. Todos que participaram da campanha são pernambucanos e isso reforça nosso sotaque, o orgulho de ser quem somos e de onde viemos tão presente no nosso DNA.
3 – A empresa tem interesse em manter essa comunicação incluindo diversidade para além do mês do orgulho?
Beatriz Xavier: O tema da diversidade já vem sendo abordado na nossa comunicação há alguns anos e vamos permanecer ecoando esse aspecto nas nossas campanhas e produtos.
4 – A Rota é uma empresa referência no mercado local enquanto case de marketing e comunicação. Sendo assim, como a Rota vê essa influência para as demais marcas do setor? Internamente a Rota do Mar tem políticas de acolhimento, contratação e lida com a diversidade?
Beatriz Xavier: Faz parte da nossa história dar os primeiros passos e, assim, abrir caminhos. É com orgulho que carregamos o título de pioneiros no cuidado com os colaboradores, no investimento em tecnologia e inovação e na sustentabilidade. Achamos muito positivo que possamos influenciar mais uma vez o mercado e o setor na nossa região no que diz respeito à diversidade. Hoje, nossa liderança é majoritariamente feminina e contamos com pessoas LGBTQIAP+ em vários setores da empresa. Dessa forma, o que abordamos nas nossas campanhas não está dissociado da nossa realidade, é reflexo dela desde o princípio. Na prática, a empresa vem alargando fronteiras no sentido de contar cada vez mais com ações para cuidar do nosso maior recurso: as pessoas.
5 – Como tem sido o acolhimento dos clientes com a campanha?
Beatriz Xavier: A campanha vem sendo acolhida de forma positiva, com feedbacks muito emocionantes que nos fizeram ter a certeza de que estamos no caminho certo. Essa e outras campanhas têm sido muito bem recebidas pelo público. Há o entendimento de que a moda que fazemos está conectada com o contemporâneo e refletem a nossa verdade.
Nesse percurso longo e para não morrer na areia da praia sem nem tocar na água do mar, mesmo sem nunca ter visto esse oceano antes, o que fica apurado é uma abertura natural ao diverso… o feed do Instagram da empresa prova isso há muito tempo. A diversidade envolvendo afetos românticos, gênero, sexualidade… é somente mais um ingrediente para a receita de sucesso que demarca a trilha dessas rotas que amamos acompanhar.
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Inscrições abertas para competição entre equipes envolve moda, música e arte “RECICLOS CRIATIVOS: PARA NOVOS OLHARES, OUTRAS NARRATIVAS E MUITO ALÉM…”.
O Desafio Criativo M.M.A. – moda, música e arte do Porto Digital, por meio do Armazém da Criatividade em Caruaru, está com inscrições abertas para o . O objetivo do projeto é descobrir e estimular talentos criativos entre mulheres e pessoas LGBTQIA+ nos eixos de moda, fotografia, audiovisual, arte, design e cenografia.
O Desafio Criativo M.M.A. – moda, música e arte é uma competição entre equipes criativas que terá a duração de cinco semanas, com etapas passo a passo realizadas semanalmente de forma presencial nas instalações do Armazém da Criatividade em Caruaru. O início das atividades será no dia 19 de março.
Para o Desafio, as pessoas selecionadas deverão compor equipes classificadas em dois eixos criativos envolvendo diversas áreas e disciplinas – um eixo com moda, fotografia e audiovisual, e um outro com arte, design e cenografia. Durante a competição, os dois grupos contarão com mentoria e orientação de profissionais de referência nas áreas de atuação de cada um dos eixos criativos.
Para além da experiência de aprendizado e mentoria com nomes de importantes no mercado, o grupo vencedor do Desafio ainda terá participação gratuita garantida na jornada empreendedora do Armazém da Criatividade; 30 horas de uso da estrutura do Armazém para fins profissionais; passaporte de um ano para os laboratórios de empreendedorismo digital; um ano garantido de uso do coworking do Armazém; entre outros.
