Arquivo para Jorge Feitosa - Rodolfo

Entrevista com Jorge Feitosa, o cão de Inácio

Dedico esse ajuntamento em especial à São Jorge e a Ogum. Invisíveis reverenciados, por entre tantas dádivas, como guardadores da forja, do metal, da cutelaria. Afinal, a tesoura forjada em metal que uso para desenvolver o meu ofício é um instrumento de libertação para mim, desde a infância.

Registro fotografico: @agfotosite / @marcelosoubhia
Casa de Criadores 54ª edição – Ajuntamento #01|2024

Participando em mais uma edição do evento de moda Casa de Criadores em São Paulo, o santacruzense Jorge Feitosa segue sendo um expoente da moda baseada na cultura da Sulanca. Caminhando para evolução de suas narrativas nas roupas que costura, Jorge se ver agora como artista no que faz. Um novo passo destrinchado nessa entrevista que ele concedeu ao blog contando tudo sobre o seu momento e sua nova coleção intitulada: O Cão de Inácio.

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Rodolfo: Ano passado, você completou 20 anos de trajetória profissional na moda. Como você iniciou sua carreira e como foi o seu primeiro desfile?

Jorge Feitosa: Ano passado, 2023, completei 20 anos de trajetória profissional na moda, contando como marco inicial o meu primeiro desfile em 2003, que aconteceu no Teatro Municipal de minha cidade natal, Santa Cruz do Capibaribe/PE. O início das comemorações se deu pela realização da Exposição DO PRIMEIRO AO PRÓXIMO, que aconteceu de modo itinerante em dezembro de 2023 por três diferentes cidades de Pernambuco, sendo elas Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, cidades importantes no Polo de Confecções do Vestuário do Estado e na capital Recife. A ação contou com uma exposição (fotos, looks e meus cadernos de processos), um talk (onde eu contava um pouco dessa trajetória) e um desfile com dez looks representativos do trabalho que venho desenvolvendo, encerrando o evento em cada uma das cidades.

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Rodolfo: Pensando na sua trajetória, o que você considera o alicerce para sua caminhada na moda?

Jorge Feitosa: Ao pensar sobre como alinhar esta trajetória profissional, minha cabeça foi inundada por lembranças das coisas que realizei antes e que foram o alicerce para esta caminhada relacionada com a moda. Principalmente tudo aquilo que está atrelado ao meu universo infantil, já que comecei a brincar com a máquina de costura aos seis anos de idade.

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Rodolfo: Como foi sua infância e como ela influenciou sua carreira?

Jorge Feitosa: Sendo uma criança inventiva, eu vivia montando coisas, como carrinhos de lata, maquetes e livros com papelão, tijolinhos e bois de barro, naves espaciais e casinhas com restos de madeira, roupinhas de bonecas com retalhos. Ou vivia dançando, desenhando, brincando de “escolinha” na calçada da casa onde morava. Eu acabava brincando com tudo isso junto. E por isso mesmo, eu não era bem o modelo de criança que talvez os adultos em volta esperassem que eu fosse. Tido como arteiro, acabei ganhando um apelido da família do meu pai (que se chamava Inácio): “O Cão de Inácio”.

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Rodolfo: Você mencionou que seu apelido tinha a ver com sua inquietude. Como você via isso na época?

Jorge Feitosa: Pelo que lembro, nunca fui uma criança má. Mas, com o tempo, entendi que esse codinome foi dado porque eu não parava quieto, passava o tempo aprontando alguma brincadeira, que na maioria das vezes estava relacionada com a construção e elaboração de algo. Sempre costurando, serrando, colando, pregando, isso tinha a ver com o não acesso aos brinquedos comerciais. Já que minha família não tinha condições financeiras para adquiri-los, eu inventava os meus, em meio a estímulos — “Nossa que menino inteligente!” — ou comentários de desaprovação — “Isso é coisa de menina!”

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Rodolfo: Você acredita que sua infância influenciou diretamente sua trajetória profissional?

Jorge Feitosa: Costumo dizer que tudo que precisamos para nossa vida, recebemos quando criança. Toda ferramenta elementar está lá na nossa infância. Por isso, entendo que, para além de minha trajetória, este desfile/ajuntamento fala sobre todos nós. Sobre o que nos aconteceu quando criança e que nos colocou onde estamos hoje, sejam as coisas boas ou as que não nos deixaram tão contentes assim. Esta ação é um movimento para lembrar sobre o processo de SER, e não especificamente do ESTAR, pois ser professor, ser designer, ser estilista e ser artista, eu já o era, antes mesmo de estar aqui. Afinal, desde criança eu já era um cão arteiro!

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Rodolfo: Você tem uma mensagem para os pais sobre a criatividade das crianças?

Jorge Feitosa: Libertem as crianças do julgamento adulto. Estranho e inadequado é o olhar neutralizador sobre a infinita criatividade que elas cultivam.

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Rodolfo: Como você enxerga esse momento da sua carreira?

Jorge Feitosa: Esse momento é de assunção! De assumir para os outros, pela minha arte, o que cultivo desde sempre. Nada do que se possa ver é novidade, tudo é colheita. Tudo está guardado em mim, num relicário habitado pela minha criança.

