Arquivo para mulher - Rodolfo

Coleção Vista Margarida uma narrativa da moda e mulher do campo

Coleção Vista Margarida uma narrativa da moda e mulher do campo | Como vocês já devem saber o Box Fashion sempre procura fuçar o mundo da moda em busca de talentos genuínos e trabalhos admiráveis para os olhos e para a alma. Meu interesses é fomentar e informar sobre o que mais além do trivial se pode fazer da moda, em moda e para a moda. Nessa busca fomos apresentados por Bruno Melo, ao projeto de seus amigos em Campina Grande chamado Vista Margarida da marca Esqueleto de flor. De nossas conversas via WhatsApp e Facebook a pontinha do barbante descortinou uma obra maravilhosa de encher os olhos e corações de quem o ver. E é claro que de cara tudo isso precisava marcar presença aqui no site e em nossas redes sociais.

 

ESQUELETO DE FLOR A MARCA

Fotografia: Rickson Riccelli

Falar sobre a marca é citar a coleção que tem como inspiração a simplicidade do interior, da mulher do campo e das mudanças que esse cenário vem sofrendo. Foi construída com elementos simples e compostos ao mesmo tempo e tem, além de uma mistura inusitada de tecidos, que está o DNA da marca, cores que fazem referência ao campo, à terra, ao sangue que foi derramado por Margarida [Maria Alves] e no movimento que dessa figura nasceu: a Marcha das Margaridas. “A Vista Margarida é bastante colorida, pois quis retratar a força que vem dessa mulher e sua história, que mesmo sendo trágica, é cheia de esperança, alegria e diversidade.” diz Jefferson de Souza, Diretor Criativo da Esqueleto de Flor.

 

O PROJETO 

Fotografia: Rickson Riccelli

O Vista Margarida além de uma coleção de roupas é um projeto que celebra a liderança feminina na zona rural nordestina, criando novos olhares para essas pessoas que historicamente tiveram uma vivência de dor, sofrimento, ignorância e passividade e, por isso, procurou aliar-se com organizações que são movidas pelas mulheres dessa região, que assim como Margarida Maria Alves, nossa musa inspiradora, acreditam no trabalho como caminho para a dignidade do ser humano com justiça e igualdade.

 

PROCESSO CRIATIVO E FEITURA

Fotografia: Rickson Riccelli

Em todas as visitas, fomos recebidos por Dona Maria Helena, a cooperada que se coloca a frente da iniciativa, no local onde estão as estufas, que entre piadas e olhares curiosos no set, tratou nossa equipe com muito bom humor e hospitalidade, e nos mostrou que sabe liderar o espaço com primazia. O lindo cenário nos proporcionou o clima desejado para as fotos. Pudemos criar um universo bucólico e que traz as cores da região, que faz parte do universo de Margarida, sem gerar um clima lúdico, uma vez que o tema trata de uma realidade em que a fantasia dos contos de fadas não se faz muito presente. Tínhamos elementos essenciais para essa produção: terra, vegetação, as flores, a energia do trabalho realizado no ambiente, a história daquelas mulheres cooperadas em cada canto daquele espaço. Envolvidos nessa atmosfera campestre conseguimos levar o projeto para um lugar de naturalidade, dramaticidade, honestidade, beleza, arte e moda.” relata Lucas Truta, diretor geral do projeto.

 