Para participar, os interessados devem atender aos seguintes requisitos:
Ser mulher ou pessoa LGBTQIA+;
Residir em Pernambuco;
Ter pelo menos 18 anos;
Poder participar dos encontros presenciais no Armazém da Criatividade, em Caruaru;
Ter o ciclo vacinal completo (pelo menos duas doses) contra a covid-19
Mentores da 1ª edição: Desafio Criativo M.M.A. – moda, música e Arte
NESTOR MÁDENES – Editor de Moda, que também atua como Diretor Criativo e Diretor de Produção. Em 30 anos de carreira, tem vasta experiência na Moda, Publicidade, Cinema, TV e Eventos, através da S7YLING, tendo em seu portfólio projetos importantes pelo mundo como: Festival No Ar Coquetel Molotov, Aurora Eco Fashion, Carvalheira, Recife Moda & Música, Moda Recife, Estilo Moda Pernambuco, Fashion Workshop, entre tantos outros.
LEOPOLDO NÓBREGA – Multi Artista, atua como Artista Plástico, Estilista, Cenógrafo e Consultor de Moda e Mercado. A frente do Espaço Arte Plenna, tem projetos importantes como o Galo da Madrugada, Programas na TV Globo, além de forte atuação no Pólo de Confecções de Pernambuco, onde foi estilista de várias marcas e Editor da Revista Moda Agreste. Na região, realiza o Denin Meeting, além de realizações pelo Alto do Moura, onde também faz experiências artísticas.
As inscrições são GRATUITAS e devem ser realizadas por meio de formulário eletrônico que estará disponível no link: https://bit.ly/desafiomma, no período de 13/12/2021 a 04/03/2022.
ECOSSISTEMA EMPREENDEDOR DO PORTO DIGITAL
O Porto Digital é um Parque Tecnológico composto por mais de 300 empresas e instituições atuantes nas áreas da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e da Economia Criativa. São aproximadamente 800 empreendedores/as e mais de 13 mil colaboradores/as, reconhecidos nacional e internacionalmente como um dos mais relevantes espaços de inovação do Brasil.
O NÚCLEO DE GESTÃO DO PORTO DIGITAL (NGPD) é uma organização social (OS) sem fins lucrativos, responsável pela gestão, articulação e promoção do parque tecnológico. Para apoiar o desenvolvimento de novos negócios inovadores, o NGPD tem um conjunto de infra-estruturas, serviços, projetos e programas de apoio que são disponibilizados as empresas e articulados com universidades, centros de pesquisa, organismos de fomento, instituições da esfera pública e parceiros privados, compõem o que se denomina “ECOSSISTEMA DE EMPREENDEDORISMO INOVADOR” do Porto Digital.
Por sua vez, o ARMAZÉM DA CRIATIVIDADE de Caruaru é o cubo avançado de inovação do Porto Digital no Agreste pernambucano. Dentre os seus objetivos está o suporte à inovação e ao empreendedorismo, atuando em estreita articulação com os setores produtivos locais e promovendo ações voltadas para a implementação de uma cultura inovadora, integrando pesquisa, ciência e tecnologia.
O Desafio Moda, música e arte coloca-se em sintonia com os Objetivos estabelecidos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) sugeridos pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas de 2015 até 2030, nos quais relaciona metas a serem alcançadas por meio de uma ação conjunta, unindo diferentes níveis de governo, organizações, empresas e a sociedade como um todo.
Deste modo, tem como propósito realizar ações que colaborem com um impacto ambiental e social positivos, relacionados com a redução das desigualdades, ao apoio a iniciativas voltadas para a igualdade de gênero, empoderamento de mulheres e meninas, bem como a preocupação com processos produtivos mais sustentáveis.
Neste sentido e visando influenciar iniciativas mais inovadoras, é estimulado o processo contínuo de desenvolvimento de talentos e de experiências de quem participa, adotando, para esta finalidade, a força da qualificação, executada por meio de mentorias e práticas no decorrer das etapas de realização deste Projeto Criativo.
| serviço
DE 13 DE DEZEMBRO DE 2021 À 28 DE ABRIL DE 2022 NO ARMAZÉM DA CRIATIVIDADE EM CARUARU COM NESTOR MÁDENES E LEOPOLDO NÓBREGA EDITAL ONLINE E INSCRIÇÃO NO LINK https://bit.ly/desafiomma
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Manifesto Sulanca: Já se pegou pensando em todos os temas e problematizações que fazemos a respeito de nossa vida cotidiana? A gente enaltece o trabalho e ao mesmo tempo reclamamos da cidade sem lazer, valorizamos a moda e no meio da pandemia nos faltam o trabalho das costureiras e costureiros para produzir. Sacralizamos o empreendedorismo e também nos doi essa lógica de endeusar uma divindade que requer tanto de nossa vida, nossos horários e nossa família.
