petição online em prol da população trabalhadora do polo de confecções

Lideranças sociais publicam petição online em prol da população trabalhadora do polo de confecções

Publicada hoje, dia 20 de março de 2020, a petição online em prol da população trabalhadora do polo de confecções tem como objetivo ressaltar a importância da criação de uma rede solidária efetiva que garanta aos trabalhadores informais das feiras populares no polo de confecções do estado, acesso a condições mínimas de sobrevivência durante o período de suspensão das feiras motivado pela prevenção à pandemia do coronavírus.

Nas últimas terça e quarta-feira diversos decretos foram emitidos por órgãos estaduais e municipais das 3 principais cidades Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, regulando o funcionamento dos centros de compras e suspendendo seus funcionamentos durante a quarentena em prevenção ao coronavírus. Confira clicando aqui a matéria do Box Fashion com o resumo dessas notícias.

Abaixo a nota emitida por lideranças sociais, artistas, coletivos, cientistas sociais entre outro profissionais:

O governo estadual de Pernambuco, em conjunto com as prefeituras das cidades de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, decidiu suspender a realização das feiras da Sulanca por tempo indeterminado, objetivando conter o avanço da contaminação do Covid-19.

A ação é acertada e necessária, visto que as feiras da Sulanca reúnem um número enorme de trabalhadoras/es da região agrestina de Pernambuco, bem como de compradoras/es de vários estados do nordeste brasileiro. A suspensão das feiras é, portanto, uma ação preventiva muito importante no sentido de buscar assegurar a saúde da população nesse contexto de crise sanitária.

No entanto para homens e mulheres, jovens e idosas/os (costureiras/os, faccionistas, feirantes, ambulantes, vendedores/as entre outros) as feiras são a principal, ou, muita vezes, a única fonte de renda. Esses homens e mulheres trabalham de maneira informal e intermitente, ou seja, sem vínculo formal de trabalho, não possuem proteção social e dependem do fluxo das feiras para sobreviver.

Sendo assim, assegurar a saúde dessas pessoas significa garantir as condições mínimas de sobrevivência para o período de suspensão das feiras. O pacto social de solidariedade e responsabilidade precisa considerar a combinação de várias ações, com destaque para:

· Acesso a alimentos básicos e água potável;
· Acesso a itens de higiene pessoal (álcool em gel e sabão, especialmente);
· Política de desoneração de contas de água e energia elétrica;
· Política de renegociação de dívidas, como aluguel, por exemplo;
· Política de distribuição de medicamentos.

A medida do governo federal de liberar 200 reais (duzentos reais) para os trabalhadores/as informais e autônomos/as é importante, porém insuficiente. Nesse cenário, é crucial que os governos em nível estadual e municipal das três cidades (Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe) construam, rapidamente, estratégias que articulem vários aspectos da reprodução da vida.

Este manifesto é em defesa de todas as pessoas que direta ou indiretamente dependem das feiras da Sulanca para sobreviver, e visa alertar o poder público para a gravidade da situação que se aproxima.

É fundamental estabelecer redes de solidariedade ao mesmo tempo em que chamamos o poder público para agir rapidamente a favor da vida nesse contexto de crise sanitária.

Confira neste link o áudio de conversa com a pesquisadora Sandra Roberta, na live do Instagram, explicando detalhes sobre esta petição. Clique aqui.

Subscrevem e convidam a assinar este manifesto:

Acooperarte Mulheres de Abreu e Lima
– Alexandre Henrique Bezerra Pires – Coordenador Geral do Centro Sabiá e Coordenador Executivo da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA)
– Alzira Medeiros – Educadora Popular e socióloga
– Ana Dubeux – Militante do Movimento da Economia Solidária e Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
– Ayanne Priscilla Alves Sobral – psicóloga em Caruaru
– Betânia Ávila – Feminista, socióloga, pesquisadora do SOS Corpo e co-organizadora do livro “Desenvolvimento, Trabalho e Autonomia Econômica na Perspectiva das Mulheres Brasileiras” (2015)
– Beto Normal – Estilista em Taquaritinga no Norte
– Box Fashion – Santa Cruz do Capibaribe
– Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (CENDHEC)

– Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH)
– Centro de Ensino Popular e Assistência Social de Pernambuco (Cepas)
– Cidadania Feminina – Recife
– Coletivo Caranguejo Tabaiares Resiste – Recife
– Coletivo Murall Colab – Santa Cruz do Capibaribe
– Coletivo Songamongas – Santa Cruz do Capibaribe/Caruaru
– Coletivo de Mulheres Casa Lilás – Recife
– Elaine Bezerra – Jornalista, Pesquisadora e Militante Feminista

– Euda Kaliani Gomes Teixeira Rocha – Professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase)
– Fernanda Diniz de Sá – Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
– Fórum de Mulheres de Pernambuco
– Helena Hirata – Professora visitante na Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro “Nova divisão sexual do trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade” (2002)
– Heloisa Gomes Bandeira – Assistente Social do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Caruaru
– João Amorim – Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
– João Vieira Junior – Produtor do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”
– Jô Cavalcanti, Carol Vergolino, Joelma Carla, Kátia Cunha, Robeyoncé Lima – Mandato das Codeputadas estaduais de Pernambuco – Juntas (Psol)
– Manuela Arruda Galindo – Pesquisadora, Fotógrafa e Feminista
– Mário Henrique Guedes Ladosky – Professor da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
– Marcelo Gomes – Diretor do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”
– Michela Calaça – Feminista, direção do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Pesquisadora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
– Mônica Vilaça – Educadora Popular, Feminista e Pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR- NE)
– Nara Aragão – Produtora do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”
Observatório do Trabalho da Paraíba
– Observatório do trabalho de Pernambuco
– Raquel Oliveira Lindôso – Feminista e Pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Rede de Mulheres Produtoras do Recife e Região Metropolitana
Rede de Mulheres Negras de Pernambuco
– Renata Milanês – Pesquisadora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
– Roberto Véras de Oliveira – Professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e co-organizador do livro “Trabalho em Territórios Produtivos Reconfigurados no Brasil” (2013)
– Rodolfo Alves da Silva – Editor do site Box Fashion
– Rud Rafael – Coordenador do MTST, assistente social da ONG FASE e professor
– Sandra Roberta da Silva – Professora e Pesquisadora da Faculdade de Belo Jardim (FBJ)
– SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia
– Tarsila Tavares – Produtora Executiva do documentário “Estou me guardando para quando o carnaval chegar”
– Valderiza Pereira – Jornalista e empreendedora popular de Toritama
– Verónica Gago – Professora da Universidade de Buenos Aires (UBA) e autora do livro “A Razão Neoliberal: Economias barrocas e pragmática popular” (2018)

PARA ACESSAR A PETIÇÃO E PARTICIPAR ASSINADO CLIQUE AQUI.

Imagem da matéria: Foto divulgação Moda Center Santa Cruz

Sobre Rodolfo Alves

Sou publicitário que vivo criando conteúdos e ideias, fuçando novidades. Amo a comunicação e estou interessado pela moda no mundo: seja ela nas passarelas de grifes famosas ou nas feiras populares do Brasil.

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