Que o marketing sempre fez uso de artistas e celebridades para divulgação de produtos, todo mundo sabe. Quem não se lembra da Xuxa se lambuzando nas telas da TV com o hidratante? Ou ainda, a Gisele Bündchen prometendo um cabelo igual ao seu se usassem a tal marca de xampu? Ou, o melhor de todos: Roberto Carlos, vegetariano, comendo carne vermelha para divulgar a Friboi? A gente se sente mais próximo dos artistas preferidos e enche a boca para falar que vai ficar com a pele da Xuxa e o cabelo da Gisele. Celebridades e moda, o que isso tem a ver com produtos de moda e vestuário?
Parcerias fast – uma enorme lista
Em maio, a mídia brasileira enlouqueceu com a visita da Kim Kardashian: a socialite americana desembarcou por aqui para divulgar a coleção com sua assinatura para a rede de fast fashion C&A. Há pouco tempo, foram divulgadas fotos da coleção para a Topshop (também fast fashion) da dupla Kendall e Kylie, irmãs da Kim. A estilista Stella McCartney também trabalhou para a C&A, o Alexander Wang para a fast fashion sueca W&M, a Adidas para a Topshop, a Versace para a Riachuelo… eu poderia passar o resto do dia escrevendo sobre outras parcerias.
Então, notou a palavrinha mágica entre todas essas parcerias? Sim, Fast Fashion! Se ainda não está familiarizando com o termo eu explico: FAST FASHION significa literalmente moda rápida. Geralmente é adotada por empresas com público alvo na classe C (que nos últimos anos teve no Brasil um notório crescimento). Grandes marcas de Fast Fashion no Brasil e no mundo há um tempo tem explorando personalidades, artistas e estilistas da classe ‘A’ internacional para divulgarem a suas marcas. Porque isso?
Novos tempos, padrões globais
Foi-se o tempo que almejávamos ter uma sandália com o X da Xuxa e que virava brinquedo de bolha de sabão. Com a globalização, o acesso à internet e a ascensão da classe C, nossas referências e modelos a serem desejados mudou. Os artistas nacionais já não enchem tanto os olhos. Quer ver? Você prefere a blusa na propaganda da Claudia Leitte ou uma da Beyoncé? Entendeu? É a Beyoncé! Nosso padrão aumentou. Não queremos mais limitar-se àquele artista que faz sucesso somente a nossa volta: almejamos nos parecer com o mega ultra pop star internacional.
E então, cuecas do Daniel ou do David Beckham?
http://www.youtube.com/watch?v=IaqxWhghLes
Como faz?
Aí vai um aviso: contratar uma personalidade gringa custa caro. CARO. De verdade, pra chorar. Mas, dependendo da sua marca, seu público e domínio, com certeza vale a pena. Se não valesse, as infinitas marcas fast fashion já teriam abolido essa estratégia de marketing. Tudo depende da coragem para investir, na demanda de vendas que se planeja ter e no planejamento necessário. E ainda é bem possível fazer bonito com as possibilidades de nomes de artistas e famosos por aqui.
A moda, que está definitivamente ligada aos costumes e comportamento social vai continuar assim durante um bom tempo. Aí, quem sabe um dia, vira moda eleger um estranho na rua para se espelhar (me chama que eu vou). Até lá, continuaremos aqui, esperando ver quem vai ser a próxima celebridade a estrelar a roupa que vamos vestir amanhã. Bye!
Tati Soares
Nota do editor: Tati Soares é designer de moda e nova colaboradora do Box Fashion. Ela cria coleções, conversa um bocado, sabe de um monte de referências que a gente nem imaginava existir. Atualmente Tati trabalha com consultoria de moda para as empresas confeccionistas do polo, além de ser criativa de marcas locais, com seu projeto Creative D.