Para expressar tantas questões que envolvem essa mistura toda de sentidos (na pele, nas costas, na rotina) é que o Manifesto Sulanca foi escrito por pessoas que fazem parte desse contexto.
MAS AFINAL O QUE É UM MANIFESTO?
[…] É “um texto que faz uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública [de algo] que está ocorrendo, normalmente de cunho político. Os manifestos destinam-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada ação. […]
“A cultura dos manifestos corresponde a uma “necessidade legítima dos artistas de conquistar um espaço nos meios de comunicação responsáveis por fazer a ponte entre suas ideias e o grande público”.”
apresentação geral do manifesto para mais atuantes do setor de vestuário local
Durante a quarentena de 2020, 7 pessoas entre acadêmicos, criativos, costureiras e profissionais liberais da cidade de Santa Cruz do Capibaribe em Pernambuco, passaram a se reunir para tecer conversas a respeito da vida no polo de confecções, mais especificamente na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a terra criadora da Sulanca.
reunião online – quarentena 2020
As reuniões que aconteceram online, seguiram como desdobramento da programação Fashion Revolution Digital, também em 2020, na qual a gravação de um episódio de podcast iniciou tais conversas e debates. Escute pelo Spotify dando o play abaixo:
O grupo se ouviu e expressou no Manifesto Sulanca dores e sabores necessários de serem vistos pela sociedade que participa desse contexto de indústria de vestuário no interior de Pernambuco.
O QUE TEM NO MANIFESTO
O Manifesto Sulanca trás 10 diferentes pontos que levantam questões importantes relacionadas ao trabalho, cultura, educação e valorização profissional de todos os envolvidos na cadeia produtiva do vestuário.
cartazes espalhados pela cidade desenhando novas paisagens geográficas pós pandemia do covid-19
Entre eles, destacamos 03 dos chamamentos: COLETIVIDADES, que reforça a importância de serem fortalecidas as narrativas de pertencimento coletivo como chave de unir pessoas no propósito de valorizar a Sulanca e chama para que sejam criadas condições de se agir coletivamente.
Já o chamamento 3 – QUEM FAZ A SULANCAcoloca em voga nomes e histórias de pessoas e corpos diferentes envolvidos em toda a cadeia de transformação têxtil, deste espaço e chama para que os interesses de todos e todas sejam dialogados.
entrevista para Rádio Polo FM – fevereiro de 2021
Um terceiro ponto importante entre os 10 chamamentos é para o chamamento: O ACHADO DA BOTIJA já no final do Manifesto Sulanca. Ele destaca as melhores qualidades da cultura local e as coloca na receita como ingrediente que nos diferencia de todos os outros polos de confecção pelo Brasil. A Sulanca é camaleoa e sabe naturalmente se refazer, é ligeira e como dizemos por aqui: desenrolada.
Justamente essa característica é o foco da energia para os caminhos que o Manifesto Sulanca pode incentivar a transformar.
A IMPORTÂNCIA DO MANIFESTO SULANCA
A importância do Manifesto Sulanca, para além de valorizar a história local, como também se dispõe, abre um marco importante na região, sinalizando um posicionamento claro e resistente da cultura local.
apresentação do Manifesto Sulanca para coordenadores da secretaria municipal de educação – Santa cruz do Capibaribe – PE – fevereiro de 2021
É esta cultura olhando para si mesma sem o viés externo, compreendendo dores e sabores de sermos quem somos e provocando pelo diálogo a construção de mais possibilidades para mais pessoas e sulanqueiros e sulanqueiras transformarem o mercado, a vida social, a cidade e a cultura.
Manifestar é algo muito necessário à natureza humana, e nós somos mesmo estes seres que se fazem e se refazem na conversa. Crescemos e mudamos quando conseguimos ouvir e falar.
