Ficou na história e por isso vale muito demarcar esse evento como registro aqui no meu blog. As vésperas da produção de mais uma edição, nos pegamos revisitando as imagens, vídeos e conteúdos criados durante os dois dias do evento e junto dos planejamentos para a segunda edição uma nostalgia emocionada nos atravessou cheia de vontade de relembrar:
Fotografia: Daiane MaiaraFotografia com celular: Rodolfo
Nos dias 27 e 28 de agosto de 2024, o Auditório do Moda Center foi palco da tão esperada Mostra de Audiovisual Santa-cruzense, um evento que marcou profundamente o calendário cultural da nossa cidade, Santa Cruz do Capibaribe em Pernambuco. Após dois meses de planejamento, ajustes e trabalho intenso nos bastidores, vivemos três dias de pura imersão na cultura local, com debates enriquecedores, produções audiovisuais emocionantes e, acima de tudo, uma conexão especial entre os talentos santa-cruzenses e o público, de cara o nosso maior objetivo foi alcançado: formar público para apreciar nossas produções e nossas histórias.
Fotografia: Daiane Maiara – Rodolfo – Kátia Mesel – Yngrid Herly – Jorge FeitosaFotografia: Daiane Maiara – produtores de filmes contam sobre seus trabalhos
Recebemos mais de 500 pessoas ao longo da programação oficial, incluindo estudantes, professores, produtores e produtoras audiovisuais, personalidades da cidade e amantes da cultura e do cinema. A Mostra trouxe à tela 20 obras audiovisuais que revelaram histórias, perspectivas e talentos que muitas vezes passam despercebidos no nosso dia a dia. Foi emocionante ver os olhos atentos e as expressões de encantamento de quem prestigiava cada exibição. Ao final deste texto a lista de conteúdos que exibimos com links para apreciar.
Fotografia: Daiane Maiara – bate papo de abertura do evento com Kátia Mesel e Jorge Feitosa
Desafios e superações nos bastidores Realizar um evento desse porte, de maneira independente, num prazo tão curto foi insano, desafiador seria puro eufemismo. Desde a captação de recursos até os ajustes de última hora na programação, enfrentamos obstáculos que afiram nossa resiliência e criatividade. Felizmente, contamos com o apoio de 6 patrocinadores e 16 apoiadores locais que acreditaram na proposta da Mostra e nos ajudaram a torná-la realidade. Sem eles, o evento não teria sido possível. Isso tornou tudo muito mais incrível.
Outro desafio foi a logística para garantir uma experiência confortável e acolhedora ao público, mas com uma equipe dedicada e comprometida (eu e Yngrid, rindo de nervoso), conseguimos transformar cada imprevisto em aprendizado. Cada detalhe foi pensado para que as pessoas saíssem do Auditório do Moda Center com a sensação de que viveram algo especial. Conseguimos, foi bonito, acolhedor e transformador para todos e todas nós.
Fotografia: Daiane Maiara – auditório do Moda Center durante a fala de Kátia Mesel Fotografia: Daiane Maiara – Kátia Mesel conversa com Tales Nery – síndico do Moda CenterFotografia com celular – encontro com Kátia Mesel na CDL Santa Cruz
Momentos inesquecíveisem diálogos potentes Os debates sobre a cena local do cinema e cultura foram um dos grandes destaques do evento. Reunimos nomes relevantes do audiovisual, como Kátia Mesel, Jorge Feitosa, Karla Ferreira e Virgínia Guimarães, para discutir as potencialidades e desafios de produzir arte e cultura no interior do estado. Foi uma troca rica, que inspirou jovens realizadores e provocou reflexões importantes sobre a valorização da nossa identidade cultural.
Fotografia com celular: Rodolfo
Os elogios da opinião pública foram um presente para nossa escuta. Recebemos inúmeras mensagens e comentários de pessoas queridas que destacaram a organização, a qualidade das obras apresentadas e o impacto positivo da Mostra. Ganhar o coração do público foi, sem dúvida, uma das maiores recompensas do trabalho realizado.
Ainda estreamos a Websérie Precisa-se de Costureiras durante o evento, já com todos os episódios disponíveis no Youtube. Logo logo trago mais sobre esse outro projeto, foi também maravilhoso e transformador. Assunto para o próximo post.
Fotografia: autor desconhecido – eu não lembro quem fez essa foto. Será que foi Felipe Lopes?
O impacto da Mostra A Mostra de Audiovisual Santa-cruzense conseguiu mais do que entreter; ela criou um espaço de pertencimento e valorização da cultura local. Foi emocionante ver professores levando suas turmas, estudantes atentos às histórias contadas, e moradores reconhecendo o talento que nossa cidade tem a oferecer. Mais do que um evento, a primeira edição da Mostra foi uma celebração do que somos e do que queremos ser.
Fotografia: Daiane Maiara
Ao final, a sensação foi de dever cumprido e o prazer de realizar um projeto dessa magnitude, apesar dos desafios, é indescritível. Ver o Auditório do Moda Center cheio, ouvir os aplausos ao final das exibições e sentir a energia positiva que circulava entre os participantes nos faz acreditar ainda mais no poder transformador da arte e da cultura.
Seguimos com a certeza de que este foi apenas o começo. Que a Mostra de Audiovisual Santa-cruzense inspire novas edições e que possamos continuar escrevendo essa história de valorização cultural juntos e juntas, e antecipo já que nos vemos novamente em breve: maio deste ano.
Lista de produtos audiovisuais exibidos na primeira Mostra de Audiovisual Santa-cruzense
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Estive presente neste evento em 08 de agosto de 2023 e somente agora recuperei as conversas e textos a respeito dele para postar. Vale aqui o registro dessa importante mobilização do setor em busca de melhorias estruturais e transformações reais na realidade do trabalho e lida com a moda.
Santa Cruz do Capibaribe (PE) e São Paulo (SP) receberam as oficinas Elabora, uma iniciativa do Colabora Moda com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil para sensibilizar, discutir e chamar para a ação por mais equidade na moda brasileira.
Com o objetivo de aproximar de lideranças que podem construir caminhos para mais equidade na cadeia de valor da moda e testar uma nova metodologia de formação para o tema, as oficinas Elabora foram realizadas nos dias 9 e 21 de junho, em Santa Cruz do Capibaribe (PE) e São Paulo (SP), respectivamente. Resultado do Grupo de Trabalho Intersetorial de Equidade do Colabora Moda Sustentável, apoiado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, as oficinas reuniram especialistas em equidade de gênero, raça e justiça climática, além de costureiras do Coletivo Mulheres do Polo, representantes do Box Fashion e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em Santa Cruz do Capibaribe, e líderes sindicais da rede da Confederação Nacional dos Trabalhadores/as do Ramo do Vestuário da CUT (CNTRV-CUT) e costureiras do Coletivo Sartasiñani em São Paulo.
“A Oficina Elabora foi um passo importante, para fomentar o diálogo e reflexões sobre a importância e a necessidade da equidade de gênero e raça na Moda, considerando as desigualdades que caracterizam esse setor e que interferem no Desenvolvimento Socioeconômico das regiões onde a indústria de confecções se instala, como é o caso do Polo de Confecções do Agreste de Pernambuco”, afirmou Virgínia Vasconcelos, coordenadora e facilitadora da Oficina em Santa Cruz do Capibaribe.
Idealizadas para ser o pontapé de um programa maior de letramento e formação em equidade na moda e promoção de boas práticas nesta cadeia de valor, que está em desenvolvimento e captação de parcerias e recursos, as oficinas foram construídas sob uma perspectiva interseccional, que integra as questões de raça, gênero e classe. A realização das oficinas Elabora iniciou um processo de diálogo com os participantes para que, no futuro, possam ser formados multiplicadores e agentes de mudança. Os eventos foram enriquecidos por debates instigantes, atividades práticas e palestras inspiradoras das especialistas Viviana Santiago, Coordenadora de Diversidade e Inclusão no Instituto Moreira Salles e colunista da Revista AzMinas, e Pâmela Dias, Gerente de Inovação no Armazém da Criatividade e Pesquisadora na Universidade Federal de Pernambuco.