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Rodolfo: Falando sobre os materiais que você usou nesta coleção, o que você destaca?

Jorge Feitosa: Sobre as matérias-primas usadas nesse ajuntamento que foram para a passarela da Casa de Criadores 54, além do reaproveitamento da própria produção, utilizei vários artigos da SANTISTA Work Solution – @santistaworksolution – e SANTISTA Jeanswear – @santistajeanswear -, com destaque para o artigo DENIM WORK com a tecnologia NO WASH produzido com algodão reciclado, sem necessidade de lavanderia. O tecido prêt-à-porter. Cortou → Costurou → Vestiu. O Denim da SANTISTA com conceito moderno, sustentável e original.

Conheça mais do trabalho de Jorge Feitosa em seu Instagram: @jorgefeitosa.jf

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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olhares sobre o que é moda regional

olhares sobre o que é moda regional – um texto de Jorge Feitosa: Há uma semana (13 de maio) vi no feed do Instagram da Harper’s Bazzar Brasil (@bazzaarbr) uma postagem sobre a #prefall2021 da @alexandermcqueen e achei uma lindeza um vestido branco, com mangas bufantes e estampas em preto, estilo xilogravura.

Também estou observando a reação das pessoas que comentam sobre essa peça em vários perfis que a replicaram, inclusive no perfil oficial da marca. Muitas delas a elogiam e a maioria delas, além de elogiar cobram uma resposta da marca em relação à origem dos desenhos. Algumas até reivindicam essa fonte como sendo as xilogravuras regionais nordestinas do Mestre Artista J. Borges, citando o ocorrido como apropriação cultural. Acho muito lindo quando acontece esse fenômeno de identificação com a imagem de moda, isso porque sou Costureiro/Estilista e, como nordestino fico mais contente ainda com a reação de reivindicação dessa imagem, que está acontecendo por parte de algumas dessas pessoas.  

Editorial da última coleção lançada por Jorge Feitosa na Casa de Criadores SP – Fotógrafa Lud Lower – Modelo Devlin Arten

Durante minha adolescência inteira (década de 1990) minha cabeça foi bombardeada com frases do tipo “a globalização é o futuro”, “conheça o mundo inteiro com a globalização”. Ensinamentos de que “o mundo é todo seu, basta você ir lá e pegar”. Traduzindo, a mídia reforçava (e ainda tem quem fale isso até os dias atuais) a ideia da apropriação cultural, colonização, com informações que pasteurizavam as culturas diversas, transformando-as em imagens, objetos, artigos, roupas, estéreis. Que acabavam descoladas de sua produção e significados originários e colocando sobre a reprodução desses itens o que pudesse interessar ao consumismo.

Esse fenômeno de esterilização do que é produzido e colocado para as culturas originárias acaba desviando o valor, a atenção, o reconhecimento para um local de reprodução dessas culturas. E não é raro a partir desses casos, ser detectado um fenômeno muito interessante, que é o de, apenas perceber aquele signo a partir do momento em que o outro faz uso dele. E foi por isso que esse caso do vestido da grife Alexander MacQuuen me chamou atenção. Nós não nos damos conta da beleza que temos, até o outro aparecer vestindo-a.

O que produzo como Moda, às vezes (e dentro dessas vezes em algumas delas como forma pejorativa), é intitulado como Moda Regional ou Folclórica. Digo “às vezes” porque falam isso geralmente quando sabem que sou pernambucano, ou nordestino. Pois quando essa informação é desconhecida, esses termos não fazem parte da pauta. Isso pode ocorrer por vários motivos, mas particularmente eu acredito que a leitura sobre o que desenvolvo, ser regional ou não (para além, é óbvio, do fato de eu ser nordestino e de falar sobre as minhas vivências através do meu ofício), deve-se à capacidade de letramento de quem lê.

Fotógrafa Lud Lower – Modelo Carlos Cruz

“Meu trabalho só é lido como regional, quando a informação de onde eu nasci fica evidente. Essa categoria me classifica como quem contém um limite estereotipado e folclórico.”

Se alguém (como foi o caso de um dos comentários no Instagram sobre o vestido da marca Alexandre McQuuen) conhece a estética da xilogravura a partir do quarto do BBB, e não se interesse em conhecer sua origem, esse será o seu repertório. Assim como algumas pessoas intitulam o que produzo como Moda Regional, apenas por eu ser nordestino e, que nesse caso elas têm muita razão! Mas eu poderia ser um nordestino que reproduzo a moda regional texana, paulistana, soteropolitana, parisiense, congolesa.

Segundo definições de Oxford Languages o termo “regional” é um adjetivo de dois gêneros sendo: 1.que pertence a ou é próprio de uma região; 2.substantivo masculino conjunto musical que executa composições próprias de uma região, usando instrumentos típicos locais. A partir desse entendimento podemos idealizar que toda moda é regional, de que ela pode até não ser do Nordeste do Brasil, mas ainda assim será regional.