E toda manifestação do que houver para ser dito é um presente de cura para quem fala, um presente de entendimento para quem ouve e um outro presente de troca para quem dialoga. Todos e todas crescem com o processo democrático de produzir a sociedade que queremos.
visita de entrega do Manifesto ao conselho administrativo do Moda Center Santa Cruz – fevereiro de 2021
IMPORTANTE RESSALTAR
O Manifesto Sulanca é uma ação coletiva, pública e política, e não está ligada a nenhum partido ou grupos partidários.
Assinam o Manifesto Sulanca: João Rocha, Jorge Feitosa, Karol Diniz, Rafa Monteiro, Rodolfo, Sandra Roberta, Thammy Farias. – Revisão textual do Manifesto Sulanca: Arthur Thomaz- – Design gráfico e diagramação: Virginia Guimarães –
foto histórica da feira da Sulanca em meados da décadas de 60 – 70 – acervo Adelmo Teotônio
Em breve o Coletivo Manifesto Sulanca também divulgará a programação de encontros e diálogos sociais em volta dos chamamentos. Acompanhe pelas redes sociais @oboxfashion.
Entrevista dos Manifestados na Rádio POLO FM em fevereiro de 2021
A imagem de capa desta matéria foi cedida por Adelmo Teotônio – pelo acervo da Exposição Nós Sulanca, a imagem foi manipulada para fins editoriais.
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Publicada hoje, dia 20 de março de 2020, a petição online em prol da população trabalhadora do polo de confecções tem como objetivo ressaltar a importância da criação de uma rede solidária efetiva que garanta aos trabalhadores informais das feiras populares no polo de confecções do estado, acesso a condições mínimas de sobrevivência durante o período de suspensão das feiras motivado pela prevenção à pandemia do coronavírus.
Nas últimas terça e quarta-feira diversos decretos foram emitidos por órgãos estaduais e municipais das 3 principais cidades Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, regulando o funcionamento dos centros de compras e suspendendo seus funcionamentos durante a quarentena em prevenção ao coronavírus. Confira clicando aqui a matéria do Box Fashion com o resumo dessas notícias.
Abaixo a nota emitida por lideranças sociais, artistas, coletivos, cientistas sociais entre outro profissionais:
O governo estadual de Pernambuco, em conjunto com as prefeituras das cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, decidiu suspender a realização das feiras da Sulanca por tempo indeterminado, objetivando conter o avanço da contaminação do Covid-19.
A ação é acertada e necessária, visto que as feiras da Sulanca reúnem um número enorme de trabalhadoras/es da região agrestina de Pernambuco, bem como de compradoras/es de vários estados do nordeste brasileiro. A suspensão das feiras é, portanto, uma ação preventiva muito importante no sentido de buscar assegurar a saúde da população nesse contexto de crise sanitária.
No entanto para homens e mulheres, jovens e idosas/os (costureiras/os, faccionistas, feirantes, ambulantes, vendedores/as entre outros) as feiras são a principal, ou, muita vezes, a única fonte de renda. Esses homens e mulheres trabalham de maneira informal e intermitente, ou seja, sem vínculo formal de trabalho, não possuem proteção social e dependem do fluxo das feiras para sobreviver.
Sendo assim, assegurar a saúde dessas pessoas significa garantir as condições mínimas de sobrevivência para o período de suspensão das feiras. O pacto social de solidariedade e responsabilidade precisa considerar a combinação de várias ações, com destaque para:
· Acesso a alimentos básicos e água potável; · Acesso a itens de higiene pessoal (álcool em gel e sabão, especialmente); · Política de desoneração de contas de água e energia elétrica; · Política de renegociação de dívidas, como aluguel, por exemplo; · Política de distribuição de medicamentos.
A medida do governo federal de liberar 200 reais (duzentos reais) para os trabalhadores/as informais e autônomos/as é importante, porém insuficiente. Nesse cenário, é crucial que os governos em nível estadual e municipal das três cidades (Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe) construam, rapidamente, estratégias que articulem vários aspectos da reprodução da vida.
Este manifesto é em defesa de todas as pessoas que direta ou indiretamente dependem das feiras da Sulanca para sobreviver, e visa alertar o poder público para a gravidade da situação que se aproxima.