MARGARIDA MARIA ALVES

Fotografia: Rickson Riccelli

A musa de inspiração da coleção nasceu em 5 de agosto de 1933, na cidade de Alagoa Grande, e foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da região. Foi uma mulher forte que conseguiu fugir dos estereótipos que lhe foram impostos como mulher nordestina e camponesa. Margarida trabalhou na defesa dos direitos dos trabalhadores e, por isso, entrou em conflito com o interesse dos latifundiários, que enxergavam nela uma ameaça. No discurso realizado no dia do trabalho de 1983, na cidade de Sapé, a sindicalista declarou: “Eles não querem que vocês venham à sede porque eles estão com medo, estão com medo da nossa organização, estão com medo da nossa união, porque eles sabem que podem cair oito ou dez pessoas, mas jamais cairão todos diante da luta por aquilo que é de direito devido ao trabalhador rural, que vive marginalizado debaixo dos pés deles”. Três meses depois, Margarida foi assassinada em frente à sua família a mando de um rico proprietário de usina da cidade, mas a sua voz não morreu, ela continua ecoando nos ouvidos de quem acredita na luta pela igualdade de direitos. Com sua morte foi criada a Marcha das Margaridas em sua homenagem e que é feita até hoje. No lançamento do projeto e da coleção, além do desfile o espetáculo contarou com apresentações de Sandra Belê e um grupo de mulheres do quilombo de Alagoa Grande (cidade de Margarida Maria Alves), Caiana dos Crioulos no Teatro Municipal Severino Cabral, em Campina Grande/PB.

 

O EDITORIAL

Fotografia: Rickson Riccelli

As fotos do editorial foram feitas nas ruínas da usina de Santa Maria (Pilões/PB) e na COFEP (Cooperativa de floricultores do Estado da Paraíba), uma cooperativa fundada em 1999, por iniciativa de Karla Cristina Paiva Rocha, que junto a outras mulheres da zona rural do município de Pilões, no Brejo Paraibano, buscaram uma forma de empreendimento que trouxesse autonomia financeira para quem estava restrita ao ambiente doméstico, como esposa e dona de casa. Com a ajuda do SEBRAE, decidiram que o novo negócio estaria ligado a plantação e comercialização de flores, enfrentaram os olhares de negação dos próprios maridos e familiares e venceram a barreira do machismo fazendo com que hoje a cooperativa consiga beneficiar mais de 100 pessoas direta e indiretamente com o que é produzido dentro de suas 60 estufas.

 

LINKS:

Confira todas as fotos do editorial em nosso Tumblr clicando aqui.

Use os produtos da coleção através do site da marca aqui.

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Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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O feriado de Tiradentes não poderia ser mais revolucionário na capital da moda pernambucana sem o engajamento também revolucionário dos atores que formam a indústria criativa no arranjo produtivo local: estudantes, professores, profissionais free lancers, estúdios e coletivos criativos, instituições diversas, convidados especiais, designers, costureiras e todos os evolvidos com a moda participaram deste que foi o primeiro evento a reunir o setor na cidade.

 

O evento colocou a cidade oficialmente na agenda global de engajamento pela valorização da moda no movimento do Fashion Revolution tendo uma programação contextualizada com as problemáticas locais que foram debatidas nas atividades com os encontristas. Palestras, oficinas, showroom de talentos e bate papo com os convidados fizeram a diversa programação durante todo o dia 21 de abril na Usina 231 casa de shows  e eventos, apoiados pela FADIRE e ASCAP junto aos parceiros convidados.

 

Os destaques da programação foram o debate sobre os problemas que envolvem o setor criativo do APL e a palestra dirigida por Iana Paula, Raquel Lindoso e a costureira Erica Tawane que levou sua experiência para o bate papo, ressaltando a importância real de valorização do profissional da costura. O evento foi uma iniciativa do Box Fashion em parceria com a agência Mega Criativa. Veja os detalhes do 1º Encontro de Criativos coloca Santa Cruz do Capibaribe em agenda global do Fashion Revolution.

 

OFICINAS GRATUITAS

Oficina de Fotografia Artesanal Oferecida pela Pupila Design e Fotografia
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Bruno Melo do Jogar Teatro envolve todo os inscritos e convidados nas atividades de improvisação
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BAZAR NO FAST

O bazar foi realizado pela pagina Vendendo as Calças e pelo Jardim 53
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EXPOSIÇÕES

Fadire expôs o trabalho autoral de seus alunos pelo curso de Design de Moda
Exposição de trabalho autoral de alunos da FADIRE pelo curso de Design de Moda

 

FASHION REVOLUTION

Clique nas imagens para ver maior.