Em sua tese de MESTRADO EM EXTENSÃO RURAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL a Mestra Marialu Bezerra dissertou sobre A XILOGRAVURA ESTÁ NA MODA: VESTUÁRIO, FOLKMARKETING E DESENVOLVIMENTO LOCAL NA FEIRA DE ARTESANATO DE CARUARU – PE (2014). Na página 46 da sua dissertação ela apresenta a seguinte informação:

O surgimento da Xilogravura está ligado ao oriente, indícios comprovam a utilização da técnica pelos chineses desde o século V a.C., na impressão de imagens e textos de difusão da fé budista, em seguida vieram as cartas de baralho, o papel-moeda e os primeiros livros impressos (HERSKOVITS, 1986).

Até eu ler a dissertação da Mestra e amiga, em 2018, eu não tinha ideia disso. A minha relação com a estética da xilogravura vem de criança, dos cordéis que meu pai colecionava e com os quais eu soletrei algumas das primeiras palavras. Então culturalmente eu fui ensinado que a literatura de cordel e sua estética xilográfica eram originárias da minha região. O que não deixa de ser, pois o modo como ela se apresenta ali, no agreste pernambucano, é totalmente constituída ao redor do cotidiano daquele povo. Hoje, depois de algumas pesquisas sobre o tema, eu entendo que existem diversos artistas de Pernambuco que produziram e produzem xilogravura, dentre os quais eu gosto muito dos trabalhos dos Gilvan samico e do J. Borges, os quais aliás, têm trabalhos com estética distinta.

Todas as manifestações são regionais, até mesmo as das metrópoles. Por isso, independente de todas as “releituras” ou “ressignificações” que fazemos, é muito importante entender se a gente produz o nosso regional ou se reproduzimos o regional dos outros.

AMPLIE A CONVERSA

Para ampliar a conversa e o repertório sobre o assunto, o Box Fashion indica aqui dois episódios de podcast trazidos em colaboração por Thammy Farias.

Conheça mais sobre Jorge Feitosa em outros conteúdos do Box Fashion:
Entrevista | Jorge Feitosa fala sobre sua coleção Sulanca

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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Manifesto Sulanca: Já se pegou pensando em todos os temas e problematizações que fazemos a respeito de nossa vida cotidiana? A gente enaltece o trabalho e ao mesmo tempo reclamamos da cidade sem lazer, valorizamos a moda e no meio da pandemia nos faltam o trabalho das costureiras e costureiros para produzir. Sacralizamos o empreendedorismo e também nos doi essa lógica de endeusar uma divindade que requer tanto de nossa vida, nossos horários e nossa família.

Para expressar tantas questões que envolvem essa mistura toda de sentidos (na pele, nas costas, na rotina) é que o Manifesto Sulanca foi escrito por pessoas que fazem parte desse contexto.

MAS AFINAL O QUE É UM MANIFESTO?

[…] É “um texto que faz uma declaração pública de princípios e intenções, que objetiva alertar um problema ou fazer a denúncia pública [de algo] que está ocorrendo, normalmente de cunho político. Os manifestos destinam-se a declarar um ponto de vista, denunciar um problema ou convocar uma comunidade para uma determinada ação. […]

“A cultura dos manifestos corresponde a uma “necessidade legítima dos artistas de conquistar um espaço nos meios de comunicação responsáveis por fazer a ponte entre suas ideias e o grande público”.

Adaptado da fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Manifesto

COMO O MANIFESTO SULANCA FOI FEITO?

apresentação geral do manifesto para mais atuantes do setor de vestuário local

Durante a quarentena de 2020, 7 pessoas entre acadêmicos, criativos, costureiras e profissionais liberais da cidade de Santa Cruz do Capibaribe em Pernambuco, passaram a se reunir para tecer conversas a respeito da vida no polo de confecções, mais especificamente na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, a terra criadora da Sulanca.

reunião online – quarentena 2020

As reuniões que aconteceram online, seguiram como desdobramento da programação Fashion Revolution Digital, também em 2020, na qual a gravação de um episódio de podcast  iniciou tais conversas e debates. Escute pelo Spotify dando o play abaixo:

O grupo se ouviu e expressou no Manifesto Sulanca dores e sabores necessários de serem vistos pela sociedade que participa desse contexto de indústria de vestuário no interior de Pernambuco.

O QUE TEM NO MANIFESTO

O Manifesto Sulanca trás 10 diferentes pontos que levantam questões importantes relacionadas ao trabalho, cultura, educação e valorização profissional de todos os envolvidos na cadeia produtiva do vestuário.

cartazes espalhados pela cidade desenhando novas paisagens geográficas pós pandemia do covid-19

Entre eles, destacamos 03 dos chamamentos: COLETIVIDADES, que reforça a importância de serem fortalecidas as narrativas de pertencimento coletivo como chave de unir pessoas no propósito de valorizar a Sulanca e chama para que sejam criadas condições de se agir coletivamente.