É fundamental estabelecer redes de solidariedade ao mesmo tempo em que chamamos o poder público para agir rapidamente a favor da vida nesse contexto de crise sanitária.
Confira neste link o áudio de conversa com a pesquisadora Sandra Roberta, na live do Instagram, explicando detalhes sobre esta petição. Clique aqui.
Subscrevem e convidam a assinar este manifesto:
– Acooperarte Mulheres de Abreu e Lima – Alexandre Henrique Bezerra Pires – Coordenador Geral do Centro Sabiá e Coordenador Executivo da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) – Alzira Medeiros – Educadora Popular e socióloga – Ana Dubeux – Militante do Movimento da Economia Solidária e Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) – Ayanne Priscilla Alves Sobral – psicóloga em Caruaru – Betânia Ávila – Feminista, socióloga, pesquisadora do SOS Corpo e co-organizadora do livro “Desenvolvimento, Trabalho e Autonomia Econômica na Perspectiva das Mulheres Brasileiras” (2015) – Beto Normal – Estilista em Taquaritinga no Norte – Box Fashion – Santa Cruz do Capibaribe – Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (CENDHEC) – Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH) – Centro de Ensino Popular e Assistência Social de Pernambuco (Cepas) – Cidadania Feminina – Recife – Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste – Recife – Coletivo Murall Colab – Santa Cruz do Capibaribe – Coletivo Songamongas – Santa Cruz do Capibaribe/Caruaru – Coletivo de Mulheres Casa Lilás – Recife – Elaine Bezerra – Jornalista, Pesquisadora e Militante Feminista – Euda Kaliani Gomes Teixeira Rocha – Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) – Fernanda Diniz de Sá – Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) – Fórum de Mulheres de Pernambuco – Helena Hirata – Professora visitante na Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro “Nova divisão sexual do trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade” (2002) – Heloisa Gomes Bandeira – Assistente Social do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Caruaru – João Amorim – Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) – João Vieira Junior – Produtor do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” – Jô Cavalcanti, Carol Vergolino, Joelma Carla, Kátia Cunha, Robeyoncé Lima – Mandato das Codeputadas estaduais de Pernambuco – Juntas (Psol) – Manuela Arruda Galindo – Pesquisadora, Fotógrafa e Feminista – Mário Henrique Guedes Ladosky – Professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Marcelo Gomes – Diretor do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” – Michela Calaça – Feminista, direção do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Pesquisadora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) – Mônica Vilaça – Educadora Popular, Feminista e Pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) – Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR- NE) – Nara Aragão – Produtora do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” – Observatório do Trabalho da Paraíba – Observatório do trabalho de Pernambuco – Raquel Oliveira Lindôso – Feminista e Pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Rede de Mulheres Produtoras do Recife e Região Metropolitana – Rede de Mulheres Negras de Pernambuco – Renata Milanês – Pesquisadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Roberto Véras de Oliveira – Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e co-organizador do livro “Trabalho em Territórios Produtivos Reconfigurados no Brasil” (2013) – Rodolfo Alves da Silva – Editor do site Box Fashion – Rud Rafael – Coordenador do MTST, assistente social da ONG FASE e professor – Sandra Roberta da Silva – Professora e Pesquisadora da Faculdade de Belo Jardim (FBJ) – SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia – Tarsila Tavares – Produtora Executiva do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” – Valderiza Pereira – Jornalista e empreendedora popular de Toritama – Verónica Gago – Professora da Universidade de Buenos Aires (UBA) e autora do livro “A Razão Neoliberal: Economias barrocas e pragmática popular” (2018)
Imagem da matéria: Foto divulgação Moda Center Santa Cruz
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Aqui no interior o surto do COVID – 19 até a data de hoje (17 de março de 2020) se mantém como preocupação, em tempo de nos planejarmos para os momentos que podem desencadear mais problemas nas rotinas de vida e na economia local. Pesquisando tantas informações na internet resolvi juntar algumas delas aqui para lidarmos com o coronavírus e pensar melhores formas de como a moda e indústria local podem se proteger do surto do coronavírus.
