Em terra de chapinha quem tem black é rainha - Rodolfo

Em terra de chapinha quem tem black é rainha

Movimentos e notícias diversas moveram nossos olhares para o tema do racismo novamente esses dias. O caso da Jornalista Maria Júlia Coutinho da TV Globo, vítima de racismo nas redes sociais, o desabafo da modelo Nykhor Paul, 25 anos, do Sudão do Sul contra maquiadores despreparados que insistem em cobrir a tonalidade da pela negra no mundo da moda foram assunto nas redes sociais.

Maju como é conhecida, é a moça do tempo no Jornal Nacional
Maju como é conhecida, é a moça do tempo no Jornal Nacional

 

Nykhor Paul - Modelo
Nykhor Paul – Modelo

 

Palavras contra o racismo e ações a favor da beleza negra tem andado juntas também por aqui. As terras do polo que começam a fazer marketing para marcas locais iniciam agora a experimentação da estética e do visual para atender as demandas do mercado. Mas um mercado ainda imaturo nesse debate, e que repete como padrão as regras de grandes veículos de comunicação pelo Brasil a fora. Modelos brancas sempre. Poucas vezes vemos a identidade de nossas marcas assumirem seus públicos alvo com pessoas fora do padrão estético vigente. Logo na moda, onde a ousadia é um paradigma constante. Mas que bobagem a nossa, achar que uma mulher negra no catálogo de uma marca é um ato de ousadia. Isso nos traz inclusive a reflexão que questiona em que tempo AINDA estamos.

 

Contudo o caminho da afirmação e do empoderamento começa a juntar nesse interior quente, pessoas de cabeças atentas ao novo, atentas ao necessário. Porque moda acontece na vida, na rua, no trabalho, não somente na revista e nem tão pouco somente na novela. Antes dos produtos, dos usos que fazemos deles, há em cada uma identidades construídas sob o medo do escuro, do negro. E é por isso que a ousadia de muitas mulheres não tem esperado pelo mercado, nem pelas marcas, a moda acontece sem medo, sem vergonha e com muita negritude também.

 

Em Caruaru um ensaio fotográfico coletivo organizado pelas redes sociais, mobilizou mulheres ativistas pela causa feminista e negra, para debater sobre o belo além do branco, o belo além do eurocêntrico, o belo crespo e de turbante sim. Entre atividades e apresentações culturais, as fotógrafas Marília Chalegre e Drica Mendes clicaram diversas idades, rostos e encontros de mulheres com sua afirmação de beleza negra. O evento em 5 de julho enegreceu a capital do forró e berço da economia fashion no agreste com toda a atitude que a vida e que a moda precisam. Porque em terra de chapinha, quem tem black é rainha.

 

Nosso objetivo foi chamar a atenção, exibindo outras belezas possíveis, muito mais ligadas a uma ideia de diversidade e afrocentrismo do que a ditadura estética de um padrão único e eurocêntrico.

Falou Gabi Monteiro no release ao Box Fashion. O evento ainda foi destaque no Jornal de Caruaru e no G1, o portal de notícias da Globo. Confira as fotos:

 

O evento dispôs de uma oficina para ensinar a usar turbantes incríveis.
O evento dispôs de uma oficina para ensinar a usar turbantes incríveis.

 

É a união que fortalece a beleza.
É a união que fortalece a beleza.

 

Foto Cabelaço - PE
Foto Cabelaço – PE

 

As novas gerações construindo a identidades com bons exemplos.
As novas gerações construindo a identidades com bons exemplos.

 

Hereditário será o amor próprio.
Hereditário será o amor próprio.

 

imagem mix

 

Gerações de belezas diversas.
Gerações de belezas diversas.

 

Foto Marília Chalegre
Foto Marília Chalegre

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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