Já o chamamento 3 – QUEM FAZ A SULANCA coloca em voga nomes e histórias de pessoas e corpos diferentes envolvidos em toda a cadeia de transformação têxtil, deste espaço e chama para que os interesses de todos e todas sejam dialogados.

entrevista para Rádio Polo FM – fevereiro de 2021

Um terceiro ponto importante entre os 10 chamamentos é para o chamamento: O ACHADO DA BOTIJA já no final do Manifesto Sulanca. Ele destaca as melhores qualidades da cultura local e as coloca na receita como ingrediente que nos diferencia de todos os outros polos de confecção pelo Brasil. A Sulanca é camaleoa e sabe naturalmente se refazer, é ligeira e como dizemos por aqui: desenrolada.

Justamente essa característica é o foco da energia para os caminhos que o Manifesto Sulanca pode incentivar a transformar.

A IMPORTÂNCIA DO MANIFESTO SULANCA

A importância do Manifesto Sulanca, para além de valorizar a história local, como também se dispõe, abre um marco importante na região, sinalizando um posicionamento claro e resistente da cultura local.

apresentação do Manifesto Sulanca para coordenadores da secretaria municipal de educação – Santa cruz do Capibaribe – PE – fevereiro de 2021

É esta cultura olhando para si mesma sem o viés externo, compreendendo dores e sabores de sermos quem somos e provocando pelo diálogo a construção de mais possibilidades para mais pessoas e sulanqueiros e sulanqueiras transformarem o mercado, a vida social, a cidade e a cultura.

BAIXE O MANIFESTO SULANCA EM PDF CLICANDO AQUI

Manifestar é algo muito necessário à natureza humana, e nós somos mesmo estes seres que se fazem e se refazem na conversa. Crescemos e mudamos quando conseguimos ouvir e falar.

E toda manifestação do que houver para ser dito é um presente de cura para quem fala, um presente de entendimento para quem ouve e um outro presente de troca para quem dialoga. Todos e todas crescem com o processo democrático de produzir a sociedade que queremos.

visita de entrega do Manifesto ao conselho administrativo do Moda Center Santa Cruz – fevereiro de 2021

IMPORTANTE RESSALTAR

O Manifesto Sulanca é uma ação coletiva, pública e política, e não está ligada a nenhum partido ou grupos partidários.

Participe da conversa entrando em contato com as pessoas e os coletivos Manifestados proponentes do projeto: @murallcolab + @jorgefeitosa.jf + @re.form4 + @corresderafa + @oboxfashion + @sandrarobertacs + @ateliedethammy

Assinam o Manifesto Sulanca: João Rocha, Jorge Feitosa, Karol Diniz, Rafa Monteiro, Rodolfo, Sandra Roberta, Thammy Farias.
Revisão textual do Manifesto Sulanca: Arthur Thomaz-
– Design gráfico e diagramação: Virginia Guimarães

foto histórica da feira da Sulanca em meados da décadas de 60 – 70 – acervo Adelmo Teotônio

Clique aqui e ASSINE O MANIFESTO SULANCA participe das ações coletivas

Em breve o Coletivo Manifesto Sulanca também divulgará a programação de encontros e diálogos sociais em volta dos chamamentos. Acompanhe pelas redes sociais @oboxfashion.

Entrevista dos Manifestados na Rádio POLO FM em fevereiro de 2021

A imagem de capa desta matéria foi cedida por Adelmo Teotônio – pelo acervo da Exposição Nós Sulanca, a imagem foi manipulada para fins editoriais.

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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Coleção A FEIA FERA FEIRA (ou a REDENÇÃO da Santa Cruz) de Jorge Feitosa

A coleção Jorge Feitosa apresenta a Feira da SULANCA (feira de vestuário popular), que surgiu entre as décadas de 1960 e 1970, em Santa Cruz do Capibaribe, cidade do Agreste Pernambucano, como uma entidade divina, mística. O costureiro sulanqueiro Jorge Feitosa explica a linha de suas ideias:


“Apesar de simples e rústica (FEIA), a feira se espalhou pelo centro da pequena cidade mudando a realidade desse lugar. Foi engolindo tudo que pudesse ser motivo de estagnação (FERA). Transformando com o passar dos anos, a cidade onde surgiu, na principal produtora de confecções do estado (REDENÇÃO), livrando as pessoas da fome e da tristeza de ter que sair do seu lugar natal”.


Esse é o cenário poético do novo trabalho, que resume o culto a essa entidade “A Feira da SULANCA”, alimento vivo do seu ofício, com tudo de bom e de ruim que ela oferece. Percebendo a sua força, sua voracidade, seu exagero, Jorge diz continuar aprendendo com a feira, esse lugar de ajuntamento de diferenças, que o movimento do novo, só acontece quando há a disposição de todos.

Atualmente “a casa” da Feira da SULANCA em Santa Cruz do Capibaribe/PE, é o Moda Center Santa Cruz, maior centro de compras populares do Brasil, apoiador desse projeto!

Fotos: @niviamarcolinoo

Como referência gráfica, imagética, além das bancas de madeira utilizadas na Feira da SULANCA e suas “listas” em ripas de madeira, as xilogravuras do artista Gilvan Samico, entraram no mapa de inspirações de Jorge. Primeiro por ser admirador do seu ofício e por sua obra apresentar uma atmosfera divina, mitológica. Elementos esses, que estão presentes na narrativa da coleção.