“Nossa intenção é que os participantes se tornem verdadeiros catalisadores de transformação, promovendo um setor inclusivo, justo e sustentável. Utilizamos também do encontro para colher insumos para a próxima fase do projeto, que é ter uma formação de multiplicadores”, afirmou Eloisa Artuso, coordenadora do GTI e facilitadora da oficina de São Paulo.
Capacitar multiplicadores e agentes de mudança é fundamental para a construção de uma cadeia mais inclusiva, diversificada e consciente das questões sociais e ambientais. O sucesso dos encontros foi evidenciado pelo interesse dos participantes em seguir aprofundando no tema e pela disposição em pensar em ações colaborativas de promoção de equidade em seus ambientes, inspirados pela troca de experiências, conhecimentos e reflexões.
O desenho e a realização das oficinas Elabora representa um compromisso firme em impulsionar mudanças positivas e duradouras na moda e contou, ainda, com a parceria do Armazém da Criatividade (PE), Casa Salô, Coletivo Mulheres do Polo (PE), Coletivo Sartasiñani (SP), CNTRV-CUT, Escola Técnica Estadual de Santa Cruz do Capibaribe (PE), Instituto Febre e Senac-Lapa Faustolo (SP).
LINKS
Confira aqui mais contatos nestes links para ampliar sua leitura:
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Entre horizontes de panos, mototaxistas, poeira e poesias chega “Agda”
Agda chega na porta dos nossos ouvidos: a artista santa-cruzense que por onde chega de pé mesmo fica e toca ouvidos ao redor pelas portas e calçadas, com poemas dispersos que juntos são entoada, refresco na rotina da vida do agreste. Acompanhando ela em alguns poucos momentos que conseguimos estar juntos, devido minha rotina capitalista e sua vivência híbrida de artista sem teto abaixo e nem piso acima… observei atento o tocar do som dos poemas que Agda soltava como fios de linhas pelas calçadas que andávamos emeranhando e alinhavando pessoas, sentimentos e coisas no tempo… quando numa casa e noutra avista um conhecido de antigamente e pergunta por fulano e beltrano e cicrano e sabe dos meninos e meninas recém nascidos… eu me apresso sempre e as vezes dizia entre os nossos, “Agda é que nem uma vereadora, sai falando com todo mundo. bora mulher… avia.”
Mas sim, vereadora de alegrias e despertares sutis: com uns olhos atentos, cenho franzido como faz prestes a nos mergulhar em busca de profundezas; quando ela fala de água, água em tudo, água agda, água viva, água, água em movimento. E com essas mesmas águas… Agda sai regando as rotinas de um agreste que tanto e as vezes somente se reconhece no labor, na labuta e no trabalho. (Nem se engane… para tanto que a vida é, festa junina é muito pouco.) E a festa desta artista se faz em qualquer lugar, qualquer calçada.
De longe quem ver atina uma fofoca, uma notícia, uma novidade deixando o povo alegre, alguém que chegou de longe, de volta. Eu observei os olhos de quem escuta se encherem de águas. E na combinação dos sons das rimas uma salva de palmas erguidas em risadas estouradas pelo supetão da surpresa dos versos, se resolveu, se deu assim, a rima chegou e inundou todos ali. Uma criança acorda com os adultos em algazarra, e todo mundo se preocupa que ela fique um pouco mais. E ela não se vai.
Toda presença poética é como a melancolia de olhos molhados de quem olha o tempo passando pelo vento na janela de carro em movimento sem vírgulas apressadamente como quem costura a rotina da vida nos buraquinhos que agulha insiste em furar para unir pastes sem pontos finais. É parte do que senti com a audição de 3 de suas canções dispostas em seu primeiro trabalho formatado para além das calçadas. Agda____
Sobre o Disco
Com produção de Juliano Holanda, a carta sonora conta com a participação e colaboração de vários artistas como Neide Maria, Fábio Xavier, Flaira Ferro, Almério, Isaar, Isabela Moraes, Mery Lemos, Virgínia Guimarães, Joana Terra, Ezter Liu, Olegário Lucena, Jr Black, Lirinha entre outras(os).
O disco tem seu nome, e é dividido em quatro tempos, trazendo em musicalidade e poesia a multiartista Agda. “Apontar”, “Us Doidus”, “Ter Sidos” e “Poeira”, são os nomes dos quatro tempos que foram divididos com quatro canções.
Em “Apontar” é possível percorrer um trajeto musical andando pela feira, o rio Capibaribe e o Agreste. No tempo “Us Doidus” o sentimento de cortejo e carnaval desmanchando. Em “Ter Sidos”, ruas, lavadeiras, o horizonte de pano, entram em uma narrativa gostosa de ouvir com letras bem construídas avistando o último tempo, “Poeira” onde se retrata uma terra solta e quente, e também o fim da cartografia sonora.
Neste álbum, é possível ouvir parte da voz que diz o agreste. Agda é filha, neta e bisneta maternalmente de costureiras e paternalmente de poetas, desde criança compunha canções de ninar para o seu irmão Raimon. Com letras e paisagens, cada tempo tem seu relevo unidas a musicalidade e sensibilidade deleitável já conhecida do produtor, Juliano Holanda.
O folk cigano e violas marcadas por falas polifônicas, sons singelos unido à poesia singular, expressam no primeiro álbum de Agda uma sintonia entre música e escrita. O lançamento oficial será realizado na sua cidade natal, Santa Cruz do Capibaribe, no dia 13 de Novembro, em uma apresentação gratuita na Rua Grande.
Informações:
Lançamento do disco “Agda” – Palco Som na Rural Às 19 horas, 13 de Novembro de 2022 R. Grande, Santa Cruz do Capibaribe – PE Entrada Gratuita
Sobre Rodolfo Alves
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Marcas já podem reservar desfiles. Evento acontecerá em setembro no formato on-line. Confira:
Em 2021, vai acontecer o Estilo Moda Pernambuco (EMP), evento promovido pelo Moda Center Santa Cruz para divulgar a moda produzida no Polo de Confecções do estado. O EMP está confirmado para acontecer no mês de setembro e adotará o formato 100% on-line devido às restrições provocadas pela Covid-19. As marcas interessadas em reservar seu desfile já podem fazê-lo entrando em contato pelo telefone (81) 99268-2976.
O evento obedecerá a todos os protocolos de segurança e higiene conforme as orientações do Comitê de Combate à Covid-19 do Governo do Estado de Pernambuco. O foco serão os desfiles e a ampliação da audiência do EMP dentro e fora do estado.
INVESTIMENTO POR MARCA
O investimento é R$ 3 mil por marca, valor que abrange os custos com infraestrutura, produção de moda e styling envolvidos na realização do desfile, além da contratação de modelos.
“Acreditamos que o formato digital, totalmente focado na roupa e na comercialização, vai trazer bons resultados para os participantes. No momento em que estamos preparados para as vendas da alta temporada de final de ano e Verão, o EMP será mais do que nunca uma vitrine para nossa produção”,
Seu Minininho, síndico do Moda Center Santa Cruz
IMPACTO E AUDIÊNCIA GERADA EM ANOS ANTERIORES REFERENCIA O EVENTO PARA A PROXIMA EDIÇÃO
Mais de 100 mil pessoas já foram impactadas pelas quatro primeiras edições do EMP, transformando o evento numa verdadeira vitrine da produção confeccionista e dos talentos da região. Desde sua primeira edição, também conta com patrocinadores para acontecer. O Poder Público, instituições e marcas interessadas em adquirir uma das cotas de apoio ao evento devem entrar em contato também pelo (81) 99268-2976. Outras informações, em breve, no site do evento (www.estilomodapernambuco.com.br) e no perfil do evento no Instagram @estilomodapernambuco.