 

BATE PAPO ENTRE ESTUDANTES E PROFISSIONAIS

Pensar o mercado para revolucionar a moda
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CICLO DE PALESTRAS

Erika Tawane, Iana Paula e Raquel Lindoso defenderam o estudo Diálogo Social: Mulheres Costurando Direitos
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Joicy Eleiny e a experiência do blog Tipo 4 sobre beleza e cabelos negros.
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Ivonete Monteiro palestrando sobre o que o Design pode agregar nas empresas
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SHOWROOM DE TALENTOS

Vezes 3 Design Lab apresentando Ideias e processos de resultados
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Marianna mostrando tudo sobre o pioneirismo de produzir fashion films no polo pela Lobus Fimes
Marianna mostrando tudo sobre o pioneirismo de produzir fashion films no polo pela Lobus Fimes

 

FÁBIO XAVIER

Show de encerramento com Fábio Xavier
Show de encerramento com Fábio Xavier

 

Confira mais fotos postadas no evento do Facebook clicando aqui.

Obrigado a todos que participaram ativamente do evento, compartilharam nas redes, convidaram amigos e fortaleceram a importância desse momento. Um abraço imenso meu e de todos que fazem a equipe do Box Fashion.

Até o ano que vem!
Até o ano que vem!

 

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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Top Top Fashion: o consumo depois da crise

É crise política, crise econômica, crise no consumo, tem sido tanta passação neste Braseeel que até mesmo crise emocional tá instalada coletivamente. Tá todo mundo mau. Com a crise política e econômica nós acabamos tendo que fazer escolhas na hora de comprar. E tem sido engraçado viver cada dia com tanta crise de identidade só por que tivemos que selecionar melhor os produtos, roupas e até mesmo comida.

 

O legal disse tudo é que aprendemos a nos livrar dos apelos sedutores da propaganda, ficamos mais habilidosos em comprar somente o que realmente precisamos, e passamos a entender que: o que realmente precisamos já nos faz bem feliz quando temos. Também passamos a experimentar produtos que por puro preconceito jamais, jamais usaríamos. E descobrimo ótimas qualidades deles.  Se liga no Top Top Fashion: o consumo depois da crise:

 

PRODUTOS DE BELEZA

Trocar a marca famosa, pela revistinha de encomendas de maquiagens. Você sim.
Marcas famosas X produtos de catálogos

Você passou a encomendar desodorante, demaquilante no catálogo de produtos da vizinha. Substituiu a limpeza de pele na dermatologista pela companhia das amigas em casa com açúcar na cara, vapor da cuscuzeira para abrir os poros e amido de milho como base. Exageros à parte, quem nunca? Sem falar na hidratação capilar com babosa. Fede muito, mas dizem que funciona, mai tá!

 

TROCA DE ROUPAS COM A FAMÍLIA E AMIGOS

Novos velhos com os amigos. Todo mundo sai ganhando.
Novos velhos com os amigos. Todo mundo sai ganhando.

Entrar na onda dos bazares e deixar de frescura com as roupas usadas. Como diz a música: lavou tá nova. E para quê afinal juntar tanta roupa sem utilidade no guarda-roupas? Junta tudo e vem participar  do bazar de trocas do 1º Encontro de Criativos de Santa Cruz do Capibaribe (clique aqui para ver a programação). Prepara uma sacolinha xia xia cheia de roupas para trocar mulambos, casacos e afins. Todo mundo sai ganhando. Aproveita e coloca uma play list massa pra tocar na hora de fazer o cata no guarda-roupas. Preparamos uma só com as músicas que tocaram na última São Paulo Fashion Week de inverno. Ai você entra no inverno de roupas novas/trocadas e com novas e maravilhosas 26 músicas pra se descolar de uma vez por todas. Aproveite a crise.

https://www.youtube.com/playlist?list=PL544wUWr8THtyDlZNRGi5oaE3eGgW0rY7

 

ESPORTES FREE

Malhar em casa. Melhor solução, se passe. Consegue?
Malhar em casa. Melhor solução, se passe. Consegue?

