Arquivo para estilista - Rodolfo

Cheidepraquêisso será a nova coleção de Jorge Feitosa | O estilista santacruzense já se prepara para o segundo desfile de sua marca homônima a Jorge Feitosa na 3 edição do EMP – Estilo Moda Pernambuco de 2018. Coincidência ou não… uma vez que o trabalho de Jorge sempre foi envolvido com esse direcionamento a nova “Cheidepraquêisso” será a coleção de Jorge Feitosa com ambiência alinhada ao tema do evento neste ano: Moda e Sustentabilidade. 

Como já falei aqui no Box Fashion (clique para ver) EMP 2018 terá o tema Moda e sustentabilidade e acontece entre os dias 26 e 30 de julho em Santa Cruz do Capibaribe. Na programação, o desfile da marca Jorge Feitosa está sendo um dos mais esperados, depois da emocionante apresentação em 2017 com o desfile da coleção Sulanca.

A coleção “Cheidepraquêisso” revela as inquietudes do estilista, traz a temática da sustentabilidade para remexer novamente as ideias da moda local a respeito das zonas de conforto criativo e provocar repensamentos sobre o fazer da moda no polo.

“Mesmo sem pretensão, meu trabalho sempre foi ligado à maneira de se fazer Sulanca, seja pela utilização de matéria prima vinda às vezes de saldo (retalhos ou não), seja pelo trabalho com recortes e mistura de texturas, ou até mesmo pela maneira experimental, utilizando formas alternativas para se construir uma peça do vestuário. Observando melhor o meu processo, e fazendo uma retrospectiva da minha curta vivência na área de Vestuário e Moda, não tem como negar a influência desse movimento na construção do meu ofício”. 

Cartela de cores da nova coleção
As inquietações do estilista pontuam um discurso para além da roupa e busca estimular novas percepções a respeito da sustentabilidade.

Falando diretamente de matéria prima, talvez fosse relevante cada profissional que faz parte dessa cadeia ‘Moda – Têxtil – Vestuário’, repensar o próprio modo de consumo. Como cada um lida com a aquisição dessa matéria prima, como a escolhe, como decide pela quantidade, pela qualidade, pelo fornecedor, e pelo seu destino final. E que esse, por sua vez, não fosse o de ficar abandonado em um estoque qualquer, em qualquer lugar. Acredito que existindo uma parceria e uma responsabilidade maior no sentido de adequação do que é produzido e usado, pelos integrantes dessa cadeia produtiva, a questão da sobra não precisaria de tanta atenção.

 
Parte da fruição criativa de Jorge se expressa também na poesia com o poema em cordel criado pelo Estilista.
AMBIÊNCIA CHEIDEPRAQUÊISSO
Verde Carvão essa é a visão poética desta coleção
Quando se olha uma paisagem
E a falta de algo acontece
Mesmo cercada de mandacarus floridos
A nossa alma um tempo padece
E o caminho outrora esperançoso
Por um momento se entristece
 
A estrada do inverno no sertão
Cheia de vida, verde e Divino
Por conta do algo que falta
Confunde a cabeça do menino
E o faz parar no meio do tempo
Questionando o seu destino
 
O caminho que parecia certo
É inundado por fumaça, cinzas e carvão
As flores e o verde que o guiava
Secos se mostram como num verão
E a infinitude da paisagem desolada
Traz um certo aperto ao coração
 
Mas subitamente o olhar volta pra si
Numa espécie de desadormecer
O mal inebriante se mostra ilusão
Tudo que era belo volta se perceber
Lentamente o acordar se faz
A consciência se fortalece no crer
 
As flores brotadas nos mandacarus
Novamente são vistas adiante
O algo que faltava na paisagem
Era o próprio movimento avante
A fumaça as cinzas e o carvão existem
Mas são dissipados com a fé constante
Jorge Feitosa
Maravilhoso não é mesmo? Estou contando as horas para ver mais um trabalho incrível desse profissional tão talentoso. Relembre aqui o vídeo da entrevista que fiz com ele antes do lançamento da coleção Sulanca.

 Cheidepraquêisso será a nova coleção de Jorge Feitosa e você não pode perder. Acompanhe as novidades aqui no Box Fashion.
>> com texto e informações do blog Eli Bezerra – clique aqui para matéria original

 

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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No setor de estilo para a coleção do mix masculino conversamos com Agnaldo Fleix e descobrimos como ele trabalha, seu envolvimento com a marca, sua rotina de pesquisas e atividades. Para a coleção de inverno 2016 que está sendo guardada num cofre de 7 chaves só ficamos por dentro da empolgação da estilista com o trabalho que está por vir em breve. Confira a entrevista com Agnaldo Felix e o designer de estilo masculino da Rota do Mar

 

Agnaldo é veterano na empresa: começou como gerente de loja, foi supervisor geral. E fixou os pés no setor de criação por seu olhar habilidoso na tomada de decisões do setor de terceirização com muito destaque comercial. Agnaldo estava na ponta da linha de produção e sabia muito bem entender as demandas do público na hora que procurava o que vestir. Saiu em 2009 e voltou em 2015 para gerenciar o setor junto com Lucas Melo.