Sobre Rodolfo Alves
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Manifesto Sulanca: Já se pegou pensando em todos os temas e problematizações que fazemos a respeito de nossa vida cotidiana? A gente enaltece o trabalho e ao mesmo tempo reclamamos da cidade sem lazer, valorizamos a moda e no meio da pandemia nos faltam o trabalho das costureiras e costureiros para produzir. Sacralizamos o empreendedorismo e também nos doi essa lógica de endeusar uma divindade que requer tanto de nossa vida, nossos horários e nossa família.
Para expressar tantas questões que envolvem essa mistura toda de sentidos (na pele, nas costas, na rotina) é que o Manifesto Sulanca foi escrito por pessoas que fazem parte desse contexto.
MAS AFINAL O QUE É UM MANIFESTO?
[…] É “um texto que faz uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública [de algo] que está ocorrendo, normalmente de cunho político. Os manifestos destinam-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada ação. […]
“A cultura dos manifestos corresponde a uma “necessidade legítima dos artistas de conquistar um espaço nos meios de comunicação responsáveis por fazer a ponte entre suas ideias e o grande público”.”
apresentação geral do manifesto para mais atuantes do setor de vestuário local
Durante a quarentena de 2020, 7 pessoas entre acadêmicos, criativos, costureiras e profissionais liberais da cidade de Santa Cruz do Capibaribe em Pernambuco, passaram a se reunir para tecer conversas a respeito da vida no polo de confecções, mais especificamente na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a terra criadora da Sulanca.
reunião online – quarentena 2020
As reuniões que aconteceram online, seguiram como desdobramento da programação Fashion Revolution Digital, também em 2020, na qual a gravação de um episódio de podcast iniciou tais conversas e debates. Escute pelo Spotify dando o play abaixo:
O grupo se ouviu e expressou no Manifesto Sulanca dores e sabores necessários de serem vistos pela sociedade que participa desse contexto de indústria de vestuário no interior de Pernambuco.
O QUE TEM NO MANIFESTO
O Manifesto Sulanca trás 10 diferentes pontos que levantam questões importantes relacionadas ao trabalho, cultura, educação e valorização profissional de todos os envolvidos na cadeia produtiva do vestuário.
cartazes espalhados pela cidade desenhando novas paisagens geográficas pós pandemia do covid-19
Entre eles, destacamos 03 dos chamamentos: COLETIVIDADES, que reforça a importância de serem fortalecidas as narrativas de pertencimento coletivo como chave de unir pessoas no propósito de valorizar a Sulanca e chama para que sejam criadas condições de se agir coletivamente.
Já o chamamento 3 – QUEM FAZ A SULANCAcoloca em voga nomes e histórias de pessoas e corpos diferentes envolvidos em toda a cadeia de transformação têxtil, deste espaço e chama para que os interesses de todos e todas sejam dialogados.
entrevista para Rádio Polo FM – fevereiro de 2021
Um terceiro ponto importante entre os 10 chamamentos é para o chamamento: O ACHADO DA BOTIJA já no final do Manifesto Sulanca. Ele destaca as melhores qualidades da cultura local e as coloca na receita como ingrediente que nos diferencia de todos os outros polos de confecção pelo Brasil. A Sulanca é camaleoa e sabe naturalmente se refazer, é ligeira e como dizemos por aqui: desenrolada.
Justamente essa característica é o foco da energia para os caminhos que o Manifesto Sulanca pode incentivar a transformar.
A IMPORTÂNCIA DO MANIFESTO SULANCA
A importância do Manifesto Sulanca, para além de valorizar a história local, como também se dispõe, abre um marco importante na região, sinalizando um posicionamento claro e resistente da cultura local.
apresentação do Manifesto Sulanca para coordenadores da secretaria municipal de educação – Santa cruz do Capibaribe – PE – fevereiro de 2021
É esta cultura olhando para si mesma sem o viés externo, compreendendo dores e sabores de sermos quem somos e provocando pelo diálogo a construção de mais possibilidades para mais pessoas e sulanqueiros e sulanqueiras transformarem o mercado, a vida social, a cidade e a cultura.
Manifestar é algo muito necessário à natureza humana, e nós somos mesmo estes seres que se fazem e se refazem na conversa. Crescemos e mudamos quando conseguimos ouvir e falar.
E toda manifestação do que houver para ser dito é um presente de cura para quem fala, um presente de entendimento para quem ouve e um outro presente de troca para quem dialoga. Todos e todas crescem com o processo democrático de produzir a sociedade que queremos.
visita de entrega do Manifesto ao conselho administrativo do Moda Center Santa Cruz – fevereiro de 2021
IMPORTANTE RESSALTAR
O Manifesto Sulanca é uma ação coletiva, pública e política, e não está ligada a nenhum partido ou grupos partidários.
Assinam o Manifesto Sulanca: João Rocha, Jorge Feitosa, Karol Diniz, Rafa Monteiro, Rodolfo, Sandra Roberta, Thammy Farias. – Revisão textual do Manifesto Sulanca: Arthur Thomaz- – Design gráfico e diagramação: Virginia Guimarães –
foto histórica da feira da Sulanca em meados da décadas de 60 – 70 – acervo Adelmo Teotônio
Em breve o Coletivo Manifesto Sulanca também divulgará a programação de encontros e diálogos sociais em volta dos chamamentos. Acompanhe pelas redes sociais @oboxfashion.
Entrevista dos Manifestados na Rádio POLO FM em fevereiro de 2021
A imagem de capa desta matéria foi cedida por Adelmo Teotônio – pelo acervo da Exposição Nós Sulanca, a imagem foi manipulada para fins editoriais.
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
O Centro atacadista de compras abrirá para o público seguindo protocolo de segurança e higiene determinado pelas autoridades sanitárias.
O Moda Center Santa Cruz, maior centro atacadista de confecções do país, vai voltar a realizar feiras a partir de segunda-feira (10.08.20). A autorização para reabertura foi anunciada na tarde de ontem (6) em coletiva concedida pelo Governo de Pernambuco e faz parte da flexibilização e retomada das atividades econômicas diante do cenário de convivência com a Covid-19.
A retomada da realização das feiras, às segundas e terças-feiras, das 6h às 18h, segue o protocolo geral e o específico de segurança baseados em distanciamento social, higiene, monitoramento e comunicação do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19.
Sendo assim as medidas adotadas pelo Moda Center já estão disponíveis para conhecimento de comerciantes, clientes e público em geral nos canais de comunicação com links disponibilizados no final desta matéria.
CUIDANDO DE QUEM COMPRA
Não poderá haver aglomerações. Foto: Marketing Moda Center
Agora veja as principais ações do protocolo estão: a redução do número de acesso à área dos boxes e lojas, que passou de 48 para 10 pontos, sendo três na frente, dois em cada lateral e três na parte de trás; disponibilização de álcool em gel e aferição de temperatura corporal dos clientes em todas as entradas; uso de máscara obrigatória por todos que frequentarem as instalações do empreendimento; instalação, em locais estratégicos, de 20 pias com sabão e de toalhas de papel para procedimentos de higienização das mãos nas praças de alimentação e áreas externas; onde não for possível a lavagem das mãos, serão instalados totens com álcool 70% para frequente higienização das mãos; limitação de um vendedor por box, três vendedores e três clientes por loja; instalação de marcações no piso em frente aos caixas eletrônicos com o distanciamento exigido pelos órgãos de saúde (1,5 metro entre uma pessoa e outra) para distanciamento adequado nas filas; orientação e fiscalização, pela equipe de segurança, do uso de máscaras e não aglomeração de pessoas e mercadorias nos corredores entre os blocos.