Academia de luxo pra fazer selfie? Jamais crida!!! Já não basta ter que comprar as melhores roupas pra ser mais estilosa, ter o celular mais moderno pra ser a mais desenrolada e o cabelo mais bem tratado pra ser a mais rica. Assim não resta grana para pagar o personal. O jeito mesmo é se jogar nos abdominais em casa, ligar no Youtube, baixar o aplicativo de dietas, e comer menos. Mas, comer menos em tempos de crise, não é um esforço tão grande.

 

PEGAR CARONA

Ir de moto, pegar carona, acordar cedo pra pegar o ônibus. Quem nunca? Bom pra ajudar o meio ambiente, para fazer amigos. Mas coloca novamente nossa play list de músicas de inverno se não estiver a fim de participar do assunto da vez: a crise. Haha!

TOP TOP FASHION O CONSUMO DEPOIS DA CRISE
Do filme As loucuras de Dick e Jane

 

Tem sido difícil e tem sido complicado. Mas a gente ainda tem como se divertir. No final tudo fica bem. Deixe nos comentários suas soluções para sobreviver à crise.

 

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Sobre Rodolfo Alves

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A história da moda nos looks de Gilvaneide Amélia

 

a minha moda gil amélia 3Conheçam a querida Dona Gil como é conhecida entre clientes, amigos e funcionários da fábrica que administra junto com o marido e as filhas há XX anos. Gilvaneide Amélia seu nome de registro começou cedo na moda. Empreender e criar sua própria confecção foi o resultado de muitas experimentações em seu estilo próprio e que hoje carrega nas lembranças com orgulho. Dona Gil desde cedo via modelos nos artistas de referência de sua juventude e costurava ela própria as peças.

 

 

Vivendo  com as transformações das décadas de 80 e 90, ela não deixava de acompanhar tudo a sua volta e se manter na moda a todo custo.

“Quando eu viajava para São Paulo e ia visitar conhecidos e parentes, as pessoas se surpreendiam com o meu estilo, pois achavam que por ser de uma região pobre eu iria para a cidade grande de qualquer jeito. Eu arrasa mesmo. Eu me divertia fazendo tudo aquilo” 

 

OS LOOKS

Hoje no dia internacional da mulher o primeiro e nostálgico A história da moda nos looks de Gilvaneide Amélia homenageia essa mulher incrível, fashionista desde sempre e tão querida entre todos. Um abração dona Gil!

a minha moda gil amélia 1
Os looks carregam a história da moda.

 

a minha moda gil amélia 2
Looks Oversized e saia plissada para ocasiões especiais.

 

O gosto de Gil pelas modas que via fez apurar o bom gosto da moda que ela com a família produz hoje com distribuição em todo o Brasil, a marca Del Hira fabrica os pijamas mais lindo do mercado nas feiras populares do polo de modas.

 

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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Moda na rua: Moda Center Santa Cruz
Olha ele de novo no look do dia

Moda na rua: Moda Center Santa Cruz

No mês das mulheres decidimos começar a pesquisar a moda e tendências na real, no uso pelas pessoas tendo como ponto de partida as mulheres do polo de confecções, fomos às ruas saber, fotografar e conversar com as pessoas sobre o que elas estão vestindo e descobrir tudo sobre moda, afinal ela só acontece de fato quando está em uso nas ruas. O primeiro lugar escolhido para nosso tour fashion foi num dos maiores centros de compras da América Latina, o Moda Center Santa Cruz em Pernambuco. Confiram que arraso os looks das mulheres que participaram da reportagem:

 

Daniela Barros

Moda na rua: Moda Center Santa Cruz

Daniela de Barros é o nome da loira linda que encontramos assim que chegamos ao centro de compras. A compradora estava com amigas fazendo compras e decidimos que seu look valia um clique. Ela usa uma combinação estilosa calça destroyed denim que voltou já há alguns meses mas que permanece. A blusa de memes com estampa digital deixou o look descolado ainda mais descontraído e a bolsa vermelha, sandália gladiadora deu um poder na medida para o look. Arrasou sim e nós adoramos! Aqui o Instagram da gata com as fotos que as amigas dela fizeram dos bastidores é só seguir: @daniellabarros27

 

 Mikaela, Fabiana e Ariane

Moda na rua: Moda Center Santa Cruz

Essas são vendedoras de uma loja no Moda Center. As lindas adoraram participar das fotos e foi super divertido. Repare que os looks estão impecáveis. As tonalidades mais sóbrias já sinalizam a chegada da temporada de inverno, mas ainda com estampas exuberantes e geométricas. É isso mesmo meninas, parabéns pelo look e pela simpatia em nos atender. Super obrigado! Instagram de Mikaelly.

