Exposição fotográfica Retratos da Sulanca – PNAB SCC
Exposição fotográfica Retratos da Sulanca: A cidade de Santa Cruz do Capibaribe viveu um momento histórico nestes dias 21 e 22 de março, um final de semana intenso culturalmente com a realização da exposição “Retratos da Sulanca”, que reuniu mais de 600 visitantes entre estudantes das escolas municipais e estaduais, professores, famílias e amantes da arte fotográfica. O evento, contou com uma curadoria delicada que buscou honrar os talentos locais da fotografia de moda, trazendo à tona reflexões profundas sobre a identidade da moda no Agreste pernambucano e a potência da fotografia como documento e expressão artística.









A exposição apresentou o olhar singular de fotógrafos e fotógrafas expoentes na cena da moda, destacando talentos que transitam entre o comercial e o autoral, entre o registro e a experimentação estética. Os profissionais participantes foram:
📷 Araújo – @araujo__________
📷 Daiane Maiara – @daianemaiara
📷 Davis Jofre – @ftdavisjofre
📷 Jardeson Barros – @jardesonb
📷 Jozé Laurentino – @jozelaurentino
📷 Kaleidoscope – @alanedpimenta
📷 Laura Marsola – @lauramarsola
📷 Lud Lwuer (Convidada SP) – @ludlwuer
📷 Ramire Lins – @ramirelins




Estudantes: presentes
A presença de estudantes foi um dos pontos altos do evento, evidenciando o impacto da arte na formação crítica das novas gerações, o conhecimento e valorização da cena local como possibilidade de escrita do futuro através da arte e do valor da cultura na cidade. Professores acompanharam as turmas e utilizaram a exposição como uma extensão da sala de aula, promovendo debates sobre moda, cultura, identidade, mercado de trabalho no Polo Têxtil do Agreste e expressão artística. Além das visitas escolares, famílias inteiras marcaram presença, evidenciando o interesse crescente pela fotografia como meio de reflexão e representação da realidade local.










Curadoria para refletir
Como produtor cultural e profissional envolvido com a moda, nos bastidores e também no fronte do marketing digital, acompanho de perto discursos sobre o valor atrelado aos profissionais da fotografia somente ligando os talentos a utilidade do registro que motiva a venda ou ao discurso publicitário, por aqui ainda não visualizamos o poder da imagem para além do registro historiográfico ou comercial. Busquei uma curadoria que respondesse ao interesse de criar valor para a fotografia autoral, abrindo espaço para os talentos escondidos entre os processos fabris de imagem de moda, atropelados pelas demandas urgentes de vender e revender tão somente.


Me interessei pelas obras recusadas, pelos cliques descartados pela industria que ainda desconhece a potência da criação livre e teme muito a foto conceitual para assinar uma identidade de marca ou que flerta com o lugar comum da foto Instagramável como recurso de comunicação, muitas vezes sem diferencial. Tudo isso como ponto de partida, mas não de limite da conversa que se abre sobre esse mundo da imagem expressão, sua suporta inutilidade numa cidade movida com o labor fabril e a expectativa de prosperidade vinda dos tecidos.

Busquei uma curadoria para lembrar da imagem que emociona e faz respirar, da imagem que se move diante dos olhos e despretensiosamente emociona como arte em si mesma. O texto curatorial da exposição, nos serve como guia para quem visitou o evento e foi fundamental para contextualizar as imagens e aprofundar a discussão sobre os significados da fotografia de moda no Agreste:

TEXTO CURATORIAL – EXPOSIÇÃO “RETRATOS DA SULANCA”
A moda do Agreste pernambucano é um território de contrastes. Entre galpões industriais e pequenas oficinas familiares, entre a produção acelerada do fast fashion e as narrativas de resistência do slow fashion, entre a herança da costura e a urgência da inovação, está um dos polos têxteis mais pulsantes do Brasil: a Sulanca.
A exposição “Retratos da Sulanca” é um convite à reflexão sobre esse universo, um registro visual que documenta e questiona a identidade estética, cultural e social do Polo Têxtil do Agreste e Cariri. Por meio das lentes de fotógrafos e fotógrafas que transitam entre a moda e a arte, a mostra busca desvendar não apenas a materialidade das roupas, mas os corpos que as vestem, as mãos que as confeccionam, os espaços que as abrigam e os fluxos que as fazem circular.
O que significa retratar a Sulanca? Como a fotografia de moda pode ser mais do que um instrumento de venda e se tornar um manifesto? De que maneira os fotógrafos e fotógrafas do Agreste constroem uma estética própria, em diálogo e ruptura com os padrões dominantes da indústria? Estas são algumas das questões que atravessam essa curadoria.
A mostra reúne trabalhos que exploram os limites entre o documental e o experimental, tensionando a fronteira entre o comercial e o artístico. A fotografia aqui não apenas registra, mas interpreta. Não apenas embeleza, mas interroga. Em um cenário onde a produção imagética costuma seguir padrões predefinidos pelo mercado, “Retratos da Sulanca” propõe um desvio: um olhar autoral, um respiro, uma fissura por onde possamos enxergar outras narrativas possíveis para a moda no Agreste.
A curadoria, assinada por Rodolfo, profissional com ampla experiência na produção cultural e na interseção entre arte e moda, reúne nomes expoentes da fotografia que, com suas perspectivas singulares, compõem este mosaico de olhares sobre a Sulanca.
A exposição “Retratos da Sulanca” não pretende trazer respostas prontas, mas provocar inquietações. Convidamos o público a se perder e se encontrar nesses retratos, a reconhecer-se nesses rostos e espaços, a enxergar a moda não apenas como produto, mas como potência artística, política e afetiva.

Com essa abordagem, a exposição consolidou-se como um marco para a cultura local, reafirmando o papel da fotografia como ferramenta de transformação social e valorização da identidade da Sulanca. Sigo ainda sendo muito grato a todos e todas que visitaram a exposição, professores e professoras que levaram seus alunos para a visitação, como foi tão bom estar de volta junto aos/as estudantes trocando conhecimento e construindo perspectivas novas sobre nós mesmos.




Agradecimento: Instituto UESCC – União dos estudantes de Santa Cruz co Capibaribe
O Instituto UESCC foi fundamental para o sucesso desse projeto: Exposição fotográfica Retratos da Sulanca. Estou muito agradecido e emocionado com tamanha entrega e generosidade com o projeto. Toda a equipe muito disponível e apoiando o evento em todo o tempo, desde o tempo de resposta em alinhar agendas, até o trato pessoal sempre tão gentil e acolhedor com toda nossa equipe. Espero poder contribuir mais com esse espaço que resiste em nossa cidade de forma tão grandiosa, no fomento a cultura e a educação. E convoco mais e mais pessoas que possam também se engajar no apoio para esta instituição de tão grande valor para todos e todas nós.
A realização deste evento cultural só foi possível graças ao apoio fundamental da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), Ministério da Cultura, Governo Federal – União e Reconstrução, Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe e Secretaria Executiva de Cultura.





Equipe da exposição:
• produção executiva: Rodolfo
• curadoria: Rodolfo
• assistente de produção: Yngrid Herly @yngridherly
• fotógrafo: Davis Jofre @ftdavisjofre
• monitoria: Gessica Carvalho @c_arvalho_c e Lord Felipe @lordfelippe
• agradecimento: Instituto UESCC @institutouescc
A exposição foi notícia na mídia local: clique aqui para ver mais sobre.
Veja mais conteúdos deste blog tocando aqui.