Arquivo para revolução na moda - Rodolfo

Quem faz as suas roupas? Celebre o dia da costureira

Você conhece a pessoa que faz as roupas que você veste? Já parou para se perguntar que respostas podem aparecer ao se fazer esta pergunta? As roupas que usamos antes de serem objeto simbólico de moda, do tempo em que vivemos e do que mais você agregá-las (estilo, personalidade etc.) são o fruto do trabalho de outros humanos e envolvem reais valores para além da sua face glamorosa num clique das redes sociais. Por isso vamos a lhe perguntar e convocar: Quem faz as suas roupas? Celebre o dia da costureira.

 

Hoje segundo a Associação Santacruzense de Contabilistas é o dia da costureira na cidade de tradição empreendedora da moda. Antes de citarmos o contexto da data, preferimos não começar dizendo esse ser um dia a se comemorar, como conhecemos outros dias nos calendários escolares, por exemplo. A data é uma oportunidade de pensar o contexto da moda no arranjo produtivo do polo de confecções como um todo.

 

Comecemos a explicar a data, que tem espalhada pelo Brasil vários dias para ser comemorada em diversas e distintas convenções de classe, por exemplo, dias 25 de maio ou a segunda-feira de carnaval. Independente da data física nos calendários comemorativos, vamos recorrer ao clichê de dizer que todo dia é dia da costureira, ainda mais no polo de confecções pernambucano que segundo dados do estudo “Diálogo Social; Mulheres costurando direitos” (clique aqui para ver mais), a jornada de trabalho de mulheres costureiras no polo podem variar entre 10, 16 e 19 horas de trabalho diário (considerando várias especificidades – veja o estudo).

imagem destacada dialogos sociais mulheres costurando direitos

 

Essas e muitas outras informações apontam para a urgente reflexão de considerar hoje o trabalho desses fazedores e fazedoras da moda. Levar em consideração os problemas: como condições de trabalho, o quadro ainda mais excludente quando analisado pela questão de gênero, onde se descobre com a soma dos números que são as mulheres que seguram o barco das confecções, dedicada em sua maioria somente ao trabalho braçal, numa situação bem específica da moda.

 

Em abril deste ano a 2 edição do movimento global pela revolução na moda, o Fashion Revolution pretende unir diferentes pontos das cadeias produtivas da moda em 24 de abril para ajudar a aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda, mostrar ao mundo que é possível mudar, e celebrar todos os envolvidos na criação de um futuro mais sustentável. A ideia já tem adesão do BOX Fashion que também desenvolverá ações voltadas para o tema em nosso mês de aniversário em Santa Cruz do Capibaribe. Ainda essa semana divulgaremos a programação completa.

 

Por isso hoje começamos a semana perguntante a você: Quem faz as suas roupas? E você costureira, faz as roupas de quem? Felicitações a todas as profissionais e trabalhadoras da moda, costureiros e costureiras que fazem o que vestimos, e levam o valor do trabalho que fazem para criar a moda que criamos e espalhamos pelo Brasil, parabéns pela data, pela profissão e pela história. Acompanhe nossas postagens para participar do Fashion Revolution em Santa Cruz do Capibaribe.

 

A primeira imagem desta matéria foi publicada originalmente neste link: Fashion Revolution Blog. Veja mais sobre o dia da costureira em nossa entrevista com a costureira Hilda Xavier, que costura a moda antiga roupas por encomenda: clique aqui.

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

Você pode gostar de ler também.

D Caroca prepara coleção de inverno exuberante
Quem faz a sua roupa? Hilda Xavier e a costura à moda antiga

Uma revolução na moda infantil

Moda infantil: os tempos mudaram e uma revolução na moda infantil aconteceu com nossas marcas e públicos, algo tão bom que projeta expectativas positivas para o setor mesmo diante da crise econômica e do aumento de importações segundo dados do núcleo de Inteligência de Mercado do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). A moda infantil à tempos deixou seu lugar de roupa opressora da infância quando no início do século passado os pequenos se vestiam como adultos em miniatura sem conforto ou sequer a possibilidade de viver confortavelmente e ganhou o lugar de defensora da infância e tudo que ela contém para conseguir se projetar no novo padrão de consumo infantil. Nesse meio tempo, muita coisa mudou além a da roupa.