 

Toinha e Viviane

Moda na rua: Moda Center Santa Cruz

Vivi como é conhecida assim que topou posar pra foto decidiu aparecer junto com a cliente Toinha. Ambas se divertiram com a ideia de terem seus looks fotografados. Um arraso!! Mas olha só como as rendas da blusa de Vivi estão ainda em voga. Vimos muitos desses apliques pelos BOX’s que vendem modinha, como são conhecidas as roupas femininas por lá. Já a blusa de Toinha com estampa sublimada de pavão entra na tendência da suavidade que já falamos por aqui em outras matérias (clique para ver).

 

Todas vocês, nós amamos conhecê-las e adoramos ter suas fotos e looks em nosso site. Nós que fazemos a moda! Um beijão enorme e feliz dia da mulher!

 

Apareça também no Box Fashion: Mande seu look com foto completa de corpo e rosto e escreva sobre como escolheu se vestir. Nós vamos comentar e publicar no site e redes sociais. É só enviar pelas nossas redes sociais ou no WhatsApp: +55 81 997 479 034 Um abraço a todos e todas.

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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Diálogos sociais na moda: entrevista com Sandra Roberta

 

 

Sandra RobertaSandra Roberta é professora e pesquisadora social do polo de confecções (Mestre em Ciências Sociais pela UFCG/PB), trabalhou engajada em associações religiosas, foi vendedora em feiras, costureira com vasta experiência nas questões críticas e sociais do Polo de Confecções do Agreste pernambucano. Sua mais recente atividade como pesquisadora foi a publicação dos estudos realizados sobre as condições de trabalho das mulheres costureiras trabalhadoras do polo, em parceria com diversas instituições e parceiras(os) pesquisadoras(res) a publicação dos estudos realizados sobre as condições de garantias de direitos às mulheres costureiras trabalhadoras do polo. Um material riquíssimo disponível para download clicando AQUI.

 

Em entrevista exclusiva ao Box Fashion Sandra representou as pessoas envolvidos no projeto e falou sobre motivações pessoais e inquietudes como mulher e pesquisadora, falou sobre o projeto construído a muitas mãos, cuja finalidade é promover o diálogo social sobre a cultura da informalidade no polo, a desvalorização da mulher no trabalho da moda no polo de confecções.

 

Box Fashion: Sobre o projeto “Diálogo Social – Mulheres costurando direitos” o que é?

Sandra Roberta: O projeto tem parceria do DIEESE e Nova Central Sindical dos Trabalhadores e prefeituras de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru.  com o objetivo de estabelecer o dialogo social para redução da informalidade no polo de confecções. Em 2013 as coordenadorias da Mulher dessas cidades foram incluídas e nesse cenário delimitamos um foco de estudo sobre o trabalho das mulheres no polo. Fizemos formação com alunos de diversas instituições de ensino Superior e Técnico Após a formação saíram a campo para fazer a pesquisa junto as mulheres.

 

Lançamento da cartilha Diáogos Sociais: mulheres costurando direitos - Foto perfil da professora Luana Taís - Facebook
Lançamento da cartilha Diálogos Sociais: mulheres costurando direitos – Foto perfil da professora Luana Taís – Facebook

 

Box Fashion: Quais as motivações pessoais que moveram você no interesse dessa temática?