MATERIAIS

A matéria prima deste trabalho, foi coletada no próprio estoque, marca presente no trabalho de criação de Jorge o manuseio de saldos, retalhos, sobras e aproveitamentos. Mas dessa vez, o sulanqueiro contou também com tecidos da VICUNHA TÊXTIL, que complementaram perfeitamente o mix de texturas e bases que usou na coleção.

Fotos: @niviamarcolinoo

CALÇADOS E MAKE

Os calçados são da colab MELISSA+RIDER, somando ao styling das peças a possibilidade urbana e versátil da moda feita por Jorge Feitosa. A beleza do desfile na Casa de Criadores foi assinada pelas parceiras MAC – Fabiana Gomes + CAPA – Jô Castro, tendo como referência a figura da carranca, a criatura mística e milenar, mas especificamente, a “carranca nordestina”, aquela que está presente nas embarcações do Rio são Francisco, justamente por se tratar de uma entidade que com sua cara feia e boca escancarada com presas afiadas, espanta as coisas ruins, afim de conservar, manter, proteger o que é bom.

Essa ideia foi estilizada por Fabiana Gomes no rosto dos modelos, seguindo também como inspiração o traço gráfico da xilogravura do Gilvan Samico, já citado aqui como uma das referências. Outra parceria que vale citar é o acabamento das peças e a presença da A SAN JORGE CONFECÇÕES/EXCLUSIVA que colaborou com a lavanderia dentro desse projeto.

Fotos: @niviamarcolinoo

O SUCESSO DA CARRANCA COUTURE

Vocês sabem do orgulho que Jorge Feitosa mobiliza em nós ao manipular sua forma de fazer roupas e sabem também que por isso mesmo eu me considero fã do sulanqueiro. Nesses dias que estive na casa de Jorge acompanhando o trabalho de finalização da coleção eu me envolvi como espectador e fiquei encantado com os processos, com a dedicação de Jorge ao seu trabalho.

Fotos: @niviamarcolinoo

Na lista de lembranças, conheci Jakson Araújo e amei o texto que  o mesmo publicou em seu perfil no Médio, cunhando o termo Carranca Couture. Vou deixar aqui linkado para que você também conheça. Abaixo alguns dos links que guardei de tudo que rolou durante antes, durante e depois da chagada de Jorge Feitosa na 44ª edição da Casa de Criadores.

Vogue anuncia o Line Up da Casa de Criadores – link
Texto de Jakson Araújo: link 
Vídeo do desfile no IGTV: link 

Site Lilian Pacce

DESFILE

A trilha sonora do desfile contou com o talento de Max Blum

 

 

Sobre Rodolfo Alves

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Cheidepraquêisso será a nova coleção de Jorge Feitosa | O estilista santacruzense já se prepara para o segundo desfile de sua marca homônima a Jorge Feitosa na 3 edição do EMP – Estilo Moda Pernambuco de 2018. Coincidência ou não… uma vez que o trabalho de Jorge sempre foi envolvido com esse direcionamento a nova “Cheidepraquêisso” será a coleção de Jorge Feitosa com ambiência alinhada ao tema do evento neste ano: Moda e Sustentabilidade. 

Como já falei aqui no Box Fashion (clique para ver) EMP 2018 terá o tema Moda e sustentabilidade e acontece entre os dias 26 e 30 de julho em Santa Cruz do Capibaribe. Na programação, o desfile da marca Jorge Feitosa está sendo um dos mais esperados, depois da emocionante apresentação em 2017 com o desfile da coleção Sulanca.

A coleção “Cheidepraquêisso” revela as inquietudes do estilista, traz a temática da sustentabilidade para remexer novamente as ideias da moda local a respeito das zonas de conforto criativo e provocar repensamentos sobre o fazer da moda no polo.

“Mesmo sem pretensão, meu trabalho sempre foi ligado à maneira de se fazer Sulanca, seja pela utilização de matéria prima vinda às vezes de saldo (retalhos ou não), seja pelo trabalho com recortes e mistura de texturas, ou até mesmo pela maneira experimental, utilizando formas alternativas para se construir uma peça do vestuário. Observando melhor o meu processo, e fazendo uma retrospectiva da minha curta vivência na área de Vestuário e Moda, não tem como negar a influência desse movimento na construção do meu ofício”. 

Cartela de cores da nova coleção

As inquietações do estilista pontuam um discurso para além da roupa e busca estimular novas percepções a respeito da sustentabilidade.

Falando diretamente de matéria prima, talvez fosse relevante cada profissional que faz parte dessa cadeia ‘Moda – Têxtil – Vestuário’, repensar o próprio modo de consumo. Como cada um lida com a aquisição dessa matéria prima, como a escolhe, como decide pela quantidade, pela qualidade, pelo fornecedor, e pelo seu destino final. E que esse, por sua vez, não fosse o de ficar abandonado em um estoque qualquer, em qualquer lugar. Acredito que existindo uma parceria e uma responsabilidade maior no sentido de adequação do que é produzido e usado, pelos integrantes dessa cadeia produtiva, a questão da sobra não precisaria de tanta atenção.