 

4 perguntas para Agnaldo Felix

campanha de verão 2015
campanha de verão 2015

Box Fashion: Como é o trabalho criativo e a rotina no setor de criação? O que um setor do porte da Rota do Mar precisa para administrar esse processo criativo?

Agnaldo: Somos uma equipe de 9 pessoas entre feminino e masculino. O precesso operacional, ficha técnica, de pesquisa e acompanhamento das coleções precisa ser trabalhado em sintonia para que a coleção mantenha a unidade de tendências, cores e materiais entre os segmentos masculino, feminino. Dá trabalho e é prazeroso.

 

Box Fashion: O verão está na reta final e queremos saber quais a tendências que estão acontecendo que foram trazidas para esta coleção?

Agnaldo: Na coleção de verão as estampas foram o ponto alto com uma pesquisa filtrada para a nossa região. Degrades, azul royal, amarelos e tonalidades naturais. Acetamos mais uma vez.

Box Fashion: Sim, até mesmo o filtro de imagem na campanha, os papeis das impressões dos catálogos, tudo remete a essa estética em perfeita sincronia para se levar uma vida Rota do Mar.

Agnaldo: A nova coleção para inverno, virá linda. Só posso dizer isso! (risos).

 

Box Fashion: Como é seu estilo de trabalho? O que a empresa recebe de você, de sua personalidade para cada coleção?

Agnaldo: De minha personalidade dedico toda minha experiência dentro e fora da empresa, 24 horas por dia, tudo me chama atenção e eu catalogo imagens por onde passo, fotografo capas de livros, as pessoas andando nas ruas, nas festas que eu vou. Tudo me inspira. Aqui eu filtro e trago à tona para a coleção.

 

Box Fashion: Em tantos anos aqui, o que você destaca na evolução da empresa?

Agnaldo: A empresa é modelo em qualidade de vida, investimento profissional. Isso eu destaco como um grande diferencial de trabalhar aqui. Outra coisa engraçada nesta evolução é o processo de desenvolvimento das artes gráficas que adotamos por exemplo, em nossas estampas. Antes nós levámos 2 a 3 dias vetorizando ideias. Nós fazíamos à mão (risos). E mesmo assim a gente prezava pela qualidade, era complicado. Mas o resultado era o melhor. Hoje a tecnologia facilitou esse processo que em nossa área é essencial. Como custavam as coisas! O corte também evoluiu muito, em 20 anos! Nossa! É muito desenvolvimento. Cada ano surgem mais novidades.

 

 

Leia também a entrevista com a estilista Rayssa Átila também Rota do mar, responsável pelo estilo feminino das coleções. Clique aqui.

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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Rayssa Átila (22) começou como vendedora na empresa e dentro do perfil de valorização profissional da Rota do Mar a atual estudante de design pela UFPE caminhou para se tornar uma das designers responsáveis pelo setor feminino junto com Jan Lima (29) há 1 ano.

 

4 perguntas para Rayssa Átila

campanha da coleção de verão 2015
Campanha da coleção de verão 2015

Box Fashion: Você trabalha num dos setores de criação mais observado do mercado. Como é a sua rotina de trabalho?

Rayssa: É bem flexível, nós temos bastante liberdade criativa, pesquisamos aspectos estéticos locais e de fora com o interesse de adaptar tendências macro para o público da marca.

 

Box Fashion: Faz pouco tempo que você desempenha essa função, mesmo assim que orgulho maior você carrega dessa experiência?

Rayssa: Participei da construção do mix de produtos femininos. Foi bem marcante pois o desafio era garantir a estruturação do segmento da marca que tem mais tradição com roupas masculinas. A prova que reafirmou essa minha alegria em ter participado desse momento em nosso trabalho, foi a presença da figura feminina nas campanhas de propaganda e vitrines e incrível aceitação das mulheres com o produto feminina da Rota do Mar.

 

Box Fashion: E como tem sido essa resposta do público ao produto feminino?

Rayssa: Sendo uma novidade, o público tem respondido bem, redescobrindo o mix das coleções com o vestuário feminino. O produto feminino segue as mesmas temáticas da coleção inteira, com estilo despojado clean e de pegada esportiva, considerando muito a juventude do estilo adotado.

 

Box Fashion: No desenvolvimento da coleção, onde o setor de criação realiza pesquisas estéticas de referência?

Raissa: Nós temos inúmeras possibilidades de pesquisa. Acompanhamos muita informação de moda num conteúdo exclusivo e pago de um portal especializado, mas também consideramos a blogosfera como Camila Coutinho, os blogs locais incluindo o Box Fashion, pois queremos aproximar nossa moda das consumidoras.

 

Leia também a entrevista com o estilista Agnaldo Felix também Rota do mar, responsável pelo estilo masculino das coleções. Clique aqui.

