Moda infantil: os tempos mudaram e uma revolução na moda infantil aconteceu com nossas marcas e públicos, algo tão bom que projeta expectativas positivas para o setor mesmo diante da crise econômica e do aumento de importações segundo dados do núcleo de Inteligência de Mercado do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). A moda infantil à tempos deixou seu lugar de roupa opressora da infância quando no início do século passado os pequenos se vestiam como adultos em miniatura sem conforto ou sequer a possibilidade de viver confortavelmente e ganhou o lugar de defensora da infância e tudo que ela contém para conseguir se projetar no novo padrão de consumo infantil. Nesse meio tempo, muita coisa mudou além a da roupa.
Influência de consumo
Pais e mães determinavam em tudo o que as crianças iriam usar em qualquer ocasião. As crianças tinham seus desejos, mas essa era o tempo em que se dizia que “crianças não tem vez”. Hoje, mais informado, participativo e ‘autônomo’ o público infantil influencia a compra de suas roupas e calçados diretamente fazendo escolhas de cores, estilos, materiais, modelos e etc. Acompanhados dos pais, responsáveis muitas vezes somente em desembolsar a grana, meninos e meninas se influenciam mutualmente pelas redes sociais, acompanham artistas e modos de vestir, bisbilhotam blogs de moda e novelas infantis, imitam o estilo de pais e mães e se projetam em imagens de consumo cada vez mais elaboradas. Crianças fashionistas.
O que mudou
Para acompanhar essa revolução na moda infantil as marcas buscam diversas estratégias para se diferenciarem e também encontrarem uma demanda com desejo de consumo pelas suas ideias. São marcas que apelam cada vez mais para uma moda infantil cheia de argumentos fashion e apelos de consumo onde as crianças se veem participando da moda também na mesma proporção dos adultos. Uma prova disso são os novos blogs e perfis de crianças usando roupas e posando para o mundo seu estilo.
Mesmo assim o cartão de créditos ainda é controlado pelos pais, e isso significa dizer que os papéis podem estar em transição quando o assunto é escolher, mas esse mesmo ainda tem a aprovação dos mais velhos quando ao estilo e ao preço. O que deve ser o ideal. O consumidor médio busca roupas básicas, mas roupas que chamem também atenção em momentos diversos. Assim as marcas precisam conhecer das crianças e dos pais, e estilo não somente será o principal atributo de uma peça infantil… se não proporcionar conforto e qualidade a peça fica na loja.
A infância dos adultos
Como tendência de consumo (e nós já falamos disso por aqui) o mundo infantil está sendo apontado por diversos estudos de comportamento e tendências para a moda adulta. O mundo anda muito sério e todo mundo quer descontrair. Na semana passada a palestra de lançamento dos cadernos de tendência do SENAI em Santa Cruz do Capibaribe (ciclo 4) repetiu e endossou a informação de outras publicações. O mundo infantil é o lugar comum do desejo de consumo de muitos adultos enquanto estética fashion.
2 (r)evoluções
De um lado a demanda de público infantil passa por transformações sociais que antecipam sua autonomia e seu poder de decisão nas compras, por outro lado a outra revolução que se espera por exemplo das empresas do polo confeccionista do negócio de moda infantil é justamente poder acompanhar essa experiência social. Evolução na demanda e na oferta. Para isso uma empresa que deseje competir nesse mercado precisa andar lado a lado com as mudanças e acompanhar com profissionais competentes o público.
A conclusão que temos é que crianças sempre serão crianças, não é o ideal repetir o que já fizemos no início do século quando às tínhamos como adultos pequenos. Crianças não querem ser blogueiras, esse comportamento é incentivado pelas mães, fotografar e publicar em redes sociais não tem essa dimensão adulta para a criança; é simplesmente mais uma forma de brincar e explorar o mundo… por isso a responsabilidade em lidar com essas informações e com esse público é tão grande. Quando a empresa deseja somente vender a todo custo e não tem planejamento, a empresa faz qualquer negócio, e crescer em valor agregado não é somente ter os melhores fornecedores de malha, é criar ideias consistentes de consumo.