 
Parte da fruição criativa de Jorge se expressa também na poesia com o poema em cordel criado pelo Estilista.

AMBIÊNCIA CHEIDEPRAQUÊISSO

Verde Carvão essa é a visão poética desta coleção
Quando se olha uma paisagem
E a falta de algo acontece
Mesmo cercada de mandacarus floridos
A nossa alma um tempo padece
E o caminho outrora esperançoso
Por um momento se entristece
 
A estrada do inverno no sertão
Cheia de vida, verde e Divino
Por conta do algo que falta
Confunde a cabeça do menino
E o faz parar no meio do tempo
Questionando o seu destino
 
O caminho que parecia certo
É inundado por fumaça, cinzas e carvão
As flores e o verde que o guiava
Secos se mostram como num verão
E a infinitude da paisagem desolada
Traz um certo aperto ao coração
 
Mas subitamente o olhar volta pra si
Numa espécie de desadormecer
O mal inebriante se mostra ilusão
Tudo que era belo volta se perceber
Lentamente o acordar se faz
A consciência se fortalece no crer
 
As flores brotadas nos mandacarus
Novamente são vistas adiante
O algo que faltava na paisagem
Era o próprio movimento avante
A fumaça as cinzas e o carvão existem
Mas são dissipados com a fé constante
Jorge Feitosa
Maravilhoso não é mesmo? Estou contando as horas para ver mais um trabalho incrível desse profissional tão talentoso. Relembre aqui o vídeo da entrevista que fiz com ele antes do lançamento da coleção Sulanca.

 Cheidepraquêisso será a nova coleção de Jorge Feitosa e você não pode perder. Acompanhe as novidades aqui no Box Fashion.
>> com texto e informações do blog Eli Bezerra – clique aqui para matéria original

 

Sobre Rodolfo Alves

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Programação conta com a participação de grandes nomes do mundo da moda, como os estilistas Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga

Estilo Moda Pernambuco realizará 3 edição de 26 a 30 de julho com o tema Moda e Sustentabilidade que foi o tema escolhido para a terceira edição do Estilo Moda Pernambuco (EMP), que vai acontecer de 26 a 30 de julho, em Santa Cruz do Capibaribe. A temática e os destaques da programação foram apresentados para empresários, autoridades e formadores de opinião no evento de lançamento, realizado no Centro de Eventos do Moda Center Santa Cruz: realizador do EMP 2018 e o maior centro atacadista de confecções do país.

O EMP 2018 vai contar com desfiles de marcas do polo de confecções de Pernambuco e de outros representantes da moda pernambucana, além de oficinas e palestras sobre moda e negócios. O destaque será a participação dos estilistas Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga. Cerca de 50 mil pessoas devem circular pelo EMP durante seus cinco dias de duração.

Segundo o síndico do Moda Center, Allan Carneiro, a expectativa é que essa edição do EMP seja ainda maior e melhor do que as anteriores.

“Com certeza será um evento marcante, que vai divulgar bastante o Polo de Confecções, trazendo informação, agregando valor e gerando resultados comerciais. Teremos grandes nomes do mundo da moda e do empreendedorismo do Brasil, debatendo temas relevantes, além de capacitações, para ajudar os empreendedores do Polo a crescerem ainda mais.”

Alan ainda fala que a escolha da sustentabilidade como tema pela comissão organizadora do evento buscou enfatizar a importância do assunto na atualidade:

Com o síndico do Moda Center Santa Cruz Alan Carneiro

“Queremos discutir sustentabilidade de forma ampla, para a cadeia da produção da moda como um todo. Nosso intuito é debater formas mais limpas de produzir e o futuro do polo enquanto gerador de empregos e renda, diante da tendência mundial de mudanças no perfil do consumidor e na forma de aquisição de roupas, acessórios e calçados”.

ALEXANDRE HERCHCOVITCH

A abertura do evento contará com a participação do estilista Alexandre Herchcovitch numa conversa em formato de talk show, mediada pelo estilista e professor de moda do Senac Pernambuco Luiz Clério. O tema será “Novos comportamentos de produção e consumo de moda”. Herchcovitch foi um dos primeiros estilistas a expandir suas criações além do mercado têxtil, criando calçados para a Democrata, joias para a Dryzun, meias e cuecas para a Lupo, fundos de tela de telefones celulares para a Motorola, sandálias para a Melissa, cadernos para a Tilibra e óculos para a grife brasileira Chilli Beans. Além disso, firmou parcerias de sucesso com a C&A.

As criações de sua marca homônima (da qual anunciou seu desligamento em 2016) foram apresentadas nas capitais de moda internacionais, como Paris e Nova York. No currículo, também há marcas renomadas, como Cori, Zoomp e Ellus. Atualmente, tem quatro lojas próprias, desenha modelos exclusivos em seu ateliê, e exporta a linha jeanswear para os EUA e Reino Unido.