LIMPEZA E HIGIENIZAÇÃO
Moda Center Santa Cruz reabrirá para o público mas é preciso que você esteja com atenção aos cuidados: ainda haverá reforço da limpeza de pontos de grande contato como corrimões, banheiros, maçanetas, mesas, cadeiras etc., e também desinfecção de corredores e áreas comuns com solução de água e hipoclorito e disponibilização de sabonete líquido e toalhas de papel nos banheiros para higienização das mãos.
“Durante o período de paralisação das atividades, iniciamos a avaliação do que precisava ser adequando em nosso espaço para a retomada do atendimento ao público, por entendermos a necessidade de equilibrar as ações de reabertura do Moda Center e os cuidados com a saúde de nossos colaboradores, condôminos e clientes. Mantivemos o contato permanente com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo de Pernambuco buscando orientações e atender todas as exigências para voltar a receber o público com todo o cuidado e responsabilidade possível, de forma segura, coordenada e organizada, com base nas orientações das autoridades de saúde e particularidades das atividades que realizamos”, afirma José Gomes Filho, síndico do Moda Center Santa Cruz.
COMO FOI ESSA RETOMADA
Fechado desde março deste ano e transformado em ponto de entrega de mercadorias às transportadoras vindas de várias partes do país desde o fim de abril, o Moda Center Santa Cruz já tinha divulgado para os seus condôminos um guia com as medidas de higiene, limpeza, proteção, organização e novas práticas operacionais que seriam adotadas.
O documento foi atualizado e está dividido em quatro partes: medidas adotadas pela administração; protocolos para os serviços de alimentação; medidas a serem adoradas pelos comerciantes e ações de comunicação. Confira outras ações adotadas pela administração:
Retirada de cadeiras da frente dos boxes, de forma que amplie o espaço de circulação e reduza os pontos de contatos com os clientes;
Manutenção das portas dos WC’s abertas para beneficiar a ventilação;
O acesso ao Setor de Atendimento ao Condômino (SAC) será controlado, com um número máximo de pessoas a serem atendidas simultaneamente. Serão instaladas sinalizações informando sobre o limite e o controle no acesso;
Medição diária de temperatura da equipe de colaboradores e prestadores de serviço;
Suspensão de ações promocionais e campanhas que promovam a aglomeração de pessoas nos corredores do Moda Center;
Uso dos meios de comunicação interna para informar sobre as medidas de higiene e precauções adotadas, seguindo as recomendações das autoridades sanitárias. A rádio interna divulgará boletins com informações e reforço das orientações e medidas preventivas que estão sendo tomadas.
PRAÇAS DE ALIMENTAÇÃO
Moda Center Santa Cruz reabrirá para o público e as ações de segurança sanitária vão também foram implantadas medidas específicas nas praças de alimentação do Moda Center, seguindo o protocolo determinado pelo Governo de Pernambuco. As principais são as seguintes:
Redução de 50% da quantidade de assentos nas mesas das praças de alimentação. Cada mesa permanecerá com apenas dois assentos, garantindo o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre clientes de mesas diferentes;
Recomendação de instalação de anteparos de vidro ou acrílico nos guichês de atendimento ao público para proteção das pessoas;
Uso obrigatório de máscaras pelos funcionários das lojas de alimentação, com cuidado especial na higiene dos alimentos e utensílios;
Fornecimento de álcool em gel para funcionários e clientes;
Manter distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, com demarcação no piso, nos locais de espera e filas de caixas;
Reforço da limpeza e desinfecção das superfícies mais tocadas e banheiros a cada duas horas e também antes do início do expediente;
Organizar os cardápios de forma a serem plastificados ou impressos em material que possibilite a higienização após cada atendimento;
Priorizar sachês individuais quando do oferecimento de temperos, palitos de dente e adoçantes;
Na modalidade autosserviço (self-service), os estabelecimentos devem disponibilizar luvas de plástico descartáveis no começo da fila, antes de pegar as bandejas e/ou pratos para que os clientes possam se servir. Os talheres devem ser disponibilizados em embalagens individuais;
Limpar e higienizar mesas, cadeiras, superfícies de comer (bandejas) após o uso de cada cliente. Desinfetar com produtos à base de cloro, álcool, fenóis, quaternário de amônia ou álcool a 70% líquido ou gel.
ORIENTAÇÕES PARA QUEM VENDE
Foto divulgação – Blog do Moda Center
A administração do Moda Center Santa Cruz também orientou os comerciantes a adotarem as seguintes ações:
Limitar um vendedor por box e três vendedores e três clientes por loja. É necessário sinalizar, em local visível, o número máximo de clientes permitido dentro de cada loja, respeitando o número de três clientes por unidade;
Limpar e desinfetar as superfícies de balcões para a venda de produtos várias vezes ao dia;
Disponibilizar álcool em gel para uso dos funcionários e clientes;
Fornecer máscaras aos funcionários, que devem ser usadas inclusive no deslocamento do trabalhador (casa-Moda Center-casa);
Se possível, implantar a medição de temperatura de funcionários;
Evitar o uso de dinheiro. Dar preferência a maquinetas para uso de cartão (débito ou crédito). Os aparelhos devem ser higienizados periodicamente;
Suspender de ações promocionais e campanhas que promovam a aglomeração de pessoas ou distribuição de material que possa ser vetor de contaminação da Covid-19;
Se algum trabalhador apresentar sintomas de gripe, febre, tosse, coriza ou dor no corpo, é recomendar que fiquem em casa e procurem atendimento;
Sugerir que os clientes evitem fazer compras acompanhado por idosos, crianças, mulheres grávidas e pessoas com doenças crônicas;
Utilizar de canais on-line para continuar atendendo clientes que ainda tenham a movimentação restringida.
“Todos nós devemos contribuir e continuar tendo consciência do nosso papel para a contenção um novo avanço da Covid-19. É preciso que cada um assuma o compromisso com as ações recomendadas. Juntos, envidaremos esforços para a proteção da saúde das pessoas e recuperação da nossa economia”, completa José Gomes Filho.
As medidas previstas podem ser complementadas e/ou alteradas, a qualquer momento se houverem novas orientações dos órgãos competentes. As medidas completas podem ser acessadas no Blog do Moda Center.
Confira abaixo mais informações anunciadas no programa Moda Center no ar desta quinta-feira dia 06.08.20 clicando aqui
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
A terceira semana de julho já está marcada em nossos calendários como a a semana do Estilo Moda Pernambuco, que realizaria sua quinta edição em 2020. O evento que virou a principal vitrine de moda no interior do estado precisou em 2020 ser cancelado em razão da quarentena pelo Covid-19.
Neste sábado dia 25 de julho, o evento receberia o desfile do projeto Coletivo Criativo, projeto este que mobiliza marcas populares dos boxes do Moda Center Santa Cruz, para desfilarem também na passarela do evento.
O projeto iniciado em 2018 desfilou duas vezes no evento e faria sua terceira apresentação nesta edição.
Além dos desfiles, o projeto criou diversas ações para os comerciantes, envolvendo divulgação e estratégias diferentes para as marcas serem vistas durante o evento. Estas tornaram possíveis para pequenos produtores de marcas locais o acesso ao evento bem como a diferentes formas de exposição de seus produtos, envolvendo a contação de suas histórias e trajetórias de vida com o trabalho na confecção e comercialização de vestuário. Durante as atividades o projeto realizou exposição fotográfica, ensaios fotográficos , stande de vendas, ações com influenciadores, fashion film, também assinamos uma campanha institucional para a divulgação do Moda Center Santa Cruz e fizemos muito mais.