 

2

 

 

Influência de consumo

Pais e mães determinavam em tudo o que as crianças iriam usar em qualquer ocasião. As crianças tinham seus desejos, mas essa era o tempo em que se dizia que “crianças não tem vez”. Hoje, mais informado, participativo e ‘autônomo’ o público infantil influencia a compra de suas roupas e calçados diretamente fazendo escolhas de cores, estilos, materiais, modelos e etc. Acompanhados dos pais, responsáveis muitas vezes somente em desembolsar a grana, meninos e meninas se influenciam mutualmente pelas redes sociais, acompanham artistas e modos de vestir, bisbilhotam blogs de moda e novelas infantis, imitam o estilo de pais e mães e se projetam em imagens de consumo cada vez mais elaboradas. Crianças fashionistas.

 

A família cede espaço de influência da decisão de consumo das crianças
A família cede espaço de influência da decisão de consumo das crianças

 

O que mudou

Para acompanhar essa revolução na moda infantil as marcas buscam diversas estratégias para se diferenciarem e também encontrarem uma demanda com desejo de consumo pelas suas ideias. São marcas que apelam cada vez mais para uma moda infantil cheia de argumentos fashion e apelos de consumo onde as crianças se veem participando da moda também na mesma proporção dos adultos. Uma prova disso são os novos blogs e perfis de crianças usando roupas e posando para o mundo seu estilo.

 

Very French Gangsters
Very French Gangsters

 

Mesmo assim o cartão de créditos ainda é controlado pelos pais, e isso significa dizer que os papéis podem estar em transição quando o assunto é escolher, mas esse mesmo ainda tem a aprovação dos mais velhos quando ao estilo e ao preço. O que deve ser o ideal. O consumidor médio busca roupas básicas, mas roupas que chamem também atenção em momentos diversos. Assim as marcas precisam conhecer das crianças e dos pais, e estilo não somente será o principal atributo de uma peça infantil… se não proporcionar conforto e qualidade a peça fica na loja.

 

pais e filhos comprando

 

A infância dos adultos

Como tendência de consumo (e nós já falamos disso por aqui) o mundo infantil está sendo apontado por diversos estudos de comportamento e tendências para a moda adulta. O mundo anda muito sério e todo mundo quer descontrair. Na semana passada a palestra de lançamento dos cadernos de tendência do SENAI em Santa Cruz do Capibaribe (ciclo 4) repetiu e endossou a informação de outras publicações. O mundo infantil é o lugar comum do desejo de consumo de muitos adultos enquanto estética fashion.

 

Produtos infantilizados como em desenhos. O universo infantil para adultos.
Produtos infantilizados como em desenhos. O universo infantil para adultos.

 

2  (r)evoluções

De um lado a demanda de público infantil passa por transformações sociais que antecipam sua autonomia e seu poder de decisão nas compras, por outro lado a outra revolução que se espera por exemplo das empresas do polo confeccionista do negócio de moda infantil é justamente poder acompanhar essa experiência social. Evolução na demanda e na oferta. Para isso uma empresa que deseje competir nesse mercado precisa andar lado a lado com as mudanças e acompanhar com profissionais competentes o público.

 

A conclusão que temos é que crianças sempre serão crianças, não é o ideal repetir o que já fizemos no início do século quando às tínhamos como adultos pequenos. Crianças não querem ser blogueiras, esse comportamento é incentivado pelas mães, fotografar e publicar em redes sociais não tem essa dimensão adulta para a criança; é simplesmente mais uma forma de brincar e explorar o mundo… por isso a responsabilidade em lidar com essas informações e com esse público é tão grande. Quando a empresa deseja somente vender a todo custo e não tem planejamento, a empresa faz qualquer negócio, e crescer em valor agregado não é somente ter os melhores fornecedores de malha, é criar ideias consistentes de consumo.

 

Sobre Box Fashion - redação

Redação do Box Fashion. Moda no polo de confecções do agreste Pernambucano. Consumo, mercado local e conteúdos especiais sobre tudo que cerca a moda. Iluminuras, criatividade e indústria fashion no interior de Pernambuco. @oboxfashion

Você pode gostar de ler também.

Uma visita de muitas histórias na casa de Sílvia Clemente
O que faz um produtor de moda? Turma do SENAC apresenta portfólio ao Box Fashion