SITUAÇÃO LOCAL – AGRESTE
Em todo o polo de confecções diversos espaços comerciais de circulação pública de muita gente, tem se posicionado a respeito da manutenção ou suspensão das atividades e feiras comerciais como, por exemplo, o Moda Center Santa Cruz e prefeituras e governo do estado tomando medidas preventivas com suspensão de aulas entre outras ações. Segundo o G1 Caruaru e Região, em Pernambuco já são 18 casos confirmados do coronavírus.
SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (atualizado)
Print do Blog do Ney Lima
Noticiado pelo blog do Ney Lima as feiras no maior centro de confecções do Brasil, o Moda Center Santa Cruz, serão mantidas na próxima semana em acordo unânime firmado entre autoridades da Câmara Municipal e prefeitura da cidade junto com associação comercial e industrial + administração do condomínio Moda Center.
Citação do prefeito Edson Vieira – print do blog do Ney Lima
Já segundo informações no Blog do Bruno Muniz uma nota emitida na segunda-feira reforça as precauções que serão tomadas em âmbito local para prevenção e acompanhamento dos riscos ao surto, assim diz a nota conjunta, copiada em parte, do blog citado:
1 – Ampliaremos os monitoramentos diários e ações do Comitê Municipal de Prevenção a COVID-19 pela gestão municipal; 2 – As entidades citadas tomarão medidas preventivas e de colaboração às ações necessárias ao enfrentamento da pandemia conhecida. Diante do cenário atual, está mantido o funcionamento de feiras. Serão realizadas avaliações diárias, caso haja necessidade de novas recomendações, serão avisadas com antecedência.
Outro evento ligado a moda local é a AgresteTEX, feira de máquinas, serviços e tecnologia têxtil realizada em Caruaru, teve esta edição que seria realizada entre 24 a 27 de março, reagendada para o período de 27 a 30 de outubro de 2020. Confira no site da AGRESTETEX clicando aqui.
Foto divulgação no site da feira
TORITAMA
E na cidade do jeans a programação do Festival do Jeans informou pelas redes sociais sobre o adiamento do evento, que seria realizado de 29 de abril a 2 de maio, e agora foi remarcado para os dias 6, 7 e 8 de agosto de 2020. A cidade desde domingo (dia 15) já conta com um caso suspeito de contaminação por coronavírus, e segundo a nota da prefeitura publicada no site da Rádio Cultura Nordeste o caso suspeito está sendo avaliado e passando por testagem, no aguardo dos resultados dos exames.
COMO A MODA TEM REAGIDO AO SURTO DO CORONAVÍRUS PELO MUNDO
Um período de impacto significativo na indústria da moda pelo mundo. A chegada do coronavírus tem gerado grandes desafios para a indústria da moda que, tendo uma cadeia produtiva ligada por diversas partes em processos diferentes e partes diferentes do globo como a produção, comercialização e consumo de produtos de moda, populares ou de luxo, irá sofrer quedas nas vendas. Ao mesmo tempo que o período de quarentena em vários países levará o consumidor a reforçar seus valores sobre o que é importante e relevante na cultura consumista que vivemos.
CHINA
Na China, país que reforçou a economia com a produção massiva de bens de consumo, guiada em grande parte pela exploração precária do trabalho, tem se preocupado com a epidemia justamente por ser ela hoje a maior responsável pelo aumento do capital grandes marcas desde 2018. As péssimas previsões de crescimento para o primeiro trimestre do ano estão diretamente ligadas ao COVID – 19. Outra dificuldade gerada é a suspensão das festividades do ano novo chinês, um feriado que dura 7 dias, com grande volume de migração no pais, que afetará o consumo de bens de luxo. Com informações de Gabriel Green Fusari para o FFW.
MODA E UM CONVITE AO REPENSAMENTO DAS PRÁTICAS DE CONSUMO E PRODUÇÃO DEPOIS DO CORONAVÍRUS
No que diz respeito a dimensão das tendências, nós precisamos pensar em como todas as notícias, medidas preventivas e conteúdos a respeito do vírus irão impactar nossa mentalidade a respeito do que realmente é importante para nós e para o planeta. Coletividade, senso de responsabilidade com a comunidade e outros valores serão reforçados entre as populações que já estão em quarentena.