RONALDO FRAGA

Na sexta (27), o estilista Ronaldo Fraga ministra a palestra “Moda: bandeiras para o vestir”. O mineiro, conhecido por romper os limites do vestir para além da própria moda, discorrerá sobre moda brasileira, indústria e processo de criação. Eleito um dos sete estilistas mais inovadores do mundo pelo Design Museum, de Londres, ele foi o primeiro representante da moda brasileira a receber a medalha da Ordem do Mérito Cultural. Suas criações já foram apresentadas em diferentes países, como Japão, Holanda, Espanha, Uruguai, Bélgica, Chile, Argentina, México, Angola. Sua marca está licenciada em mais de mil diferentes produtos no Brasil para empresas como O Boticário, Tok&Stok, Malwee, L’Occitane e Chilli Beans, entre outras.

MARCAS LOCAIS E DESFILES

Campanha Joggofi | Fotografia: Igor Melo

Cerca de 40 marcas do Polo devem desfilar suas coleções para o verão 2019 durante o EMP. Entre as marcas que já confirmaram presença estão a Joggofi, Laluka, Acqualara, Rota do Mar, Rótulo do Corpo, Iska Viva, AB&C, LM Fashion, Jonh Cash, Zuzinha Kids, Glamiss, Spertos, J&Q, Sport Company, Camboriu e Toda Bela.

DESFILES CONVIDADOS

Haverá também espaço para três desfiles convidados. O santa-cruzense Jorge Feitosa, que foi destaque no reality show “Caixa de Costura”, do GNT, apresenta sua mais recente coleção, intitulada “Cheidepraquêisso”, que também traz a temática da sustentabilidade:

“Em praticamente, todas as empresas em que trabalhei, recebi a tarefa de transformar algum artigo que estava escondido num estoque, em um produto para a venda, com o intuito de liquidar com a matéria prima parada. Isso acontecia com tecidos, aviamentos, etiquetas ou ferragens. Esse, é o ponto de partida para a coleção: pensar sobre o que me leva, em meio a tanta discussão sobre o que se fazer com os resíduos, focar a minha atenção no porquê da sobra.”

O nome Cheidepraquêisso, ele explica, foi escolhido por conta da ideia de exagero, absurdo, aglomeração. “Só consigo pensar nas montanhas e montanhas de matérias primas e até de produtos prontos que estão parados, estocados, esquecidos em centenas de lugares, e que poderiam ter um destino comercial de fato”, comentou. A Multimalhas e a Faculdade Senac também trazem suas criações como convidados ao line up do EMP.

CAPACITAÇÃO

Em parceria com o Sebrae e o Senac, serão realizadas de sexta a domingo (27 a 30/7) capacitações voltadas para lojistas, produtores, estilistas e pessoas ligadas à cadeia de produção da moda em geral. Sempre a partir das 14h, as oficinas acontecem no Centro de Eventos do Moda Center e abordarão temas de quatro eixos temáticos: “idealizar”, “criar”, “construir” e “realizar”. A programação e a forma de participação serão divulgadas em breve.

PROJETO ARQUITETÔNICO

A sustentabilidade também estará presente na infraestrutura do EMP. “O projeto arquitetônico e visual do evento é baseado no tripé da sustentabilidade: o social, o ambiental e o econômico. Vamos usar estruturas modulares que terão como principais materiais andaimes e tecidos reaproveitáveis, gerando menos resíduos, e que também podem ser facilmente mudados de lugar, proporcionando uma experiência imersiva dos participantes no tema do EMP”, detalha o arquiteto e designer de estratégia Isac Filho, que assina o projeto do EMP 2018.

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Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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Entrevista | Jorge Feitosa fala sobre sua coleção Sulanca – Hoje junto a programação do 2 Estilo Moda Pernambuco Jorge Feitosa a convite do Moda Center Santa Cruz volta a terra de Santa Cruz para mostrar seu trabalho engajado com os valores históricos do polo de confecções em sua nova coleção.

 

A coleção nomeada “Sulanca” revisita a memória afetiva do estilista que quando criança, convivia com parentes em casa envolvidos com a sulanca e fabricação têxtil.

 

Veja no vídeo o papo que tive com Jorge e conheça o pouco do que será lançado hoje a noite na programação do EMP 2017.

 

A COLEÇÃO

“Parti nessa viagem com minha cabeça de moleque, aquele, que de vez em quando “ralava a canela” por entre as ripas dos bancos de feira, enquanto corria sobre eles”.

Jorge Feitosa

 

A Coleção SULANCA, é um processo de experimentação, de uma vontade que existia há um tempo, de falar desse movimento que surgiu em Santa Cruz do Capibaribe, e que faz parte da vida do Jorge Feitosa desde sempre, pois ele é santa-cruzense, e trabalha com Moda e Vestuário.

 

As referências que ele buscou para desenvolver esse projeto são basicamente da infância, do que a memória de infância dele, guarda da feira e de tudo que acontecia em seu cotidiano, que tinha relação com a Sulanca. Jorge Feitosa usou as palavras, caminhão, coberta de retalhos e feira, como referências constantes nesse trajeto.

 

“Não tentei nada. Fui apenas fazendo o que minha intuição  mandava. O Resultado é um retalho, recorte, da minha infância, por entre bancos de feira, máquinas de costura, e sacos de retalhos que não saíam da minha cabeça na hora de desenhar as primeiras peças”.