Durante todas as atividades, gravamos os corres que fizemos para realizar o projeto e documentamos nossa história também enquanto coletivo. O documentário iria apresentar um resumo das duas últimas edições validando a importância do Coletivo Criativo para a cena de moda local com depoimentos dos comerciantes que participaram e também dos que iniciaram o projeto. Decidimos que nossa presença, mesmo que virtual no dia de hoje deveria permanecer junto de todos e todas que estão com saudade do EMP e sonhando que quando a quarentena acabar, possamos voltar a nos ver nos bastidores e na passarela do evento.
Confira o Documentário produzido pelo Coletivo Criativo e também nos créditos os nomes de quem faz parte desse lindo projeto. Até breve! Olha o pesado!!!
Você pode compartilhar esse vídeo diretamente no Youtube ou com o link desta matéria para que mais pessoas vejam o projeto.
Agradecimentos: Moda Center Santa Cruz – Equipe Estilo Moda Pernambuco
Confira aqui outras notícias sobre o Coletivo Criativo:
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Chegamos aos 5 anos de trabalho com criação de conteúdos online e prestação de serviços diversos em assessoria de moda, aqui no agreste de Pernambuco. E esses 5 anos de Box Fashion em comemoração online, no meio da quarentena precisava ter nomes incríveis que fazem parte dessa história.
Durante todo o dia 13 de abril recebi convidadas especiais para celebrar esses 5 anos de estrada e também é claro procurar atualizar o público de seguidores nas redes sociais com olhares e perspectivas diversas sobre a moda nos dias de hoje e as perspectivas do futuro. Acompanhe as conversas que tivemos nas lives do Instagram, publicadas no Youtube.
CRIAÇÃO DE CONTEÚDO DE MODA E SOLIDARIEDADE COM MARI MANIA DE OLHAR
Conversa com Mariana França do blog Mania de Olhar, sobre quando tudo começou para ela, sendo o primeiro blog de moda no interior do estado a publicar conteúdos locais da industria do vestuário na cidade de Santa Cruz do Capibaribe e apontamentos diversos a respeito de solidariedade em tempos de quarentena, que a blogueira vem desenvolvendo junto aos seguidores durante a pandemia do COVID-19.
RESILIÊNCIA E CRIATIVIDADE NO AGRESTE COM VALDERIZA PEREIRA
Inspirador foi o bate papo com a costureira, jornalista e estilista Valderiza Pereira de Toritama – PE. @rdofoo conversa com a Val sobre diversas facetas de seu trabalho e seu viés politizado e consciente de ser resiliente como comunicadora e estilista em tempos sombrios como o que estamos passando em 2020. A conversa foi para lá de inspiradora.
OS DESAFIOS PARA O POLO TÊXTIL DO AGRESTE PERNAMBUCANO PÓS PANDEMIA COM NESTOR MADENES
Com ampla experiência no mercado de moda nacional, o editor de moda Nestor Madenes dividiu com @rdofoo um papo honesto sobre os desafios para a moda do polo de confecções do agreste de Pernambuco, num mundo pós pandemia do covid-19. Em quarentena no sítio da família Nestor topou fazer uma live descontraída enquanto se cuida, chupando manga e dando um tapa na pantera. Ícone, ícone, ícone.
RAFA MONTEIRO E SUAS VISÕES OTIMISTAS DE UM FUTURO BOM, CHEIO DE POSSIBILIDADES
A conversa com Rafa Monteiro rendeu entusiasmo para encarar o futuro. Entusiasta da sustentabilidade, economia circular e resignificação do comportamento de consumo, a publicitária pernambucana fala com @rdofoo de sua visão otimista para o futuro. Um bate papo revelador de novas possibilidades sim.
MODA NA PRÁTICA E PROCESSO DE CRIAÇÃO 360 COM INABEL RAMOS
Inabel Ramos conta como funciona um processo de criação e ajustamento de marcas para performarem com melhor desempenho da criação de produtos até a comunicação com o público. Um bate papo com o case de uma marca atendida pela profissional, com reformulação gradual de processos criativos e posicionamento para o mercado.
VIVIANI SORATTO CONTA TRAJETÓRIA NA CRIAÇÃO DA AMAZING MODEL A EVOLUÇÃO DO MERCADO
A conversa com Viviani Soratto, diretora da Amazing model foi pura nostalgia, quando lembra sua trajetória pessoal no mercado de modelos. Das experiências no sul do país até sua chegada em Recife e criação da agência, que já no segundo ano de criação atua com operação internacional. A agência completa esse ano 10 anos no mercado e atuando do interior ao litoral, bem como em todo território, junto dos maiores eventos de moda do país. Ao final Vivi fala sobre o funcionamento atual da agência como seleciona novos talentos para o trabalho de modelo.
RELACIONAMENTO COM CLIENTES NA QUARENTENA E OUTRAS DICAS COM HEVELLY CAVALCANTE – dia 14.04
Publicitária, influenciadora digital e criadora do maior evento de marketing digital do interior de Pernambuco, Hevelly Cavalcante está a frente do seu tempo na cena empreendedora e trouxe dicas experts para as marcas continuarem o relacionamento com clientes durante a quarentena. Além de dicas de como você aparecer nos stories para influenciar seu público. Um bate papo enriquecedor e relevante. (a informação de sorteio gratuito no final da live estava válido apenas durante a transmissão ao vivo no dia 14.04.2020).
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Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Aqui no interior o surto do COVID – 19 até a data de hoje (17 de março de 2020) se mantém como preocupação, em tempo de nos planejarmos para os momentos que podem desencadear mais problemas nas rotinas de vida e na economia local. Pesquisando tantas informações na internet resolvi juntar algumas delas aqui para lidarmos com o coronavírus e pensar melhores formas de como a moda e indústria local podem se proteger do surto do coronavírus.
SITUAÇÃO LOCAL – AGRESTE
Em todo o polo de confecções diversos espaços comerciais de circulação pública de muita gente, tem se posicionado a respeito da manutenção ou suspensão das atividades e feiras comerciais como, por exemplo, o Moda Center Santa Cruz e prefeituras e governo do estado tomando medidas preventivas com suspensão de aulas entre outras ações. Segundo o G1 Caruaru e Região, em Pernambuco já são 18 casos confirmados do coronavírus.
SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE (atualizado)
Print do Blog do Ney Lima
Noticiado pelo blog do Ney Lima as feiras no maior centro de confecções do Brasil, o Moda Center Santa Cruz, serão mantidas na próxima semana em acordo unânime firmado entre autoridades da Câmara Municipal e prefeitura da cidade junto com associação comercial e industrial + administração do condomínio Moda Center.
Citação do prefeito Edson Vieira – print do blog do Ney Lima
Já segundo informações no Blog do Bruno Muniz uma nota emitida na segunda-feira reforça as precauções que serão tomadas em âmbito local para prevenção e acompanhamento dos riscos ao surto, assim diz a nota conjunta, copiada em parte, do blog citado:
1 – Ampliaremos os monitoramentos diários e ações do Comitê Municipal de Prevenção a COVID-19 pela gestão municipal; 2 – As entidades citadas tomarão medidas preventivas e de colaboração às ações necessárias ao enfrentamento da pandemia conhecida. Diante do cenário atual, está mantido o funcionamento de feiras. Serão realizadas avaliações diárias, caso haja necessidade de novas recomendações, serão avisadas com antecedência.
Outro evento ligado a moda local é a AgresteTEX, feira de máquinas, serviços e tecnologia têxtil realizada em Caruaru, teve esta edição que seria realizada entre 24 a 27 de março, reagendada para o período de 27 a 30 de outubro de 2020. Confira no site da AGRESTETEX clicando aqui.