Por ser a moda refém de processos cada vez mais globalizados, onde uma peça é construída por muitas mãos em partes diferentes do planeta, a fala da cantora Cardi B aponta uma preocupação com essa moda em rede quando cita:
Muitos de vocês, filhos da puta, acham que é uma brincadeira como eu estava pensando (…). Adivinha o quê? Seu bolso não é, porra! Muita merda vem da porra da China. Se você está se perguntando por que seus pacotes da Fashion Nova não chegaram… Adivinha? Coronavírus! Coronavírus! Estou lhe dizendo que essa merda é real”.
https://www.youtube.com/watch?v=sE3ZlBiTH8Y
Ao final do dia a descoberta que estamos todos ligados numa teia complexa de têxteis, nos mostra o poder dessa união o perigo iminente que ela também tem sobre nós.
Parar, será para todos nós o maior desafio, reavaliar nossas fantasias de prosperidade capitalista e crescimento econômico sustentado na exploração predatória da natureza, diminuir o ritmo, crescer dentro do possível e refazer práticas.
Em citações para o FFW a pesquisadora de tendências Li Edelkoort reforça esse pensamento filosófico a respeito do convite ao novo, nesse tempo de parada.
“Estamos numa posição de ter uma página em branco para um novo começo”
A frase tem sido compartilhada nas redes sociais. Salvos os atrasos no acesso às práticas e comportamentos naturais na assimilação entre uma cultura e outra, uma região e outra, por aqui… nosso interior terá um desafio gigante para enfrentar os próximos dias.
Ainda muito reféns de uma comercialização de produtos de moda em sua maioria presencial, dificuldades sistêmicas no acesso as performances da era da informação… garantir que a permanência do funcionamento das feiras nessa nova ambiência de cuidados e medos será mais um item para levarmos em conta nas nossas atividades de rotina em quais quer que sejam os setores de atuação na moda local. Um convite a criatividade.
MEIO AMBIENTE
Quem imaginava que a solução possível para aprendermos sobre auto cuidado planetário estaria num vilão tão pequeno?
LEITURA FEITA POR SATÉLITE COMPARA A POLUIÇÃO DO AR NA CHINA DE JANEIRO E FEVEREIRO / REPRODUÇÃO
NA SUA EMPRESA
Aqui algumas dicas de como sua empresa cuidar para a contenção do corona vírus e manter resultados viáveis:
1 – a comunicação precisa ser apoiada para continuar funcionando bem. Da mesma forma como se os funcionários estivessem trabalhando lado a lado. Utilizar o trabalho remoto quando possível é o mais recomendado. Aplicativos como o WhatsApp oferecem ligações por vídeo e em caso de reuniões o app ZOON tem ótimas opções de performance.
2 – com os clientes é importante manter ativos todos os canais de comunicação possível e aplicar o atendimento para efetivar vendas usando cada vez mais ferramentas online. Melhorar o atendimento de abordagem dos vendedores para o digital é uma necessidade crucial de ser aperfeiçoada. Atender e vender pelo WhatsApp por exemplo, serão importantes canais de manutenção das vendas.
3 – saúde – dispense imediatamente funcionários doentes. E incentive a busca por informações precisas. Caso consiga, convide profissionais de saúde para presta esclarecimentos a todos e todas. Seja transparente com as informações e comunique a todos e todas sobre funcionários doentes, sem alarde.
4 – observe sua capacidade de planejar férias coletivas antecipadas e os provimentos da empresa para tal ação desde já, entre outras medidas.
5 – distribua entre os funcionários produtos de higiene como o álcool gel ou tenha espalhados pela empresa produtos que facilitem o acesso aos cuidados.
6 – disponibilize aos funcionários que tem maior contato com o público (vendedores e vendedoras), máscaras e álcool gel 70, e oriente o uso durante todo o expediente. É importante consultar a obrigatoriedade de EPI’s com especialistas no assunto.
PERGUNTAS
Como você acha que o coronavírus pode impactar a moda local?
Sua empresa está preparada e planejada para dar conta de um período de baixa?
Quais ações você tem tomado para que sua empresa seja apoio aos funcionários no meio da pandemia?
Sua empresa está se comunicando com os clientes sobre o coronavírus de forma correta?
Como a moda e indústria local podem se proteger do surto do coronavírus? Alguma sugestão?
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.