Sandra Roberta: Quando eu cheguei em Pernambuco, eu obviamente, como todo mundo, me embrenhei na confecção, não havia outra escolha. Foi uma questão de sobrevivência junto à minha família. Costurei, vendi na feira. Mas eu me perguntava sobre essa realidade, e eu não entendia como as pessoas conseguiam ganhar dinheiro e viver em lugares tão precários. Nada havia estrutura, como por exemplo: o carro do ano que passava pelo esgoto a céu aberto na porta da mesma  casa. Haviam contradições que eu não entendia. Quando eu fui ser professora, isso se acentuou:a questão evasão escolar devido o trabalho, baixo índice de escolarização. Em atividades desenvolvidas com a igreja católica, pude ver mais de perto questões que envolviam as/os jovens como a prostituição, gravidez na adolescência e as drogas ralando soltas no mesmo lugar onde a prosperidade também acontecia. Mas eu via e “achava” essas coisas sem aprofundamento científico. Eu precisava entender isso e com o mestrado essas questões passaram refletidas de forma mais aprofundada. Tem jovens que trabalham na fábrica formalmente (com carteira assinada ou não), em casa ajudam ou pais e ainda confeccionam pra si mesmos. Ou seja, tem uma jornada tripla de trabalho. É muito trabalho pra pouca vida. Além do que na região não há opções de lazer. Eu via dois lados da moeda e precisava entender aquilo.

 

“Tem jovens que trabalham na fábrica formalmente(…), em casa ajudam ou pais e ainda confeccionam pra si mesmos. Ou seja, tem uma jornada tripla de trabalho. É muito trabalho pra pouca vida.”

 

Box Fashion: E por que a mulher é o foco do estudo: “Mulheres costurando direitos”?

Sandra Roberta: São as mulheres que estavam na invisibilidade, agora se tornam visíveis através dos resultados do projeto. E são elas que produzem as roupas vendidas nos centros de compras, é uma quantidade gigantesca de mulheres costureiras. Há também homens, principalmente em Toritama, mas as mulheres faccionistas formam um grupo de estudo interessante para o projeto, pois elas acabam conciliando vida doméstica com o trabalho dentro de casa. Isso é muito representativo na perspectiva da informalidade. Tem delas que trabalham mais de 16 horas por dia com a costura, fora o que fazem em casa, com filhos, maridos e etc. Realmente são as mulheres que fazem o polo. Outra questão importante é que as empresas estão formalizando o chão de fábrica, mas as facções que são comandadas pelas mulheres, em sua maioria, continuam na informalidade.

 

“Trazer esse diálogo ajuda e perceber e concretizar a costura de direitos.”

 

Box Fashion: Quais as próximas etapas do projeto?

Sandra Roberta: Estamos vendo a proposta de realizar uma análise qualitativa com os dados que já temos. E a partir disso propor ações de politicas Públicas nas prefeituras, como por exemplo: a questão do incentivo ao trabalho coletivo, associativismo. No entanto historicamente o polo não tem tradição de atividades coletivas, embora de desenvolva em unidades familiares, com as redes de solidariedade, parentesco e vizinhança, não há experiências de associativismo, sindicalismo. O que há, são associações de empresários e não de trabalhadores; as costureiras, designers, estampadores, dentre outros, estão soltos e de certa forma desorganizadas/os. As pessoas estão culturalmente individualizadas e isso reflete na cidade, e de que forma os direitos são/ou não requeridos é uma questão cultural. Estamos pensando em trabalhar nas próximas etapas, conversando um pouco mais sobre a questão da coletividade e de que forma é possível começar a pensar na execução dessa ideia. 

 

Box Fashion: E quanto ao trabalho que está sendo feito, de permitir acesso a informação, propor ações concretas, o que se espera como idealização de frutos a colher disso tudo?

Sandra Roberta: As mulheres poderão perceber que são sujeitos autônomos, e que podem construir e costurar seus direitos. Não se trata de ser autônomo somente por trabalhar fora da fábrica, mas possuir autonomia concreta de escolhas, poder lutar pelos próprios salários, pelo preço das peças costuradas (que levam a jornadas extensivas), melhorar sua própria condição de vida. Trazer esse diálogo ajuda e perceber e concretizar a costura de direitos.