Foto divulgação no site da feira
TORITAMA
E na cidade do jeans a programação do Festival do Jeans informou pelas redes sociais sobre o adiamento do evento, que seria realizado de 29 de abril a 2 de maio, e agora foi remarcado para os dias 6, 7 e 8 de agosto de 2020. A cidade desde domingo (dia 15) já conta com um caso suspeito de contaminação por coronavírus, e segundo a nota da prefeitura publicada no site da Rádio Cultura Nordeste o caso suspeito está sendo avaliado e passando por testagem, no aguardo dos resultados dos exames.
COMO A MODA TEM REAGIDO AO SURTO DO CORONAVÍRUS PELO MUNDO
Um período de impacto significativo na indústria da moda pelo mundo. A chegada do coronavírus tem gerado grandes desafios para a indústria da moda que, tendo uma cadeia produtiva ligada por diversas partes em processos diferentes e partes diferentes do globo como a produção, comercialização e consumo de produtos de moda, populares ou de luxo, irá sofrer quedas nas vendas. Ao mesmo tempo que o período de quarentena em vários países levará o consumidor a reforçar seus valores sobre o que é importante e relevante na cultura consumista que vivemos.
CHINA
Na China, país que reforçou a economia com a produção massiva de bens de consumo, guiada em grande parte pela exploração precária do trabalho, tem se preocupado com a epidemia justamente por ser ela hoje a maior responsável pelo aumento do capital grandes marcas desde 2018. As péssimas previsões de crescimento para o primeiro trimestre do ano estão diretamente ligadas ao COVID – 19. Outra dificuldade gerada é a suspensão das festividades do ano novo chinês, um feriado que dura 7 dias, com grande volume de migração no pais, que afetará o consumo de bens de luxo. Com informações de Gabriel Green Fusari para o FFW.
MODA E UM CONVITE AO REPENSAMENTO DAS PRÁTICAS DE CONSUMO E PRODUÇÃO DEPOIS DO CORONAVÍRUS
No que diz respeito a dimensão das tendências, nós precisamos pensar em como todas as notícias, medidas preventivas e conteúdos a respeito do vírus irão impactar nossa mentalidade a respeito do que realmente é importante para nós e para o planeta. Coletividade, senso de responsabilidade com a comunidade e outros valores serão reforçados entre as populações que já estão em quarentena.
Por ser a moda refém de processos cada vez mais globalizados, onde uma peça é construída por muitas mãos em partes diferentes do planeta, a fala da cantora Cardi B aponta uma preocupação com essa moda em rede quando cita:
Muitos de vocês, filhos da puta, acham que é uma brincadeira como eu estava pensando (…). Adivinha o quê? Seu bolso não é, porra! Muita merda vem da porra da China. Se você está se perguntando por que seus pacotes da Fashion Nova não chegaram… Adivinha? Coronavírus! Coronavírus! Estou lhe dizendo que essa merda é real”.
https://www.youtube.com/watch?v=sE3ZlBiTH8Y
Ao final do dia a descoberta que estamos todos ligados numa teia complexa de têxteis, nos mostra o poder dessa união o perigo iminente que ela também tem sobre nós.
Parar, será para todos nós o maior desafio, reavaliar nossas fantasias de prosperidade capitalista e crescimento econômico sustentado na exploração predatória da natureza, diminuir o ritmo, crescer dentro do possível e refazer práticas.
Em citações para o FFW a pesquisadora de tendências Li Edelkoort reforça esse pensamento filosófico a respeito do convite ao novo, nesse tempo de parada.
“Estamos numa posição de ter uma página em branco para um novo começo”
A frase tem sido compartilhada nas redes sociais. Salvos os atrasos no acesso às práticas e comportamentos naturais na assimilação entre uma cultura e outra, uma região e outra, por aqui… nosso interior terá um desafio gigante para enfrentar os próximos dias.
Ainda muito reféns de uma comercialização de produtos de moda em sua maioria presencial, dificuldades sistêmicas no acesso as performances da era da informação… garantir que a permanência do funcionamento das feiras nessa nova ambiência de cuidados e medos será mais um item para levarmos em conta nas nossas atividades de rotina em quais quer que sejam os setores de atuação na moda local. Um convite a criatividade.
MEIO AMBIENTE
Quem imaginava que a solução possível para aprendermos sobre auto cuidado planetário estaria num vilão tão pequeno?
LEITURA FEITA POR SATÉLITE COMPARA A POLUIÇÃO DO AR NA CHINA DE JANEIRO E FEVEREIRO / REPRODUÇÃO
NA SUA EMPRESA
Aqui algumas dicas de como sua empresa cuidar para a contenção do corona vírus e manter resultados viáveis:
1 – a comunicação precisa ser apoiada para continuar funcionando bem. Da mesma forma como se os funcionários estivessem trabalhando lado a lado. Utilizar o trabalho remoto quando possível é o mais recomendado. Aplicativos como o WhatsApp oferecem ligações por vídeo e em caso de reuniões o app ZOON tem ótimas opções de performance.
2 – com os clientes é importante manter ativos todos os canais de comunicação possível e aplicar o atendimento para efetivar vendas usando cada vez mais ferramentas online. Melhorar o atendimento de abordagem dos vendedores para o digital é uma necessidade crucial de ser aperfeiçoada. Atender e vender pelo WhatsApp por exemplo, serão importantes canais de manutenção das vendas.
3 – saúde – dispense imediatamente funcionários doentes. E incentive a busca por informações precisas. Caso consiga, convide profissionais de saúde para presta esclarecimentos a todos e todas. Seja transparente com as informações e comunique a todos e todas sobre funcionários doentes, sem alarde.
4 – observe sua capacidade de planejar férias coletivas antecipadas e os provimentos da empresa para tal ação desde já, entre outras medidas.
5 – distribua entre os funcionários produtos de higiene como o álcool gel ou tenha espalhados pela empresa produtos que facilitem o acesso aos cuidados.
6 – disponibilize aos funcionários que tem maior contato com o público (vendedores e vendedoras), máscaras e álcool gel 70, e oriente o uso durante todo o expediente. É importante consultar a obrigatoriedade de EPI’s com especialistas no assunto.
PERGUNTAS
Como você acha que o coronavírus pode impactar a moda local?
Sua empresa está preparada e planejada para dar conta de um período de baixa?
Quais ações você tem tomado para que sua empresa seja apoio aos funcionários no meio da pandemia?
Sua empresa está se comunicando com os clientes sobre o coronavírus de forma correta?
Como a moda e indústria local podem se proteger do surto do coronavírus? Alguma sugestão?
Sobre Rodolfo Alves
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
Na Semana Fashion Revolution 2020 o movimento irá abordar os temas: consumo, composição das roupas, condições de trabalho e também incentivar ações coletivas
O movimento global Fashion Revolution luta por uma indústria da moda mais limpa e justa. No Brasil, registrado como instituto, propõe temas para serem debatidos ao longo do ano e durante a Semana Fashion Revolution – principal campanha que acontece de 20 a 26 de abril. Este ano os temas de campanha são: Composição, Condições de Trabalho, Ação Coletiva e Consumo.
“Os temas representam uma visão sistêmica do problema e apontam possibilidades para que as soluções sejam trabalhadas.”
diz Fernanda Simon, diretora executiva da organização.
A mensagem se baseia na questão do consumo global de moda que continua a ganhar velocidade em níveis insustentáveis na cultura de descartabilidade. Em todo o mundo são produzidas inúmeras roupas, a partir de materiais não sustentáveis, muitos dos quais acabam incinerados ou em aterros.
O Fashion Revolution 2020 prega que é necessário repensar todo o sistema, passando de um modelo construído sobre o consumo excessivo e a descartabilidade para um modelo circular, onde os materiais e produtos podem ser utilizados por muito mais tempo.