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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BOI NEON ao bife cru sem filtro e sem sal, extraordinário

Boi Neon ao Bife cru, sem sal, sem filtro. De apelos extraordinários. Um pedaço de bife cru sem tempero e apresentado num quadro de milhões de pixels, sem filtro. E como é apresentado… Que dissimulado esse Diego Garcia (Diretor de Fotografia), que ódio da cara dele, como é que ele e Gabriel Mascaro (Diretor) conseguiram fazer isso? Uma Fotografia que parece provocar a gente o tempo inteiro, com uma câmera lenta e parada constante, com zoons tão delicados que te colocam dentro da cena, sem você nem se quer perceber como foi parar lá, uma sensação que sentia constantemente nos planos mais fechados. As cenas abertas são nada menos do que exuberantes e magníficas, como uma grande aquarela. É um vídeo-arte, com algumas cenas abstratas que são para o filme como a rima é para um poema. Nenhuma cena, nenhum quadro, é apresentado sem o propósito mínimo de ser poético e metafórico, sem um cuidado milimétrico de composição.

 

Extraordinário

O enredo é como um recorte da vida, sem acontecimentos extraordinários, sem nenhuma problematização eloquente. E como não pode ser eloquente um filme sobre um vaqueiro que quer ser estilista, que trabalha com uma caminhoneira mãe solteira? O roteiro, também de Gabriel Mascaro não apela com nenhuma problematização abordada nesse espetáculo (é muito mais do que um filme). E vamos lá: Nu masculino na tela; sexo na gestação; desconstrução de papeis e de gênero; um nordeste sem clichês; sexo e sexualidade; cultura híbrida, com um boi híbrido, pop, um boi neon no meio da arena da vaquejada… Tudo isso dentro de um mesmo filme. Ele é estupidamente simples e justamente por isso consegue ser tremendamente eloquente e extraordinário.

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Eu me pergunto se o Gabriel Mascaro usou imagens, cheiros e sabores para escrever esse roteiro ao invés palavras. Eu me pergunto se ele deu um story board a Diego Garcia ou um abraço antes dele começar a gravar cada cena (Ok, eu estou sendo dramático, mas não me culpem, o filme me deixou ainda mais emotivo do que o natural). Amo cada vez mais ser pernambucano.

 

Raqueirão de meu deus do céu

Boi Neon juliano cazarre

E o que é Juliano Cazarré atuando (Ver Febre do Rato e Cerra Pelada), o que é a cara desse homem, o corpo, os braços, as pernas (as pernas), o abdome, a (parei)! Ele tem uma beleza rústica, forte, que não pede licença, e nem se desculpa (safadeza, da porra, homi te dana), e que assenta com perfeição ao cenário quente e árido do agreste, as cercas e os bois (que parecem ter sido inventados para as lentes de Diego Garcia). Se a beleza desse homem fosse um palavrão seria ‘Febe Tife’ ou ‘Grenguena dos Inferno’ dito com agonia de dentes trincados. E mesmo assim ele consegue criar um personagem delicado, genuíno, sublime exatamente como o filme é. Sem nenhum exagero.

 

Cacá vai virar meme, abestado

Eu não poderia deixar de comentar Cacá (Alyne Santana, que é de Santa Cruz do Capibaribe), que pra mim se tornou ídolo, inspiração, referencial. Não é uma tendência, Cacá é muito mais que um estilo, Cacá é uma filosofia de viver… Brincadeiras à parte Cacá na verdade sou eu, ou é você, ou é aquele primo, aquela tia, o nosso avô. Cacá e sua mãe (Maeve Jinkings) são o ícone da maneira como o nordestino se trata, tem amor, tem carinho, não tem delicadeza, não tem meia boca.

 

O filme mantém um mesmo ritmo lento do começo ao fim, com cerca de uma hora e trinta de duração quando chega ao fim você não acredita que se passaram 15 minutos. Belo, sublime, delicado, verdadeiro Boi Neon é o 3º longa de Gabriel Mascaro, seu primeiro foi o documentário Domesticas (onde os patrões eram convidados a filmar suas empregadas) e em seguida Ventos de Agosto.

 

Prêmios

Melhor Filme: Festival do Rio

Melhor Roteiro: Festival do Rio

Melhor Atriz Coadj: Festival do Rio

Prêmio Especial: Festival de Veneza

Mensão Honrosa: Toronto Film Festival

Melhor Filme: Adelaide Film Festival

Melhor Filmes: Warsaw Film Festival

Prêmio da Crítica: Hamburg Film Festival

Prêmio da Crítica: Panorama de Cinema

Prêmio Especial: Panorama Cinema

Prêmio Ficunam: Panorama Cinema

Mensão Honrosa: Panorama Cinema

 

bruno meloBruno Melo é estudante e pesquisador da graduação de Arte e Mídia – UFCG-PB. É ator e já atuou, produziu e dirigiu algumas peças na cidade de Santa Cruz do Capibaribe. Participa desde 2013 na produção do Festival Atos de Teatro Universitário do curso de Arte e Mídia e em produções multimídias e trabalhos de conclusão do curso, como instalações artísticas, peças teatrais, videoclipes, como assistente de arte e produtor. É idealizador de um projeto do amanhã: o Jogar Teatro com aulas aos sábados na Usina 321.

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

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