 

Diálogos sociais na moda: entrevista com Sandra Roberta é parte integrante da matéria que noticia o lançamento da publicação da cartilha “Diálogo social: Mulheres costurando direitos”. Na ocasião o projeto citado nesta entrevista com Sandra Roberta foi autorizado para download gratuito pela plataforma Box Fashion, confira a matéria e procure nela o link do download clicando AQUI.

Sobre Rodolfo Alves

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A moda no polo não será a mesma, mulheres costuram direitos
Totalmente de menos: isso não é moda

A moda no polo não será a mesma, mulheres costuram direitos

O polo de confecções pernambucano é um oásis de desenvolvimento, tecnologia e empreendedorismo de moda. Isso por senso comum crescemos ouvindo: “aqui não falta emprego, aqui todos vivem e trabalham”. Mas, a moda no polo não será a mesma. Pois esse maravilhoso universo de prosperidade que vivemos também abriga importantes contradições históricas que envolvem os mesmos fazedores da costura e da moda que o país inteiro compra.

 

Quais são essas contradições e como elas ocorrem na vida cotidiana de pessoas: homens, mulheres e famílias? Foram essas perguntas que inquietaram a professora e pesquisadora Sandra Roberta e Clarissa Carvalho (na época) responsável pela coordenadoria da mulher no município de Santa Cruz do Capibaribe, PE, ambas organizadoras da cartilha que juntas a tantos outros importantes estudiosos do polo moverem instituições, pessoas e interesses na empreitada de conhecer a fundo as problemáticas do polo de confecções de Pernambuco.

 

Por exemplo: você já se perguntou por que as mulheres costureiras trabalham duro na confecção enquanto os homens são responsáveis pela parte de negociar os produtos nas feiras? Ou por que elas preferem estar trabalhando em suas casas e facções com jornadas de trabalho exaustivas (principalmente no final de ano) além de serem mães, mulheres e donas de casa? E por que mulheres que costuraram a vida toda se aposentam como agricultoras e não como costureiras? Essas e outras perguntas deram início aos estudos, pesquisas, oficinas e seminários que resultaram na recente publicação: “Diálogo social, mulheres costurando direitos”. 

 

Dados extraídos da cartilha: Diálogos sociais: Mulheres costurando direitos - pág.: 31
Dados extraídos da cartilha: Diálogos sociais: Mulheres costurando direitos – pág.: 31

 

Em entrevista exclusiva ao Box Fashion, Sandra Roberta contou como o projeto de investigação social dessa temática aconteceu, mostrou os dados levantados e sinalizou possíveis ações que darão continuidade ao projeto que cutuca a pensar que a moda no polo não será a mesma, mulheres costuram direitos.

 

Para ser ter uma noção das informações levantadas: os gráficos mostram no universo total de mulheres pesquisadas uma clara, porém confusa relação dos ambientes de trabalho e convivência familiar nos espaços de facções domésticas, onde a garantia de direitos e segregação por gêneros (masculino/feminino) na divisão do trabalho, na carga horária e acúmulo de funções sempre colocam a figura da mulher, como principal agente realizador do trabalho, ou seja, não é um eufemismo dizer que o polo é feito por mulheres; e entender se isso é bom, ruim e como é bom e como é ruim são questões que as equipes envolvidas nos estudos ainda planejam analisar. Confira alguns dados interessantes:

 

Numa análise superficial, é possível perceber que entre prós e contras, ser mulher costureira não é fácil no polo, e algumas das vantagens não passam de um engodo, uma cilada:

 

benefícios
Dados extraídos da cartilha: Diálogos sociais: Mulheres costurando direitos – pág.: 32

 

 

Dados extraídos da cartilha: Diálogos sociais: Mulheres costurando direitos - pág.: 33
Dados extraídos da cartilha: Diálogos sociais: Mulheres costurando direitos – pág.: 33

 

Perceba a importância desses estudo e entenda por que essa matéria carrega o título: A moda no polo não será a mesma, mulheres costuram direitos. O estudo e os dados coletados já estão disponíveis gratuitamente (ôbaa) para download, clicando AQUI, sendo um material incrível de interesse de estudantes envolvidos na indústria criativa, profissionais e cidadãos. A entrevista completa com Sandra Roberta está em nosso blog e pode ser lida clicando AQUI.