Jorge Feitosa

 

As filetagens, presentes nas carrocerias dos caminhões, foram um “norte” desde sempre. Pois elas são, graficamente, lindas e forteS! Com isso, a partir do estudo dessas figuras, Jorge chegou às padronagens e aos vários tipos de patchwork, ou seria mais apropriado “sulanca”, que desenvolveu.

 

A pesquisa, aleatoriamente, ocorreu entre maio e dezembro de 2016. Entre janeiro e março de 2017, houve uma apuração do material pesquisado e adquirido e, foi quando ele deu início ao processo de modelagem. Finalmente entre abril e maio de 2017 os dez (10) looks foram confeccionados, num total de vinte e cinco (25) peças.

 

“Não vejo a Sulanca apenas como um tema, ela é um movimento, que transformou nossa cidade, Santa Cruz do Capibaribe, e que pode ainda, transformar muito mais. Pois tudo está em processo de transformação, inclusive a Sulanca”.

Jorge Feitosa.

 

BASTIDORES DO ENSAIO FOTOGRÁFICO E FASHION FILME

Jorge Feitosa e Marialu Bezerra vendo as fotos recém clicadas – Foto bastidores: Driko Correa

 

Cenário construído para as fotos da coleção Sulanca – Foto bastidores – Driko Correa

 

Jorge Feitosa ainda desfilará no EMP a coleção vencedora do Senai Fashion Brasil desenvolvida com coaching de Ronaldo Fraga. Na ocasião da entrevista visitamos o ponto onde essa memória ainda permanece viva em Pão de Açúcar, distrito de Taquaritinga do Norte – PE.

CRÉDITOS

Coleção SULANCA por Jorge Feitosa
Produção – Jorge Feitosa
Fotografia – Marialu Bezerra
Vídeo – Júnior Porciúncula
Beleza – Robelio Nascimento
Fotos making of – Driko Correa
Assistente – Jaine Lima
Modelos – Alvaro Nascimento, Raul Cavalcante e Rodolfo Durand

A trilha sonora do desfile hoje a noite ficará por conta de Betto Skin, Fábio Xavier  e Clécio Rimas.

No fashion filme Sulanca a trilha é assinada por Betto Skin, Fábio Xavier e Júnior Porciúncula.

 


Agradecimentos da produção:

Ao Allan Carneiro, à Elieudes Bezerra, ao João Paulo Procópio, à Orlanda Lira, à Dona Ivanduize, ao Vandeilson, à Taisa, ao Emerson, à Dona Cida, à Yuri Patricia, ao Sebastião Bezerra, à Patricia Sousa, ao comissário Carlos Daniel, à Faby Olinda, Seu Tião e a todos que contribuíram para a realização desse projeto! Apoio: Moda Center Santa Cruz.

Sobre Rodolfo Alves

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Reconhecido como o maior e melhor centro atacadista de confecções do Brasil, o Moda Center Santa Cruz promoverá, de amanhã dia 02 até os próximo sábado dia 07 de outubro de 2017, a segunda edição do Estilo Moda Pernambuco – EMP. Este ano, o evento tem como tema “Moda e Inovação”, e contemplará toda a cadeia produtiva do setor confeccionista pernambucano.

 

Estilo Moda Pernambuco veio para consolidar o talentoso mercado do Polo de Confecções de Pernambuco, mostrando o que a região tem de mais moderno e inovador no mercado da moda. Confira o line up de marcas que desfilarão no EMP:

 

SEGUNDA DIA 02 – DESFILE MANHÃ – 10:00

  • Joggofi – moda masculina e feminina
  • AB&C – infantil masculino e feminino
  • Toda Bella – moda feminina
  • Zuzinha Kids – moda masculina infantil
  • Indivíduo – moda masculina
  • Cat Pink – moda feminina
  • Rótulo do Corpo – moda feminina e masculina
  • Pepéu – moda feminina
  • Spertos – moda fitness
  • Glamiss
  • Presença VIP – Carlinhos Maia

SEGUNDA DIA 02 – DESFILE TARDE- 14:00

  • Pietá – moda feminina
  • Rastro do surf – moda masculina surf
  • Se Modas Plus Size – moda feminina
  • Patota D’água – moda infantil
  • John Cash – camisaria feminina
  • Presença VIP – Lore Improta

 

SEGUNDA DIA 02 – DESFILE NOITE- 20:30

  • Joggofi
  • Rio Ondas
  • J&Q Lingerie
  • Acqualara
  • Davi Fashion
  • Rota do Mar
  • Sport Company
  • Camboriú
  • Iska Viva
  • Laluka
  • Presenças VIP – Carol Nakamura e Carlos Casagrande

 

TERÇA DIA 03 – DESFILE NOITE- 19:40

  • Multmalhas
  • Jorge Feitosa – Sulanca
  • Jorge Feitosa – O caso da torre
  • Palestra Arlindo Grund – Cenário e tendências de moda

 

QUARTA DIA 04 – PALESTRA NOITE- 19:40

  • A moda está no agreste ou o agreste está na moda – Luiz Clério – SENAC
  • In pactos – Paulo Borges – SPFW

 

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