A maior parte das roupas são feitas de materiais e processos que requerem a extração de recursos naturais não renováveis e produzem impactos ambientais negativos consideráveis. O poliéster, por exemplo, representa cerca de 60% da produção global de fibras, e utiliza cerca de 342 milhões de barris de petróleo por ano. Não é sustentável que a indústria do poliéster continue utilizando recursos virgens em sua produção. Desde a criação dessa fibra em 1941, a utilização do poliéster vem crescendo exponencialmente na indústria da moda, e ao considerar que essa fibra pode levar até 400 anos para se decompor, todo o poliéster produzido nos últimos 80 anos ainda existe em algum lugar do planeta.
Para estimular mais transparência e informações sobre a composição das roupas, o Fashion Revolution 2020 lança a hashtag #DoQueSãoFeitasMinhasRoupas, para assim aprofundar o debate sobre a maneira como as roupas são feitas.
Sobre a questão das condições de trabalho, há mais pessoas escravizadas hoje do que nunca antes na história. Milhões de pessoas são forçadas a trabalhar, com baixos ou nenhum pagamento, e sob ameaças e violência. Do trabalho infantil nas plantações de algodão ao trabalho forçado nas fábricas de vestuário, a indústria global da moda é uma das que mais contribuem para a escravidão moderna, mas este continua a ser um crime oculto.
O Fashion Revolution 2020 incentiva maior transparência na cadeia de valor, do campo à fábrica e para os centros de distribuição, a fim de eliminar as diversas formas de exploração.
O PODER DE AÇÕES COLETIVAS
Assim como os temas complexos de consumo, composição e condições de trabalho, o Fashion Revolution 2020 também se debruça no poder das ações coletivas, entendendo que ações individuais são importantes, mas não são suficientes para trazer a mudança sistêmica necessária a fim de acabar com a exploração das pessoas e do planeta. O que não se pode alcançar sozinho, pode ser defendido coletivamente, tanto para produtores da cadeia de valor, quanto para consumidores e ativistas. As pessoas que fazem as roupas estão mais aptas a conseguir melhores salários e condições quando têm uma voz coletiva no local de trabalho. É por isso que os sindicatos são uma força crucial para a mudança.
Com a Semana Fashion Revolution 2020 o movimento alcança uma nova proporção ao promover debates aprofundados e envolver outros atores da sociedade para marcar a história da moda rumo a um setor mais transparente, ético e limpo. Faça parte da revolução. Seja Curioso. Descubra. Faça algo!
Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion
Esta é uma matéria que atualiza outra. Anteriormente em dezembro de 2017 eu escrevia sobre 7 fotógrafos de moda para conhecer no polo de confecções e hoje para celebrar o dia do fotógrafo, da fotógrafa e da fotografia, refiz a lista me convidando a ver o cenário da fotografia em si, permeada pelos talentos locais, por isso o título desta atualização é Fotografia de moda no agreste Pernambucano.
Em 2017 minha preocupação era brifar talentos, mostrar eles ao mundo, e dizer que no interior do estado haviam nomes que significavam essa nova levada de criativos fazendo a moda local. Hoje, depois de dois anos os talentos até mudaram de nome, alguns não estão mais na carreira clicando, outros mudaram de segmento e novos nomes entraram para lista, bem como merecem ser citados quem continua a labuta de fotografar os looks das marcas locais.
Vamos então deixar a lista de nomes para o final, e antes disto pensemos como a fotografia de moda está funcionando enquanto mercado local.
Empasses atuais e valor profissional
Na matéria anterior ouvi os profissionais listados a respeito dos empasses que lidavam e me pergunto se hoje esses empasses foram superados. Receio que não. Como eu lido diretamente com esses profissionais, ainda acompanho o dilema da valorização dos talentos da fotografia, quando por exemplo, o assunto é orçamento e valor pelo trabalho.
Muitas vezes o olhar para estes profissionais se coloca no esquema do fast photo (relativo a fast fashion), que para atender demandas muito rápidas de produção da comunicação, sempre tem no escopo: muitas fotos, produção básica, edição rápida e remuneração mínima, onde para ter acesso a um valor maior, alguns profissionais oferecem mais quantidade de cliques, com edição ainda mais básica para uma entrega que acompanhe a velocidade por exemplo, das redes sociais.
Por falar em redes sociais, este é outro ponto que a meu ver está posto para levar os clientes a questionarem a validade do trabalho de fotografia profissional, uma vez que clicar com a prima da tia, num iphone pode ser mais ágil e mais barato que ter uma produção fotográfica profissional, a ponto de garantir a rapidez monstruosa que as redes ilusoriamente demandam (a gente sabe que marketing de conteúdo é outra história; o fast post também é um engodo, cá pra nós.)
Tendo tais pontos arrodeando o trabalho da fotografia de moda enquanto mercado na região, quais as saídas que eles e elas tem encontrado para se posicionarem aos clientes, aos concorrentes e a si mesmos?
Acompanhe as citações de cada um dos profissionais citados nas redes sociais do Box Fashion @oboxfashion.
Classe profissional e senso coletivo
Em 2019 um grupo de parceiros criativos (me incluo), juntou-se a/na CDL Santa Cruz para criar a então Câmara setorial de moda e criatividade, na ocasião eu claramente percebi que esse seria um trabalho muito inicial, justamente pelo feeling de entender nossa inabilidade (me incluo) de nos vermos enquanto setor coletivo unido (estrategicamente me refiro).
Fizemos diversos convites, encontro de formação da câmara e WhatsApp indo e vindo, para conseguirmos juntar (formação atual) 5 profissionais divididos em várias áreas. A da fotografia inclusive até hoje sem nenhum representante específico.
O que isso significa? Por que não conseguimos institucionalmente ou não, formarmos grupos ativos de colaboração estratégica para performar no mercado?
Segundo Sandra Roberta que é cientista social e pesquisadora do polo de confecções pela UNICAMP:
Sandra Roberta
“…a ideia de ações coletivas no Polo de Confecções é ainda muito insipiente e historicamente não se observa tal tradição. Obviamente temos que considerar a importância das diversas atividades desenvolvidas pelas associações empresariais; no entanto, no que se refere às outras categorias ainda não é possível brindar grandes êxitos.
E não quero dizer com isso que já não existam intentos significativos. Pelo contrário, é possível identificar vários/as atores e atrizes que tentam construir no dia a dia espaços de discussão, reflexão e coletividade. E apesar de pontuais, tais ações são de suma importância para desenvolver na população do Polo de Confecções o senso de coletividade.
É cada vez mais urgente sair dos espaços privados onde a preocupação se encerra apenas na produção/venda da confecção e sobrevivência familiar e começar a participar ativamente dos espaços coletivos, colocando nas pautas das discussões as problemáticas que atingem a todos/as, a fim de conquistar melhorias no âmbito pessoal,profissional e social. “
Outro ponto aberto na mesa para pensarmos é a seguinte questão: por que fotógrafos e fotógrafas de outras cidades tem sempre o valor agregado de um status maior que os talentos internos? Como essa tecitura se cria? O que esses profissionais de fora tem a nos ensinar sobre essa relevância de valorizar o próprio trabalho? Seriam cases de marca pessoal para a Débora Alcântara do Tudo Orna? Esse curso eu perdi.
Concorrência: a fotografia no atacado ou fast photo
Outro aspecto que circula o setor para além do desencontro estratégico enquanto classe, é a concorrência. Mesmo tendo um número quase infinito de marcas como potenciais clientes, mesmo com agendas lotadas durante o dia e noite com cargas de trabalho que beiram a exaustão física, emocional e mental, o setor se comporta repetindo no mercado da fotografia o mesmo pensamento da feira: vender muito e vender barato. Algo como fotografia no atacado. Deixando brecha para que a barganha estando no preço, nada precise ser feito de muito significativo ou criativo enquanto imagem de moda.