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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Uma visita de muitas histórias na casa de Sílvia Clemente

Sempre que visitamos pela primeira vez a casa de alguém muitos cuidados passam pela cabeça como se a voz da mãe ressoasse dizendo: se comporte, não quebre nada, não mexa em nada, não respire e só fale o necessário. Intensificada a sensação ou não, toda visita é sempre cuidadosa, silenciosa… pois a casa de cada visitado tem hábitos próprios, silêncios únicos e jeitos de existir que desconhecemos. Nossa expedição da vez foi uma visita de muitas histórias na casa de Sílvia Clemente em Santa Cruz do Capibaribe.

 

Sílvia é empreendedora no ramo da moda no polo de confecções já há muito tempo. Trabalha com moda junto aos pais desde pequena e é hoje uma das responsáveis junto com a família pela empresa criada pelos pais. Depois do trabalho o lugar mais amado é a casa, lugar de refúgio com a família, de ver filmes e receber amigos e parentes quase todos os dias. Ela é casada com Pil Queiroz como é conhecido (um marceneiro artista fazedor de palhaçadas) e tem com ele uma filha chamada Flora Clemente.

 

silvia clemente casa outubro 2015
Fotografias: Jean Max

 

Acompanhado por Jean Max estudante de arquitetura, Rodolfo Alves foi conhecer não somente a casa enquanto construção física, mas a casa onde habitam singularidades de uma família desencanada e liberta das amarras de design e decoração de ambientes. Tudo na casa, exatamente tudo, respira identidade e história.

 

Já na chegada Sílvia recebeu o Box com um bebê no colo, a luz clara da casa é uma extensão quase do céu, cores vivas e quadros de muitos rostos nas paredes se misturam com os rostos que naquele momento conversavam… a casa cheia de amigos, parentes, tias, madrinhas e um bebê no colo, sobrinho de Sílvia. Os rostos nas paredes assinam a presença do que Sílvia tem de mais sagrado e valioso: a família, um tipo de capital social que não se possui pela efemeridade dos tempos contemporâneos. De cara, Sílvia solta uma pérola que vai nortear toda a visita e o conhecer desse lugar:

 

“Obra de arte pra mim é foto de minha família, minha história é minha arte”

 

silvia clemente casa outubro 2015
Foto: Jean Max

 

Nas paredes apenas um quadro pintado por Fábio Xavier acompanha imagens de Pil (marido de Sílvia) maquiando Flora (a filha) de palhacinha para uma apresentação escolar entre sorrisos imensos “do povo da gente” como fala a própria, ao se referir aos seus: “o povo da gente daqui de casa”. A redundância representa o apego, o vínculo.

 

silvia clemente casa outubro 2015 (37)
Foto: Jean Max

 

Cadeiras da avó Severina Clemente, quadros peruanos na cozinha, fotos de tudo, desenhos infantis emoldurados nas paredes, sofás cobertos com tecidos do bairro do Brás em São Paulo, escolhidos por Sílvia e seu pai, peças decorativas da Fenearte, plantas, muitas plantas,  um banco em madeira reciclado de outros parentes e as inusitadas pendurezas de garrafinhas na entrada de ar que recebem o vento e espalham as cores, além de  móveis projetados e feitos pelo próprio Pil que é marceneiro. Regras quebradas, a casa é pura poesia, uma fuga descomplicada ao design regrado por planejamentos perfeitos, fazendo da casa não somente um equipamento de moradia mas uma extensão do ser e do habitar com as sutilezas de identidades.

 

silvia clemente casa outubro 2015
Parentes e amigos ao redor da mesa no domingo – Foto: Jean Max

 

Ali, acompanhados dos parentes e da família, Silvia, Flora e Pil todo, receio de ser visitante se dissipa com a recepção desencanada que diz com sinceridade “fiquem à vontade” e faz além das palavras um visitante se sentir assim, ‘à vontade’, com vontade de estar ali. Clique nas fotos da galeria para ampliar e ver mais. Lindas imagens de inspiração para morar.

 

 

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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