Nem vou citar aqui, o entendimento geral de que fotografia de eventos é mais valorizada que a fotografia de moda.
Ai ponha na lista os cursos de fotografia no celular que tem surgido por aqui, as inovações tecnológicas e a cultura de capital que pensa sempre o talento como um número no orçamento, antes de significar a entrega do valor simbólico e o resultado para a marca.
Valor simbólico X look book
O valor simbólico de uma fotografia de moda para a comunicação de uma marca, cria no consumidor o senso estético e o apelo necessários não apenas ligados ao interesse superficial da venda do produto em si.
Em tempos de marketing regido pela esfera do relacionamento (digital ou não), as histórias para contar que possam envolver os consumidores e lhes significar, reverberar para além dos sensos comuns, é algo que ainda não vemos com frequência nas marcas às margens da PE que corta o polo de confecções… uma necessidade que a minha geração tem tentado atender.
Dito isto, pense no exemplo da propaganda de calça jeans: sempre com uma modelo branca seminua, deitada na praia, a calça molhada, segurando os seios, com um homem branco malhado, segurando ela por trás sensualmente, e sorrindo como quem assiste ao Winderson Nunes no You Tube. Você já viu essa cena em quantas marcas de jeans?
Esse é o espaço criativo que a fotografia de moda, ainda não consegue ocupar. Não por limitação técnica dos profissionais, inclusive há muitos bons nomes e trabalhos muito significativos por aqui. Porém a excelência e relevância de tão poucos se perde no meio de tanto look book.
Nestor Madenes, fashion editor com vasta experiência inclusive com marcas locais reforça esse sentimento a respeito do momento atual na fotografia local:
Nestor Madenes
“A imagem de moda ainda não está consolidada. Outro polos como Brusque e também no Ceará podem ser listados com cases de marcas que já performam nesse direcionamento.
A imagem de catálogo é extremamente funcional ao que se propõe. Clicar e vender de forma ágil é super eficiente, mas isso diz respeito a comercialização de itens e não de ideias e isso não é imagem de moda.
O que sinto falta são os conceitos fashion, que vem antes até mesmo da fotografia em si. Nada acontece sem fundamento ou um referencial. Se o interesse é apenas a venda, o mercado performa bem. Mas essa cena já está anos luz em transformação mundo afora.”
Ponderações
Quando vim escrever esse texto e revisar a matéria de 2017, no último parágrafo da mesma eu sinalizei alguns pontos colocados nas escutas em diversos bastidores, que nos afligiam dois anos atrás. E sabe porque eu disse no início desta matéria que receava o cenário não ter mudado muito? Por que ele não mudou.
Vou repetir aqui os pontos listados desta vez em forma de tópicos, para ser mais lúdico e pensarmos juntos se eles permanecem ou se são coisas da minha cabeça:
medo da inovação estética por parte das marcas (e daria tempo?);
desvalorização da profissão pelos empresários que não percebem o valor agregado de uma boa foto;
a repetição de conceitos criativos pasteurizados que limitam a experimentação do novo (aquela foto da peça no tapete com florezinhas de plástico, o cabelo escovado e liso, a mesma pose, o mesmo homem fortão e a mesma gostosona de sempre);
e mais uma arara de problemas pendurados que são deixados de lado pela correria das vendas.
Então façamos outro questionamento a partir de uma fala bem grosseira que sempre resolve todo dilema com o seguinte clichê: “
“Como assim as fotos precisam ser boas?, eu faço no celular com minha filhinha de 4 anos e minhas peças vendem como água”.
E tá errado? Não está. Pensando em contextos o cliente que ainda tem esta visão, muito certamente pertence a um grupo de empreendedores, com uma visão do trabalho de moda ainda carente de entender a diferença básica entre preço e valor.
Isto também sinaliza a inabilidade da classe profissional de educar o público. Fomentar cursos de fotos no celular, é o tipo de tiro no pé que vem se repetindo comumente na mesma lógica da feira, preço acessível, curso rápido e etc. Soluções rasas para demandas profundas. Um talento do capitalismo.
É sempre importante pensar no contexto, para que fique claro que minha fala aqui não se trata de pessimismos, nem de azedumes arianos. Eu inclusive imagino que no mercado deva haver espaços para o maior mix de possibilidades criativas, inclusive com a fotografia de celular. Soluções são soluções e para quem empreende com a faca nos dentes como é no Brasil, quanto mais rápido e mais barato: melhor para quem faz.
O que ocorre nesta matéria de ser provocadora do pensamento e de reflexão quanto ao trabalho da fotografia localmente, é que estes empasses hora ou outra vão precisar ser olhados de frente. Pelas marcas, pelos profissionais e também por quem usa a nossa moda. Um ponto que já daria outra matéria: o público como variante desses empasses.
O quanto antes essa conversa começar, mais conseguiremos alinhar algo de sustentável para quem produz e para quem clica. No final das falas, o que teremos possivelmente pode ser uma imagem estonteante de moda, sedutora na medida certa do público a que se destina. E bem feita ao ponto de ser vista e pensada enquanto estilo de um talento que aperta o botão atrás da câmera.
Com todos os empasses e questões abertas, o Box Fashion tem como interesse fundamental de ser espaço de construção e diálogo, para criar novas formas, questionar e pensar a moda local. Agora vamos conhecer quem faz a fotografia de moda no agreste pernambucano. Mas acredite, ainda tem deles que precisam vender os jobs dizendo que está no começo da carreira.
Conheça quem faz fotografia de de moda no agreste pernambucano
Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.
A Universo Têxtil é uma das empresas para a qual trabalho como prestador de serviços na área de marketing e comunicação. Hoje vim apresentar esse Portfólio de produção fotográfica como parte do trabalho que começamos a realizar, uma ideia listada como a Coleção de inspirações. Um produto e serviço que apoia comerciantes clientes da loja a melhorarem em suas confecções a oferta de produtos.
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
A Coleção de Inspirações dispõe de looks produzidos para inspirar. Usando os tecidos que são matéria prima vendidos na loja, a coleção de inspirações oferece diversos looks para os clientes poderem produzir, dispondo dos tecidos para vendas, com maior e melhor apelo fashion e junto da ideia, a entrega gratuita da modelagem digitalizada em arquivo para corte pelo sistema Audaces.
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
A primeira coleção que produzimos contou com o trabalho criativo de Thalita Ferreira, modelista da cidade, que desenhou as peças para a temporada de inverno 2019, tendo como base o tecido recém chegado na loja, o moletinho ecológico, de grande apelo sustentável.
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
A ação gerou ótimos resultados para a loja, criando a chance de fortalecer o relacionamento com os clientes para além da venda dos produtos, e agregando valor com a resolução de problemas que muitos vivem no dia a dia de uma confecção. A maioria dos clientes na região atendida pela loja, comercializam seus produtos no Moda Center Santa Cruz, numa produção de fast fashion de baixo custo e alta rotatividade.
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
“A conveniência de ter a modelagem digitalizada e a peça piloto pronta para nos inspirar foi de grande valia. Já adianta nossa rotina de trabalho.” Conta uma das clientes atendidas pelo serviço.
Confira as fotos do portfólio de produção fotográfica e compartilhe!
Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Layssa Souza e Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes Bruno Jordão para Universo Têxtil – Foto Ricardo Menezes
Portfólio de produção fotográfica > BASTIDORES
Em ação, corrigindo os últimos detalhes para o clique perfeito Em ação, corrigindo os últimos detalhes para o clique perfeito
Veja também outros trabalhos no portfólio de serviços do Box Fashion. Clicando aqui.
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